HA ALGO NO AR ALÉM…


Aparentemente pouca coisa ou poucos fatos estariam no ar ou seriam dignos de atenção ou de especulação sobre os seus efeitos ou sobre as suas consequências, máxime no momento que ora  vive o Pais. Na verdade, as razões para especular sobre notícias e comentários estão hoje mais vinculadas as indicações de nomes que irão compor a equipe de governo de Bolsonaro do que sobre projetos, estratégias ou juízos de valor emitidos pelo Presidente ou por auxiliares seus mais próximos . E, com efeito, mesmo tais avaliações especulativas, não estão a gerar comentários ou indagações mais relevantes a não ser a constatação de que os escolhidos parecem apresentar curriculum, experiência e a credibilidade que os cargos exigem.

É importante ressaltar um outro dado fundamental nas escolhas até agora apresentadas. Diz respeito ao perfil ideológico dos escolhidos onde pontifica o conservadorismo e a visão ultra-liberal, as vezes, até exacerbada do Presidente, como foram as reações a escolha do novo ministro da educação! Nao obstante tais constatações, mesmo as declarações, as vezes inusitadas, do Presidente eleito, não conseguem provocar reações de significativa intensidade nos vários segmentos da sociedade ou naqueles grupos de pressão organizados, politicamente e, que, por acaso, seriam afetados pelos efeitos, às vezes, talvez até perversos, de tais observações e ponderações.

Assim, pode-se dizer que, talvez,  apenas a mídia, numa proposta destoante do resto da sociedade, tem-se posicionando de forma a demonstrar que está a esperar erros e equívocos por parte do novo poder,  para “ver o que acontece” e, no instante subsequente,  posicionar-se, criticamente. Talvez esse quadro menos belicoso e revoltado da sociedade esteja a ocorrer em face  das notícias sobre a economia e suas perspectivas bem como sobre o desempenho que se  espera do Pais. As informações ora divulgadas  são alvissareiras e se contrapõem ao discurso que a chamada esquerda intenta estabelecer. O sentimento que predomina é que, na vã tentativa de recuperar o prestígio  perdido, a esquerda insiste em buscar fazer prevalecer tais idéias quando o ambiente ora predominante é outro.

O fato singular é que o Pais está voltando a acreditar nas suas possibilidades e, consciente de que o ânimo e o entusiasmo da sociedade são ingredientes fundamentais a estimular a retomada do crescimento, as mesmas autoridades  começam a assumir tal postura! Portanto, o ambiente parece em processo de mutação e a agressividade de vários grupos da sociedade estaria sendo reduzida pelos indicadores de retomada da economia, da recuperação do emprego e do ânimo que hoje já prevalece nos agentes econômicos.

Na verdade, o que se constata é que os nomes selecionados até agora estão na linha de pensamento e na estreita confiança de Bolsonaro e de Paulo Guedes; o perfil ideológico, doutrinário e político dos escolhidos estão na mesma linha de pensamento do Presidente, ou seja, de direita e de convicções arraigadas; as idéias e propostas disseminadas representam uma ruptura com o pensamento e com o viés ideológico que ora domina aqueles que fazem a tecnoburocracia nacional. Ou seja, pelo que se percebe, dois fatos permitem antecipar a ruptura no atual processo de condução da coisa pública nacional. O primeiro foi o isolamento político e a limitação no ir e vir e na capacidade de articulação política de Lula, o que estreitou os espaços de movimentação das forças de oposição no País. O segundo fato foram os resultados eleitorais deste ano onde a renovação dos quadros, notadamente das figuras nas chapas majoritárias, deu uma demonstração patente de que o pensamento, as aspirações e os sonhos do eleitorado brasileiro mudaram de maneira muito significativa.

Por fim, as expectativas relativas ao amanhã do País começam a mudar, não apenas em função da retomada que já se percebe na economia, da mudança no ânimo dos agentes econômicos brasileiros que já começam a se  mostrarem mais otimistas com o seu amanhã e  diante das formulações sobre temas estratégicos para o desenvolvimento nacional, mais otimistas. Assim, se tudo ocorrer dentro da perspectiva de Bolsonaro e de seus auxiliares mais imediatos — Paulo Guedes, Sérgio Moro, General Heleno, dentre outras — e se a saúde do Presidente não for comprometida, a própria construção de sua base de apoio parlamentar não se mostrará tão difícil como alguns imaginam. Isto porque os partidos tradicionais não terão o peso e a força de articulação que tem tido até agora e, os recém-chegados, que representam metade da Câmara  dos Deputados, se alinharão, de imediato, ao novo poder.

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