O JOGO AFINAL, COMEÇOU!

 


As pré-condições institucionais ou os chamados pré-requisitos legais para o deslanchar do processo eleitoral, praticamente foram estabelecidos no último fim de semana: convenções nacionais partidárias para a definição dos candidatos e para a aprovação de possíveis coligações,  já foram caracterizadas. A explicitação dos nomes ou dos candidatos bem como a definição dos candidatos a vice, já foram parcialmente  atendidas. Nos estados, praticamente os nomes dos postulantes aos cargos de governador, vice-governador e senador já se definiram em consonância com as possíveis  alianças dos respectivos partidos, a nível nacional.

Agora a campanha, as mobilizações, os debates e os acertos de apoios e financiamentos bem como a definição das propostas de comunicação, já começaram a ser postas em prática. O jogo, afinal, já começou. Claro que ainda  sem o entusiasmo de eleições passadas em decorrência do quadro de crise econômico-social em que está mergulhado o País. Some-se aos seus efeitos, o pessimismo que domina mentes e corações brasileiros. Mesmo assim, aos poucos, os chamados profissionais da politica — candidatos, dirigentes partidarios, marqueteiros, jornalistas, analistas, etc — entram em cena e a mobilização começa a se evidenciar. A própria mídia começa a dar o ar de sua graça promovendo debates entre candidatos, estabelecendo discussões sobre os problemas mais relevantes do país e buscando propor caminhos e alternativas para que o País saia da crise.

Por outro lado, já são apresentados ao público quem são os coordenadores e os responsáveis pelos discursos dos candidatos onde figuras expressivas do mundo acadêmico ou da comunidade de profissionais da área técnico-econômica, aportam a sua contribuição e definem o seu compromisso com os candidatos. Nomes como Eduardo Giannneti da Fonseca, Pérsio Arida, Paulo Guedes, Mauro Benevides Filho, entre outros, sáo vistos como os homens a quem cabe a coordenação da montagem do discurso e das propostas dos candidatos a Presidência da Republica.

Uma discussão que está sendo levantada agora diz respeito a pouca relevância que tem sido dado ao papel e importância do vice — apenas 37% da população acham a função importante! — chamando a atenção para o fato de que o Brasil tem uma história recente marcada pela presença de vices que assumiram o poder e marcaram a história do País. Itamar Franco, o responsável pelo Plano Real; Sarney, condutor da redemocratização do País e Michel Temer que respondeu e responde pela interrupção do processo de controle do Brasil pelos petistas, são exemplos dessa afirmação. Tais episódios são marcas desse processo que demonstra a relevância do vice- presidente no processo institucional do País.

Dessa forma a escolha do vice não deve ser apenas para  buscar apoios partidários adicionais ou para agregar apoios financeiros. Há que se considerar sempre a hipótese de que o vice venha  a assumir o mando maior do país e tenha efetivas condições de mostrar que estar à altura do cargo e que tenha a estabilidade político-emocional e a maturidade para vir a administrar os graves conflitos e interesses inerentes à função maior de comandante máximo do País.

Um outro aspecto fundamental a ser considerado diz respeito as propostas que os candidatos tem para o Brasil e, em que cada uma delas se diferencia das demais, efetivamente. Não basta apenas um discurso crítico sobre os problemas e as limitações apresentadas pela gestão pública atual indicando restrições e problemas. Também não agrega nada aquela idéia de que o país requer significativas reformas institucionais sem explicitar a forma como fazê-las. Também é crucial definir as reformas fundamentais e demonstrar quais efeitos poderão ser sentidos, de forma explícita, na proporção em que elas forem sendo implementadas.

Finalmente, preocupa muito o fato de que as pessoas se fixam mais e mais e nomes e homens, muitas vezes sem a preocupação com a capacidade e a competência de cada um dos candidatos em conduzir os destinos do País. Ou seja,  se há clara demonstração de sua habilidade ou talento para fazer renascer sonhos e criar esperança consequente para os brasileiros.

Lula, provavelmente hoje apontado nas pesquisas de opinião como o melhor avaliados pela população, parece que não conquistará uma decisão favorável do TSE para que possa vir a ser definido como o candidato do PT. Em seu lugar o partido deve escolher entre Fernando Haddad ou o ex-governador da Bahia, Jacques Wagner, isto sem que se considerar a surpresa de um nome novo, como o atual senador pelo Acre, Jorge Viana. A possibilidade de o PT apoiar um candidato de outra legenda  parece remota pois tal opção não ajuda a garantir a unidade partidária e não contribui para manter viva a lenda ou o mito Lula, questão fundamental para a sobrevivência dele e da legenda.

Ciro Gomes, pelo seu estilo agressivo, “sem papas na língua”, atirando em todos e em tudo, poderia até ter sido uma opção viável  se a sociedade partisse do pressuposto de que a alternativa eleitoral estaria numa proposta de disputa mais radical e polarizada. Ai sim o embate, em um provável segundo turno, pudesse vir a ser entre Ciro e Bolsonaro. Mas, a natureza autofágica de seu discurso e a quase desconfiança generalizada da população nas suas propostas, talvez retire as opções de alianças que pudessem garantir êxito a candidatura de Ciro.  Bolsonaro, por seu turno, embora mantendo-se, até agora, com um nível de aceitação significativo, talvez seja bombardeado por candidaturas como as de Alkimim, de Meirelles, de Marina Silva e de Alvaro Dias. Também há de se considerar o impacto que os embates frutos dos debates entre os candidatos, poderão ampliar os espaços  de popularidade dos candidatos. E, no caso dele, alguns analistas admitem que ele poderá perder sibstancia e apoios por prrsumido despreparo para a discussao dos grandes tenas nacionais.

Assim,  o segundo turno tenda a se orientar para um candidato que resuma as expectivas dos conservadores nacionais, os chamados . E, nessa perspectiva crescem as possibilidades de Alkimim. E, de outro lado, considerando que Lula tem o nível de aceitação que tem e que transfere, para qualquer candidato que ele apresentar,  mais de 10% das preferências eleitorais, dificilmente  o PT não fará 20% das opções de votos. Assim, Alkimim, ao vir construindo uma candidatura de centro, parece que cairia bem no pensamento do eleitorado nacional, apesar do clima adverso de confronto, de insatisfação, de indignação e até de belicosidade com relação à classe politica hoje experimentado pelos brasileiros. A tendência é que o ex-governador de São Paulo, pela sua história, pelo apoio dos partidos do Centrão, e de ter um forte empresariado interessado em vê-lo comanandando os destinos do Brasil, além de dispor do maior tempo de televisão, tem tudo para representar essa opção centrista.

Os demais candidatos, inclusive Marina Silva, parecem pouco agregarem e pouco mostrarao de viabilidade no processo. A tendência é que se chegue, ao fim da campanha, com duas candidaturas consolidadas. A de Alkimim e do representante do PT , sendo este ultimo,  talvez, representante talvez, das chamadas esquerdas, que não se sabe ainda quem virá a ser.

O fato é que a tendencia  conservadora do eleitorado ficou demonstrada em pesquisa recente onde as pessoas afirmaram preferir a experiência, embora a ética seja uma preocupação essencial, mas que, surpreendentemente, fica percentualmente abaixo da experiência!

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