POR ENQUANTO, NADA DE NOVO SOB O SOL!

 


O Rio continua lindo! É difícil encontrar alguém que não ame o Rio pelas suas belezas naturais, pelo estilo de vida do fluminense e pela total liberalidade no trato, nos costumes e na visão da vida e de mundo que o “carioca” adota. O Rio é tão diferente e tão inusitado que alguém é capaz de ousar denominá-lo como um estado mas, tão somente, como um estado de espírito. Quando se discute o Rio, se fala de sua leveza, de sua informalidade, de sua desconcentração e de seu descompromisso com formalismos de toda ordem. Prevalece, nos hábitos e costumes, uma liberalidade que quebra ou, no mínimo, não respeita regras, conceitos e valores típicos de sociedades tradicionais.

Em face desse ambiente, do tipo de atitude de seu povo e desse excesso de liberalidade é que, talvez, também, ali prosperem, nessa informalidade, os desvios de conduta caracterizados pelo domínio das ações do tráfico de drogas. Mas que, mais que isso, criou-se ali o ambiente propício a organização, estruturação e ação bem estabelecida, do chamado crime organizado. E, o mais grave! Na proporção em que prospera o crime organizado também, como base de sua ação, os chamados valores éticos são subvertidos de tal forma que, contaminando quase todas as instituições, criaram algo que ninguém poderia imaginar que pudesse ocorrer.

Não apenas a prevalência do controle político da sociedade pelo PCC, pelo Comando Vermelho e por outras facções do crime organizado, mas o mais grave é que o Rio passou a ser o símbolo da criminalidade organizada, em todos os níveis. A clara manifestação e exteriorização desse estilo de vida ou de convivência bem como dessa forma de operar a sociedade, ao Rio pertencem os índices, os mais sombrios, da criminalidade no País. É o estado, por exemplo, onde os quatro últimos governadores do estado foram ou estão na cadeia; onde os três últimos presidentes da Assembléia Legislativa foram para o xilindró; dez deputados estaduais também já foram presos; cinco ministros do TCE e um procurador do Ministério Publico também já estão a ver o sol quadrado!

Não apenas o Rio enfrenta esse quadro tenebroso. Qualquer avaliação que se faz com representantes das várias unidades da federação, o discurso é um só. A violência tomou conta e as autoridades, para se preservarem, acertam entendimentos com os próprios grupos do crime organizado, nos vários estados. Na verdade o domínio de áreas ou bairros previamente definidos pelos líderes do crime organizado, estabeleceram locais previamente definidos nos quais o poder público não pode interferir nas relações sociais pois que os líderes do crime organizado já estabeleceram uma lógica de organização e de disciplina das ações comunitárias em tais áreas.

E tais fatos e circunstâncias criam a sensação de.que, nos dias que correm, o poder público admite a sua impotência e mostra a sua incapacidade para o adequado enfrentamento desse que é o maior desafio das gestões públicas como um todo.

O pessimismo com os fatos e circunstâncias experimentados pelos brasileiros se amplia na proporção em que o Supremo, por exemplo, decide, no auge de uma profunda crise fiscal vivenciada pelo país, se conceder um reajuste de 16,5% nos seus já gordos estipêndios. E, o mais grave, tendo a consciência clara que o efeito multiplicador sobre as finanças públicas nacionais será de, no mínimo, 6 bilhões adicionais em função do efeito cascata dos reajustes vinculados ao teto salarial dos , não se sensibilizou. Deixou correr!. E isto é extremamente frustrante e gerador de indignação partindo do ente que caberia dar exemplo maior de compromisso com a causa nacional.

Tais abusos geram reações como as de Bolsonaro ao declarar, publicamente que, na sua perspectiva, o indulto concedido por Michel Temer, caracteriza uma afronta aos brasileiros quando inclui, entre os beneficiários, condenados por crimes de corrupção ou de apropriação indébita de dinheiro público. Aliás, o Presidente eleito começa a descobrir que há muito mais coisas desagradáveis mas que, ele, definitivamente, se propõe a enfrentar. O revisionismo que propõe realizar nas decisões tomadas pelo governo federal, nos últimos quinze anos,  através de decretos, onde se registra um claro viés ideologico, será algo que, se tiver sucesso, poderá descobrir concessões e favores, dos mais variados tamanhos e extensões, que hoje comprometem, de muito, o desempenho do setor público brasileiro.

Há ainda uma série de questões a serem enfrentadas pelo novo governo, desde a forma e as possíveis distorções geradas pela autorização federal para o ingresso de recursos de brasileiros que estavam não legalizados no exterior até a exterminação de projetos como o “Mais médicos” que, apesar de toda a celeuma gerada quanto as suas implicações, está sendo reposto por médicos brasileiros, em menos de 15 dias, sem maiores controvérsias.

Choca a qualquer governante, dentre as chamadas questões menores, contradições que saltam aos olhos como, por exemplo, um estado como o Ceará, subdesenvolvido e com enormes desigualdades de renda e de emprego, com 600 quilômetros de litoral ter registrado 17 mil pescadores, considerando ser uma área com maior quantidade de água acumulada nos açudes, enquanto BRASÍLIA, só contando com um pequeno lago artificial, contar com 40 mil pescadores registrados! Isto não pode ser aceito sem um sério questionamento.

Assim, aos poucos, Bolsnaro vai ampliando a sua indignação na proporção em que vai tendo ciência de distorções, disfunções, desvios de conduta, privilégios inaceitáveis para grupos ou pessoas, doados em função de sua opção ideológica ou partidário, que o Pais do Carnaval concedeu ou permitiu. E, fatos como o ocorrido com um pescador cearense, que foi atacado por barcos chineses porquanto, segundo os mesmos chineses, argumentaram que um decreto da presidente Dilma havia outorgado ou concedido a eles o direito de exploração da pesca em área que, supostamente, estaria em território nacional, choca pela agressão ao interesse nacional. Se for verdade, a tese de que se pretendia tornar o País uma comunidade socialista internacional parece que estaria sendo buscada com desvelo e determinação.

Esses episódios ora narrados estão levando Bolsonaro a uma espécie de indignação diante de tantos abusos, desvios de dinheiro público e privilégios concedidos que hoje explicam o tamanho do rombo nas contas públicas e a elevadíssima dívida pública nacional. Zerar o déficit público; liberar parte do orçamento para investimentos públicos fundamentais; livrar a iniciativa privada de tantas restrições e limitações ao exercício de sua criatividade; e, liberar o ambiente para o exercício justo e pleno da cidadania, são compromissos que Bolsonaro já começa a se estabelecer para o seu período de governo.

 

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