2014 AINDA VAI COMEÇAR!
2014 parece que ainda não começou. É um ano bastante atípico desde o seu início quando o carnaval “resolveu” acontecer somente em março! As festas de final de ano acabaram se estendendo por todo o mês de janeiro e prosseguiram, fevereiro adentro. Assim, somente após os festejos mominos foi que as coisas começaram a andar mas, com certeza, em ritmo de Dorival Caymmi, ou seja, muito devagar.
Claro que algumas escaramuças, alguns escândalos e a divulgação de dados e informes nada satisfatórios sobre o desempenho da economia brasileira, colocaram um pouco de sal no insosso ano. Mas, agora, o que se antecipa é que será um ano muito curto, embora prometendo grandes emoções. Como ainda vai começar, realmente só a partir de agora, é que os fatos e as definições irão ocorrer.
As expectativas econômicas estão dadas e, pelos cenários apresentados pelas mais diferentes fontes, quer internas, quer externas, o país deverá crescer pouco — 1,8% –, a inflação superará o limite superior da meta — ficará acima do limite, ou seja, acima dos 6,5% — o déficit do balanço de pagamentos deverá superar mais de 90 bilhões de dólares — e o superávit fiscal alcançará, no máximo, entre 1,5 a 1,9% do PIB. Adicionalmente, além de ter sido o revisto o nível de desemprego atual — dos 5,1% divulgado pelo governo para os 7,1 pela nova metodologia do IBGE –, segundo algumas fontes respeitáveis, a tendência é que o desemprego deverá continuar a se elevar.
No campo institucional, embora fosse fundamental para elevar investimentos, aumentar a produtividade e promover uma redinamização da economia, a realização de reformas institucionais fundamentais a superar os gargalos nacionais, não existe qualquer possibilidade das mesmas se realizarem pois, não há vontade política, nem visão estratégica dos dirigentes e nem mobilização da sociedade. Ademais, não há percepção de quem quer que seja de que o país tenha qualquer possibilidade de estabelecer um ritmo de expansão próximo aos que os demais emergentes estão conseguindo, sem que se promovam mudanças que favoreçam liberar e libertar as forças produtivas, recuperar a confiança perdida e gerar um novo animo de que as transformações são possíveis e irão ocorrer.
De maneira destrambelhada, a copa do mundo vai ocorrer porquanto os estádios, estão sendo concluídos mal e porcamente; os aeroportos, como é o caso de Fortaleza, ainda não foram terminados — o de Fortaleza só tinha 12,5% concluídos — e as obras de mobilidade urbana, cerca de mais de cinquenta por cento delas, não estarão prontas para o evento. Ademais, faltará internet e wifi nos estádios, por completa incúria do Ministério dos Esportes que, embora advertido há um ano ano de que tal poderia ocorrer, não tomou qualquer providencia. Se se fala nesse instrumento de comunicação é porque, no mundo todo, as pessoas estarão querendo saber o que rola por aqui com seus parentes e com a própria Copa.
Também, no campo da segurança, a tendência do processo é de complicações pois, mesmo no Rio, apesar do brilhante trabalho de constituição das UPP’s, num conjunto que atende a mais de dois milhões de pessoas, os interesses políticos associados ao tráfico de drogas, tentam desmoralizar o trabalho, estimular as populações contra a polícia e gerar um quadro de desorganização generalizada numa área que parecia encaminhar-se para a pacificação. Por outro lado, as manifestações populares, talvez utilizadas para fins politico-partidários, tenderão a criar um clima de intranquilidade que não se sabe se a estratégia de segurança pública, inclusive com o apoio das Forças Armadas, conseguirá mantê-las sem comprometer os eventos da Copa.
No campo dos escândalos, a tendência é que eles aumentem, os envolvidos sejam em numero cada vez maior e que o palco iluminado da CPI possa gerar, não apenas acusações e agressões de parte a parte mas, promova ganhos e benefícios para postulantes, notadamente, à Presidencia da República.
Na área específica da sucessão, os problemas se agudizam pois, não só os embates entre governo e oposição estão se tornando cada vez mais acirrados e agressivos como nas hostes do PT, agora, numa clara manifestação de que o grupo de apoio do “Volta, Lula”, está levando a coisa muito mais a sério que o seu próprio beneficiário e, por incrível que pareça, patrocinador, irrita mais e mais Dilma e pode ser um elemento deveras complicador da sucessão. Dilma, sozinha, sem amigo, sem correligionários e sem defensores, talvez torne-se uma fera encurralada e, caso Lula consiga se tornar o candidato a Presidente em seu lugar, vai comer um dobrado que não se sabe em que tudo vai terminar, pois Dilma será uma Medéia com todo o sentimento de traição e de ressentimentos.
Também não se analisa a questão sucessória dentro da perspectiva da avaliação de cada estado de per si. Se assim se proceder, dificilmente alguém pode acreditar que a reeleição seja possível e viável. Não ganha no Rio Grande do Sul onde Ana Amélia e o PMDB darão um enorme prejuízo a Dilma. No Paraná, os problemas envolvendo André Vargas, Youssef, Paulo Bernardo e a própria Gleisi Hoffman, deixa uma enorme avenida para Beto Richa, notadamente quando se espera que Gustavo Fruet, o prefeito de Curitiba, acompanhe o governador. Em São Paulo, se a situação de Padilha já não era boa, máxime pelo péssimo desempenho do Prefeito Haddad, com os escândalos recentes, a coisa se complica e não há substitutos disponíveis. No Rio Dilma tem cinco palanques e não tem nenhum. Em Minas, Aécinho não deixará de ganhar por larga vantagem. Na Bahia, a candidatura de Paulo Souto, apoiado pelo PMDB de Gedddel e a força do Prefeito de Salvador, aliado aos desgastes de Jacques Wagner e o inferno astral de Sérgio Gabrielli, garantem resultados altamente favoráveis para a oposição. Em Pernambuco, Eduardo Campos dará enorme prejuízo a Dilma. No Ceará, a briga entre os irmãos Gomes e a possível aliança de Eunicio e Tasso, cria complicadores enormes para a Presidente. Até no Pará, as vaias recentes que Dilma recebeu e os projetos pessoais de Jáder, dificilmente darão tranquilidade a candidata de Lula.
Na verdade, pelo que se sente, Dilma só ganha na pesquisa mas, nas avaliações, estado a estado, a situação parece por demais complicado. Até no DF, a tendência é que ela perca de maneira avassaladora pois o seu candidato tem poucas chances de reeleição.
Assim é o quadro e, a tendência é só piorar para os petistas mesmo que, segundo alguns que acreditam na força da grana para ganhar uma eleição e os petistas, segundo dizem, estejam deveras forrados na grana, os tempos são outros e há uma espécie de fadiga do material em relação ao PT . Mesmo assim, as possibilidades, pelo andar da carruagem, não são nada favoráveis A companheira Dilma!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!