Postado em 22 ago, 2019 Deixe um comentário
Há algo estranho no ar. A mídia, diante de sua indisfarçável má vontade para com Jair Bolsonaro, estimula uma discussão inconsequente e sem sentido sobre as posturas polêmicas ou que confrontam com o senso comum, de Sua Excelência! Tal atitude faz com que as coisas essenciais tenham saído de pauta das discussões e dado lugar ao perfunctório ou ao superficial. Ou seja, a mídia tem apenas alimentado a sensação de que ou “seu signo” não cruza com o de Bolsonaro e que a sua cobrança diante das atitudes, palavras e gestos do primeiro mandatário da nação, mesmo sendo a mais dura e impiedosa possível, foge da discussão da pauta dos mais relevantes temas e questões nacionais.
O quadro parece tão somente, fruto de uma teimosia ou de uma “diferença de temperamento” entre Bolsonaro e a mídia, levando a essa troca de farpas e de queixas que apenas alimentariam uma discussão inconsequente e incapaz de prooduzir algum efeito prático visível na perspectiva de qualquer analista político. O que parece a quem analisa o quadro político nacional é que, Bolsonaro, disciplinado quando se trata de preservar os interesses maiores de seu governo, parece agir dentro de um planejamento estratégico de seu grupo de apoio onde a conclusão que se tira é que Bolsonaro muito colabora agindo do seu “jeitão”, provocando polêmicas e discussões, mas deixando que as coisas essenciais do programa de governo sejam tomadas e adotadas sem que se abra qualquer polêmica ou qualquer discussão de maior relevo sobre tais matérias.
A propósito disso, tanto as privatizações seguem o seu curso como o programa de liberalização da economia e a quebra de monopólios estatais andam a passos largos e não se abre qualquer contestação sobre as implicações de tais questões sobre a vida nacional. Na verdade, o que se verifica é que a base técnico-operacional do governo adota as providências para fazer prevalecer as definições estratégicas montadas pelos auxiliares mais próximos do governo, de conformidade com o planejamento definido por Paulo Guedes e outros membros da equipe governamental.
Ninguém é capaz de, avaliando as declarações, no mínimo, inusitadas do Presidente Bolsonaro, “descobrir” se se trata apenas de uma peculiaridade já conhecida do primeiro mandatário da Nação, ou, pelo contrário, se representa uma estratégia do governo objetivando desviar as atencões das complexas medidas para ajuste e equilíbrio da economia que estão sendo adotadas. A propósito, a própria aprovação, em segundo turno, da reforma da previdência, dão a convicção de que o governo não terá maiores dificuldades de aprovar medidas econômicas essenciais e nem as chamadas reformas estruturais tão éxigidas para que a economia consiga um dinamismo maior do que os pobres 1 a 1,5% que se tem verificado nos últimos anos.
Dessa forma Paulo Guedes tem vibrado com o fato de que os debates alimentados por Bolsonaro estão colaborando para os destinos do País pois que não se discutem as questões fundamentais e as transformações institucionais tão requeridas pela nação que estão sendo conduzidas e encaminhadas pelas áreas e pelos executivos maiores do Brasil. Ao contrário fica-se só no perfunctório e o não essencial enquanto o que é relevante vai sendo aprovado sem maiores questionamentos! É isto que se espera que as coisas sigam!
Postado em 31 jul, 2019 Deixe um comentário
Segundo alguns especialistas em linguística bem como os mestres no domínio das línguas latinas, mais, particularmente, no domínio do idioma Português, as palavras medíocre e mediano, são consideradas sinônimas e representariam os mesmos valores e símbolos. Não obstante essa interpretação ou tradução das duas palavras, o fato singular é que a palavra medíocre transformou-se em algo que se situa abaixo do próprio conceito de media e viu o conceito do vocábulo se apequenar e transformar-se em uma afirmação pejorativa sobre as qualidades intelectuais de um cidadão qualquer.
Não obstante essa conceituação negativa da palavra, essa análise se estabelece apoiada em uma situação onde, no sentido estrito ou lato da palavra, o conceito de mediocridade é utilizado. Assim ninguém se surpreenda se o analista incorrer em qualificações do tipo “nem sempre a mediocridade é um atraso”! Tal afirmação é dura, polêmica é questionável. Isto porque ninguém, em sã consciência, admitiria estabelecer como paradigma da forma de organizar a sociedade ou definir o modo de estruturação do poder, a mediocridade!
O que se pode, por exemplo, afirmar é que, no Brasil vive-se uma espécie de era da mediocridade onde nem valores, nem discursos, nem símbolos ou pessoas se sobressaem! Isto porque, por exemplo, tal assertiva fica comprovada diante do fato de não existir qualquer liderança capaz de falar, de manifestar opiniões ou realizar medidas ou providências que surpreendam por se encontrarem bem acima da média e serem capazes de alterar o “status quo”! Assim, quando se olha ao redor, nos dias que correm, não se encontra qualquer líder expressivo no Executivo, na política, na justiça, nem entre os profissionais liberais ou no meio religioso, nem na classe média ou em qualquer campo da atividade humana.
Aqui, desde o Presidente Bolsonaro, os dois presidentes, tanto do Legislativo como do poder Judiciário, não poderiam, em sã consciência, serem considerados como detentores de um talento acima da média e com uma visão estratégica da realidade. Ademais não são capazes de demonstrar que fossem cidadãos acima das exigências e das dimensões dos cargo que ocupam. Pelo contrário! De nenhum deles se espera decisões ou formulação de idéias como a caracterizar alguém que surpreenda, positivamente, sobre o que poderão apresentar como algo diferente do tradicional ou do pensamento mēdio.
Ou seja, não tem mais surgido nomes ou figuras como um Ulisses, um Tancredo Neves, um Aureliano Chaves, um Arrais ou mesmo um Fernando Henrique Cardoso, na politica; ou um Antonio Ermírio de Morais nas atividades econômicas; ou um líder sindical de dimensão de Lula; ou um religioso como Helder Câmara ou um Dom Evaristo Arns ou ainda uma figura ou liderança na classe média, significativamente expressiva, como as de um passado recente.
Também em face da mediocridade que domina o plano nacional, até o debate de temas relevantes para a Nação, não sugere e não se tem a chance de acompanhar discussões sobre, por exemplo, os três mais graves problemas do País que se manifestam de várias ordens e tem expressão maior que são a pobreza, o desemprego, e a violência! Aliás violência essa que se manifesta, em maior significado, no número de mortes ocorridas por crimes, como por exemplo, em 2017, quando 63.400 cidadãos encontraram o seu destino final, muitas vezes pelas mãos de um meliante ou de grupos criminosos organizados.
É por razões que não teriam, como alguém preferiria reduzir, como causa maior, a desigualdade social, mas sim outros elementos e componentes que respondem pela violência que domina todo ambiente nacional. Na verdade, um estado frágil e desorganizado; um total despreparo das polícias agindo sem meios, sem treinamento e sem estímulos especiais, redundam num quadro de quase estímulo à impunidade e permitindo que se dissemine a idéia de que tudo é possível e a presença das drogas, do crime organizado, da corrupção policial são comuns a todas as sociedades e, portanto o País estaria no limite do possível e do tolerável,
Com isto não se formulam políticas públicas capazes de conter a violência no meio de menores adolescentes; a estruturação e manutenção do crime organizado e se permite que se favoreça um processo de omissão diante dos grupos organizados que encontram, por incrível que pareça, até mesmo “colaboradores” entre membros do poder político e público, como um todo.
Assim se não houver um aumento de investimento na área de segurança; se não houver treinamento e qualificação dos policiais; se não ocorrer acesso das forças policiais a treinamento e técnicas modernas de combate à violência e se não ocorrer um real, sincero e honesto envolvimento das autoridades permitindo que a integração de todas as forças destinadas ao combate à tal problema ocorra, perder-se-á em resultados e em eficiência diminuída, que ocorrerá pela falta de planejamento, de coordenação e de controle de resultados.
Postado em 20 jul, 2019 Deixe um comentário
Vencidos os primeiros seis meses do governo Bolsonaro ou os seus duzentos primeiros dias, muito se perguntam o que se pode esperar de ações, de manifestações e de providências do governo conducentes a estabelecer um clima de confiança e de renovação de esperanças de que os grandes problemas e desafios nacionais serão adequada, pronta e oportunamente, enfrentados. O fato objetivo é que o Brasil deixou, com o passar dos anos, que se acumulassem certas dificuldades de monta e que a sua não superação poderia inviabilizar as propostas de retomada de um crescimento econômico que venha marcado por um saudável e possível dinamismo.
Reformas institucionais essenciais; , simplificação e desburocratização do ambiente econômico; redução do excesso de presença da União na vida nacional, fortalecendo a Federação e a autonomia municipal; descomplicação do processo de investimentos com vistas a favorecer o ingresso de capitais internacionais além de aceleração dos processos de privatização de estatais, seriam algumas das providências essenciais a quebrar essa monotonia que o País enfrenta nos dias que correm.
É certo que todas as ações de combate à corrupção e ao enfrentamento do crime organizado, estabelecem um novo paradigma no item segurança no Brasil capaz de estimular a crença de que o País começa a caminhar no rumo certo, máxime quando nessa cruzada contra esses marginais, o processo leva a reboque, não apenas pobres, mas também, e ricos e poderosos, despertando o sentimento de que, enfim, a justiça começa a se fazer presente e a impunidade não mais é regra na condução da coisa pública no Pais.
O que se sente é que os homens de boa fé e de compromisso com o País já começam a perceber que o futuro, já e agora, só se faz com cidadãos que dedicam uma pequena parcela de seu civismo e de seu espírito público para buscar construir as soluções para os problemas e impasses do País. E, nesse processo, o enfrentamento de tais dificuldades exige que se faça com que, muitas atribuições hoje concentradas no poder federal, sejam devolvidas à sociedade civil e que se caminhe para estabelecer o verdadeiro conceito de federação! Ou seja, o poder e as suas ações e implicações, devem estar próximos do povo!
E, por estranho que pareça, apesar de um certo ar de mediocridade que domina a cabeça e a atitude dos atuais dirigentes da nação, algumas iniciativas mostram uma visão reformista e transformadora! Ou seja, algumas propostas já apresentadas mexem com questões que estão a comprometer o exercício da cidadania e que podem estabelecer novos quadros de referência para a expansão e transformação do País. Nesse contexto não são apenas as chamadas reformas institucionais que já estão sendo discutidas no Congresso mas, também, uma série de medidas que demonstram quanto o governo se preocupa com as coisas básicas que interferem no dia a dia do cidadão.
É o caso da proposta de acabar com a miríade de conselhos profissionais onde a maioria não agrega nenhum valor de expressão à vida do associado ou filiado. O governo mandou proposta no sentido de encerrar as atividades de tais instituições por comprovada desnecessidade. E, pasmem, não houve qualquer manifestação classista em defesa de sua não extinção! Da mesma forma outra proposta, essa sobre aquisição, porte e uso de arma de fogo, busca reduzir às restrições ao porte e uso de arma de fogo. E, na esteira da visão mais terra a terra, mais simplista e de fácil entendimento pelo cidadão comum estão controlar as ações, politicas e os eventos, incentivos culturais da Ancine, além da importância de outras medidas que complicam a vida do brasileiro. Também a própria “briga” do Presidente com a imprensa, inclusive contra a Rede Globo, mostram, tais atitudes e outras do mesmo naipe, que são coisas ou procedimentos que apequenam o debate e criam um ambiente hostil para a solução de problemas nacionais.
É claro que as bobagens e impropriedades colocadas a público pelo Presidente não geram impasses e indefinições que possam comprometer o processo de enfrentamento dos problemas do País, embora criem certos desconfortos e obriguem a assessores, ministros e outros agentes do poder público a “interpretar”, desfazer possíveis mal-entendidos e refazer itinerários interrompidos por manifestações precipitadas ou impensadas do Presidente. A questão do confronto com a imprensa e a gratuita declaração que ofendeu os brios dos governadores nordestinos são as últimas manifestações de uma grande infelicidade pronunciadas pelo presidente. E isto só gera espaços, agora minados, para que se processe instrumentos de cooperação entre o executivo e a classe política,
Embora, é bom que se afirme que, “No frigir dos ovos”, a “coisa vai e a coisa anda”, mesmo que, apesar de tais tropeços e confrontos! Não obstante os temores, alguns desses episódios ou traços maléficos que se mostram, com frequência , na sociedade brasileira, de que pode vir a precipitar possíveis tumultos ou até conflitos sociais mostram que mesmo num processo de crise e de instabilidade política, o País consegue continuar navegando.
Postado em 15 jul, 2019 Deixe um comentário
De há muito o Brasil não apresentava indicadores de preços, inflação e juros básicos tão baixos como no atual momento. Ou seja, embora os últimos anos — quase cinco! — tenham mostrado uma economia sem dinamismo e com crescimento medíocre, com um desempenho paupérrimo do PIB, com sérias implicações no emprego e no aumento de desigualdades, comprometendo as expectativas de reversão do quadro, havia sempre uma expectativa de que “o amanhã seria melhor”! Taxa abaixo de 1% ao ano, como deverá ocorrer neste ano, é algo que já não mais surpreende, negativamente, os brasileiros. Talvez apenas aumente a frustração e o desencanto.
E, o que se assiste, como externalização desse estado das artes, são empresas sendo fechadas, investidores desmotivados, um desemprego que atinge 13 milhões de cidadãos e uma crescente informalidade, em quase todos os segmentos da economia. E a tendencia, por enquanto, é que as chances de reversão de expectativas são diminutas. Aliás, hoje a tábua de salvação que se coloca para a reversão do quadro, está nas chamadas reformas institucionais, particularmente, na reforma da previdência. A referida alteração institucional deveria ter sido votada na Câmara dos Deputados até antes do recesso mas, a votação dos destaques transferiu o segundo turno para agosto e, a seguir, a proposta de reforma será enviada ao Senado.
Espera-se que não fique a votação da matéria à mercê do “jogo das vaidades” dos jovens dirigentes das duas Casas e, consequentemente, que o Senado procure demonstrar o seu espírito publico e a sua compreensão do papel real e simbólico que representa tal reforma para que o País retome o animo, o entusiasmo e volte a crescer o seu PIB, como é esperado e que o país precisa. É claro que, de imediato, o que a aprovação da reforma irá produzir será uma mudança no ambiente econômico, abrindo espaços para uma revisão critica da postura dos agentes econômicos
E estes deverão já começar a se manifestar na proporção que indicadores como a movimentação das bolsas e dos mercados de câmbio irão sugerir que um novo tempo estaria ressurgindo no País.
Mas é fundamental que se diga que para se criar um novo clima e um novo ambiente será de relevância maior que a conclusão da reforma trabalhista e indicadores de simplificação e de desburocratização da área tributaria e fiscal sejam anunciadas e já comecem a serem discutidas. Isto porque há muita coisa a ser feita em tais campos bem como devem prosperar as discussões e os debates, relativas as idéias de descentralização das ações do poder publico, favorecendo a sociedade civil, os estados e os municípios. Se tais discussões prosperarem a sensação que se transmitirá à sociedade civil será de que o País estaria abrindo espaços e criando novas e estimulantes perspectivas para novos negócios e investimentos.
As referidas reformas ajudarão a que iniciativas como foi o acordo com a União Européia/Mercosul; as privatizações de estatais em vários segmentos, notadamente nos campos de gás e óleo; a aceleração de medidas destinadas a estimular os investimentos nacionais e internacionais em infra-estrutura física e urbana, além da intensificação do programa de privatizações, serão linhas de conduta conducentes a garantir um choque de dinamismo e modernização à economia nacional. Capitais externos, não apenas chineses e indianos, além dos provenientes da comunidade européia, aguardam a desburocratização e simplificação das relações entre a sociedade civil e o estado, para fazerem a sua incursão ainda mais dinâmica no Brasil.
O que ora se sente é que, este ano será, fundamentalmente, destinado a lançar as bases das transformações institucionais e de adequação do ambiente para que investimentos muito significativos, em varias segmentos da vida nacional, venham a ocorrer. E, é importante mencionar que as manifestações do Presidente Bolsonaro, consideradas muitas vezes inoportunas e inadequadas, não mexem mais com as perspectivas nacionais pois as instituições se colocam hoje acima desses pequenos eventos.
Finalmente os transtornos causados por pequenos problemas no governo e frutos, também, da sua falta de articulação politica, parecem que não serão capazes de afetar e de comprometer o curso de tais mudanças e transformações. Ou seja, a reforma da previdência, a roforma tributária e fiscal e a complementação da reforma trabalhista serão os pré-requisitos para a retomada da expansão da economia. Se se pretender um ritmo mais intenso de crescimento da economia, então serão necessárias medidas adicionais no sentido não apenas da redução do tamanho do estado mas do fortalecimento da federação e a ampliação das atribuições de estados e municípios.
Postado em 5 jul, 2019 Deixe um comentário
Há cerca de quase quarenta anos uma figura emblemática da vida nacional, dentro de uma visão perspectiva moderna, intentava, qual um Dom Quixote, criar as bases da modernidade das relações entre o cidadão e o estado. Helio Beltrão, a quem teve o cenarista teve a honra de sucedê-lo na busca de concretização de seus sonhos — desburocratizar, descomplicar e facilitar a vida dos cidadãos, na relação com o estado. Claro que todo esforço ou ingente esforço exigia paciência, determinação, persistência e a teimosia em continuar sonhando
Postado em 1 jul, 2019 Deixe um comentário
Alguns fatos e circunstâncias atuais do País exibem um panorama que não estimula a qualquer analista da cena política, intentar antecipar para quais destinos possíveis o país está sendo conduzido. Ou melhor, pode ser que. na verdade, por inexistir uma ou algumas lideranças expressivas que intentem balizar os caminhos que o País deva ou precise seguir, viva-se uma espécie de era da incerteza e da insegurança. Não é que se pretendesse que o País houvesse mobilizado os seus talentos e, esses mesmos talentos, agregando espírito público, houvesse produzido os lineamentos que viriam a balizar as políticas públicas com o fito de fazê-las operar as transformações estruturais e o dinamismo econômico requerido pela etapa que vive o País.
Na verdade, esse requinte de expectativas não se coadunaria com uma visão sóbria, ponderada e equilibrada de qualquer analista diante desse momento em que está mergulhado o Brasil. Isto porque, não apenas o seu inefável e imprevisivel Presidente que, segundo a formação do cidadão brasileiro, não atende e não corresponde a visão e o comportamento da sociedade brasileira. Isto porque, por vicio histórico, os brasileiros sempre estão à espera de uma espécie de “Salvador da Pátria”, num sebastianismo que os novos tempos não admitem. A falta de qualquer liderança expressiva, em qualquer segmento da vida nacional, que produza uma ideia, um projeto ou uma proposta objetiva e consistente para atender os problemas e demandas nacionais, representa uma triste realidade.
Para que melhor sejam avaliadas as perspectivas do quadro nacional, é fundamental que se visualize o que ocorre com a atividade produtiva nacional e com o comportamento de seus agentes. O crescimento do PIB esperado para este ano, a partir do que ocorreu com a economia nesse primeiro semestre, crescimento este estimado, ao final do ano passado, em 2,63%, representando uma elevação em relação aos últimos anos e, consequentemente, uma razoável redução nos inquietantes níveis de desemprego, frustrou-se e, no máximo, deverá expandir-se a algo em torno de 0,6 a 0,8%! E o desemprego continuará no entorno do que se sente hoje em dia, ou seja, algo por volta de 12,3 milhões de cidadãos!
É importante lembrar que, na luta pela sobrevivência, a informalidade vem crescendo de maneira perigosa, como uma forma de redução do pesado impacto que a crise está a promover sobre a renda das famílias como um todo. Também, o que ainda mais preocupa é o fato de que tais indicadores de redução ou de encolhimento da atividade produtiva, gere um ambiente de desânimo, de desinteresse e de temores por parte dos agentes produtivos que estão a postergar seus planos de investimentos embora em situação menos dramática do que aqueles que tiveram que fechar os seus próprios negócios.
O governo tem anunciado medidas de restrição de gastos públicos e algumas providências ou apontando fatos que poderão melhorar o ambiente econômico e que, segundo o mesmo governo, tais possíveis ações viriam a reverter as expectativas e criar perspectivas menos negativas para as atividades produtivas. Procura o Executivo demonstrar que os indicadores do primeiro semestre, em relação a alguns agregados como endividamento global e do setor público, além da inflação, tem se colocado abaixo da meta do Banco Central. Ademais, a privatização de algumas estatais e a venda de ativos, como por exemplo, da Petrobras e de outras estatais, além de “fatos novos”, como a recente assinatura do acordo de cooperação Mercosul/União Europeia, seriam suficientes para afastar o fantasma da recessão e abrir novas perspectivas econômico-sociais para o País.
O fato objetivo é que os resultados de tais iniciativas ou eventos em favor da economia, só deverão ocorrer nos próximos anos e não de forma imediata como se esperaria e precisaria enquanto a inquietação e a angústia além das dúvidas e incertezas de empregados e empregadores sobre o que fazer, pressionam e criam esse universo em desencanto que é a cena brasileira. Buscando diminuir o pessimismo é o desânimo que toma conta dos brasileiros, o governo afirma que,s se as reformas institucionais forem aprovadas, então o País voltará a ser o grande espaço para a ação de investidores quer nacionais quer internacionais. Agora, a área de comunicação do governo está tentando transformar a reforma da previdência numa espécie de um condão ou uma espécie de tábua de salvação para o País.
Ledo engano! Que tal reforma e outras básicas requeridas pelo processo de modernização e expansão da economia nacional são cruciais e urgentes, disso não há a menor dúvida. Porém há que se ter consciência de que, além de não serem aprovadas nas dimensões requeridas diante das concessões feitas em face das pressões dos grupos organizados, os chamados “grupos de pressão”, o chamado “time lag” entre a sua aprovação e a geração de seus resultados, não é algo que ocorra de imedito. Assim vive o Brasil uma situação deveras complicada pois são poucos os graus de liberdade existentes para permitir que o entusiasmo e o ânimo renasçam e façam florescer esperanças consequentes para a economia e para a sociedade brasileira. Talvez essa avaliação pessimista não ajude em nada na busca de revisão de tais expectativas. Talvez o concluir que, o quadro não sendo nada bom, não há com acreditar nas possibilidades de sua reversão apenas com a fé e com a liberação de 100 bilhões de reais do Compulsório anunciados, pelo Ministro Paulo Guedes, para irrigar um pouco a demanda.
Espera-se, no entanto, que mais de medidas anti-cíclicas ou medidas destinadas a abrir espaços para novos negócios e ingresso de uma avalanche de capitais internacionais sejam adotadas. A China parece ávida por oportunidades de negócios em países como o Brasil, tanto a partir de investimento em infra-estrutura física como na área urbana, embora os obstáculos burocráticos a dificultar as decisões de investimento dos possíveis grupos interessados, ainda são muito grandes. O certo é que uma ação consistente na área da abertura da economia, desburocratizacão do estado, recriação da federação com a adoção de um significativo grupo de medidas dêscentralizadoras e adoção de medidas práticas de liberalização do sistema produtivo, seja o caminho mais adequado para reverter o quadro. Porém tais medidas providęncias teriam que ocorrer o mais rápido possível pois, do contrário, criar-se-á um ambiente mais do que propício para o aumento das tensões e agravamento do crítico quadro social que, hoje, já se experimente e se vive. Oxalá haja a compreensão de alguns líderes políticos nacionais e a sensibilidade do Congresso para que compreendamque cabe a ele, Congresso, ajudar e não atrapalhar o processo!
Postado em 18 jun, 2019 Deixe um comentário
O horizonte não favorece a que se alimente grandes esperanças de que o país encontre seu rumo e gere perspectivas alvissareiras para a população como um todo! Não existem bons ventos soprando na direção de alternativas de expansão e de crescimento dinâmico da economia e também na direção de bons movimentos políticos que antecipem um quadro de boas notícias no campo das possibilidades de transformação estrutural do País! Na verdade o quadro que se apresenta é um tanto quanto contraditório. As declarações do Presidente são pessimistas na proporção em que ele é confrontado com avaliações críticas a sua forma de governar e, diante das restrições no gasto público, a economia praticamente não cresce. Aliás, está, até agora, a encolher!
Não obstante essas contradições, algumas medidas e propostas do governo, mesmo aquelas muito específicas e pontuais, estão sendo capazes de sensibilizar, a opinião pública e, publicada, positivamente! Todas as ideias e propostas que vão na redução de privilégios, de gastos públicos imoderados bem como todas as ações e decisões que busquem reduzir as quase doações de dinheiro do poder publico a uns poucos privilegiados; tambem as qu visam diminuir os desperdícios ou o que alguns chamam de estímulo à corrupção, estão sendo objeto de discussão e de combate por parte do novo governo. Nenhum dinheiro é liberado sem uma avaliação crítica severa sobre os vazamentos, os exçessos e aquilo que aumentaria os desvios de tais meios de suas medidas ou providências ou de suas funções essenciais.
Cortar verbas da CAPES parece um contra-senso para um país que precisa estimular a pesquisa e os experimentos técnico-científicos e não pode sacrificar os seus projetos de investigação de toda ordem. Mas, a redução feita foi em cima do excesso de dotação orçamentária de tal forma a não comprometer todos os bolsistas que hoje já são assistidos pela entidade. O Bolsa Família sofreu também a redução de seu orçamento básico quando se descobriu que cerca de 500 mil beneficiários eram cidadãos que não atendiam aos critérios básicos para a participação no programa. Assim, examinandos os cortes de gastos, as reduções orçamentárias e os excessos e vazamentos ora combatidos diante do monumental déficit orçamentário previsto, não parece que tais providências venham a comprometer ainda mais o crescimento esperado do PIB. .
Medidas de austeridade não são nada simpáticas porquanto geram restrições, reduzem orçamentos e promovem cortes de programas e projetos afetando interesses ou cortando privilégios. E isso representa uma postura caracterizadamente antipática e cria restrições a popularidade dos governos que as adotam. Mas são essenciais para arrumar “casas em desalinho” e criar as bases para a retomada do crescimento e da expansão da economia.
Assim, passa o Brasil por esse momento difícil porquanto a crise fiscal é muito séria, o endividamento público é muito grande e os graus de liberdade para uma expansão da economia são muito reduzidos. Assim, o difícil dever de casa é preparar as bases para a retomada do crescimento que só será possível com um seríssimo ajuste fiscal e, portanto, com a liberação de parte do orçamento para garantir uma boa alavancagem de investimentos públicos alem da liberalização da atividade produtiva das amarras que cerceiam as fontes de atração de investimentos privados, quer nacionais quer internacionais.
Assim o lançamento do programa de investimentos apresentado pelo já demitido Ministro Santos Cruz, compreendendo 105 projetos ou iniciativas, representa algo a demonstrar que o governo parece saber o que quer e para onde vai. Ao lado disso, as ações propostas pelo Ministro Paulo Guedes, buscando a liberalização da economia, o destravamento de segmentos de infra-estrutura e a desburocratização de processos de autorização governamental para o desenvolvimento de determinadas atividades, são marcos essenciais para que se abram perspectivas para o crescimento do País, se não a níveis chineses, pelo menos próximos aos atuais níveis indianos!
Postado em 9 jun, 2019 Deixe um comentário
As avaliações, até agora, do desempenho do governo, colocam-se em três níveis. Aqueles que reduzem a sua apreciação as manifestações de excesso de loquacidade do Presidente, com visões simplistas embora em consonância ou em coro com o que pensa grande parcela da população. Mesmo que não sejam bolsonaristas por opção ou que tenham votado em Bolsonaro, esse grupo está definido por conceitos tais como — “bandido bom é bandido morto”; “essa classe política é o que há de pior para o país”, entre outros, que, são a cara e o pensamento do Presidente.
Um segundo grupo é daqueles que fazem dura oposição ao governo, representado pelo que sobrou do petismo, do lulismo e da esquerda do País. Dessa forma, representam os saudosistas do que foi o governo petista além daqueles que. Fazem a chamada esquerda tradicional do Brasil.
Um terceiro grupo é o constituído por aqueles que, mesmo reconhecendo as fragilidades de “Bolsonaro e companhia”, acreditam que o desempenho de um governo não é mais determinado, exclusivamente, por quem está à frente do poder. Ou seja, as instituições hoje pesam mais na definição de rumos e na condução das decisões governamentais, do que o personalismo de um dirigente ou de um Presidente. Ou seja, o voluntarismo de um dirigente não mais define os rumos do governo!,
Assim os caminhos escolhidos pelo governo federal, por exemplo, não são mais aqueles que Bolsonaro define mas o que a sua base de poder e de comando do governo estabelece. Para ser mais específico, esse base de comando está na linha do que raciocina Bolsonaro, o seu chamado Alto Comsndo do Executivo que, para ele, está constituído pelo seu vice-presidente, pelos ministros Paulo Guedes e Sérgio Moro além dos cinco generais de quatro estrelas que assumiram cargos estratégicos como os ocupados pelo General Heleno e o General Santa Cruz. Esses são os homens que definem e já definiram as linhas estratégicas de ação de governo e, mesmo com as trapalhadas promovidas pelos filhos do Presidente e pelo pseudo orientador intelectual de Bolsonaro, o filósofo de direita Olavo de Carvalho, esses homens de ouro do governo estão sabendo, até mesmo, administrar esses embaraços que surgem na caminhada.
Se não fora a falta de um bom articulador político do governo que, por certo, já teria promovido um entendimento com as duas casas do Congresso; também se não ocorresse uma espécie de inexistência , até agora, de uma interessante e objetiva estratégia de comunicação social, a situação de Bolsonaro não teria sofrido sequer, queda de popularidade. Aliás, queda relativamente fácil de ser revertida, na proporção em que o governo consiga divulgar as medidas de austeridade fiscal já postas em prática até agora e as providências nas áreas de abertura econômica, estímulos à investimentos em áreas estratégicas e programas especiais de infraestrutura, de exploração de fontes alternativas de energia e de retomada de projetos de desenvolvimento regional, ora em curso.
Na verdade, o governo não tem primado por propor ou apresentar projetos públicos de grande impacto ou envergadura pois, a maioria deles requereria a mobilização de fundos de investimentos, notadamente públicos, que não se coanudaria com a proposta de austeridade fiscal, de redução progressiva do déficit público e de revisão profunda nos gastos, programas e projetos de governo, de tal maneira a voltar aos tempos em que se produziam significativos superávits fiscais. O que o novo governo tem buscado são investimentos internacionais nas áreas de energia, infra-estrutura, entre outras, com vistas ao aproveitamento de enormes potencialidades nacionais.
Ademais, o novo governo tem procurado demonstrar ao setor e a iniciativa privada que está empenhado em reduzir limitações e entraves à propostas do setor produtivo, quer nacional, quer internacional, que se mostrem interessados em explorar potencialidade econômicas do Brasil, em várias áreas. Claro que sendo o Brasil a sétima economia do mundo, com um enorme potencial em face dos recursos naturais, do tamanho do território, de sua população e da massa crítica de transformações econômicas já em curso, apresenta-se, no momento, como um grande campo para potenciais investimentos só prejudicados, em parte, pelos embaraços burocráticos de toda ordem que dificultam o desenvolvimento das atividades produtivas.
O que se sente é que o governo instalado não difere, em muito, dos demais governos dando a sensação de que as ações do poder hoje são mais institucionais do que pessoais e não deve causar temores as manifestações pessoais de um líder sobre temas os mais relevantes para uma nação, pois a base institucional se revela muito mais proeminente e persuasiva do que, às vezes, os presumidos líderes carismáticos. Parece que esse tempo desses homens que, quase sozinhos, mudavsm a história, já se foi.
Assim o que se pode afirmar é que o governo não é mais a cara de quem o lidera e não há porque temer governos que não tem um estadista a sua frente. Os governos hoje são reflexo das bases institucionais que os apoiam e elas não sofrem mais o peso das características individuais dos líderes de plantão. O tempo hoje promete muito mais estabilidade e paz pois as emoções de quem lidera as nações parecem não mais definirem os seus rumos.
Essa parece uma análise otimista do que ora se passa no Brasil onde as declarações de Bolsonaro, os excessos dos meninos e os arroubos autoritários de Olavo de Carvalho não terão o condão de mudar os rumos da história que ora se constrói!
Postado em 5 jun, 2019 Deixe um comentário
Quem aposta no Brasil, no seu potencial e põe fé nas suas possibilidades, tem ficado apreensivo com o que vem ocorrendo nos últimos cinco anos. Estagnação econômica, pobreza política e indiferença dos brasileiros diante desse quadro de quase atraso e, o que é mais visível e preocupante, a manifesta indiferença da população para com os seus destinos. Até bem pouco os brasileiros eram um povo otimista, alegre e entusiasta em relação a vida e ao seu futuro. Hoje, as frustrações acumuladas, notadamente, nestes últimos anos, conduziram, não apenas a incerteza quanto o amanhã, como uma certa descrença na capacidade desse mesmo povo de alimentar entusiasmo e otimismo com o futuro do País.
Na verdade, o que se teme é que o Brasil se argentinize! Ou seja, reproduza o que hoje se passa com a Argentina! Isto porque, ao perder o entusiasmo e a crença nas enormes potencialidades da nação, o itinerário que virá a se mostrar aos brasileiros, será o da incerteza, da insegurança, da descrença nas instituições e da perda das motivações e do entusiasmo de continuar acreditando nas possibilidades econômicas e no papel político, no mundo, que as dimensões continentais do País definem como possíveis! Até bem pouco era o Brasil a sétima economia mundial tendendo, segundo alguns estudiosos acreditavam, que viesse, em breve espaço de tempo, a situar-se entre as cinco maiores economias do mundo. De repente, a quase estagnação econômica tomou conta do País e, pasmem, uma população marcada pelo otimismo e pelo orgulho da grandeza do Brasil num passado recente, essa mesma população, mergulhou num pessimismo que assusta quem estuda possibilidades e perspectivas nacionais.
Daqui, de Luján, na Argentina, onde se encontra o cenarista, diante da exibição de abandono, de descaso e de quase ausência do poder público nesta bela nação; e pelo processo de abandono, de descaso e de desmontagem de estruturas arquitetônicas históricas e de marcada beleza, temem os brasileiros, ao assistir tal processo na Argentina, pelos destinos do Brasil. O que os brasileiros já construíram, mesmo sendo ainda uma obra incompleta e que ainda está “por fazer”, teme-se que tal comece a ser desestruturada e desmantelada pela falta de ação do poder público e pela omissão da sociedade civil de não cobrar das autoridades constituídas, o devido zelo pela manutenção do patrimônio público. A Argentina, que já foi uma das principais e mais dinâmicas economias do mundo, faz, pelo menos sessenta anos, que está mergulhada numa crônica crise institucional que não permitiu que a pátria do tango, do Dulce de Leche, dos churros, do vinho e do “asado”, reencontrasse a sua destinação histórica. Uma bela nação, com uma notável constelação de fatores produtivos e de recursos humanos de boa qualidade, debate-se hoje em seguidas e contínuas crises institucionais e não consegue reencontrar o caminho da expansão econômica com equilíbrio social, como seria esperado e desejado.
Aqui, admirando-se a bela capital portenha, a dinâmica e moderna agropecuária do País e o patrimônio cultural constituído, lamenta-se que a Argentina não seja capaz de superar tal impasse institucional e não retome o processo de modernização e dinamização de sua economia e de sua sociedade, como um todo! Alguns buscam atribuir essa profunda crise as marcas indeléveis deixadas pelo peronismo, que semeou um populismo marcado pela manutenção de um crônico atraso institucional e pela presença de conflitos entre os peronistas e o resto da sociedade argentina. Talvez seja um exagero atribuir-se ao peronismo toda a culpa pelos desencontros institucionais do País. Mas o fato singular é que a Argentina, vez por outra, dá a sensação de que está indo na direção de seu reencontro histórico e, que iria superar a tentadora proposta populista. Mas, ledo engano! As expectativas quase que se frustram totalmente como agora quando, a duras penas, Macri intenta modernizar o País buscando fazê-lo voltar a crescer e intentando promover as transformações estruturais capazes de superar esse impasse permanente que impõe ao País patinar e não se modificar naquilo que é fundamental!
Até quando os brasileiros que sempre foram admiradores dos argentinos, embora sempre com uma ponta de ciúme, não apenas diante da qualidade de sua carne, de seu vinho e de seu tango, assistirão a esse atraso que persegue a sua sociedade ? E, será que os impasses que perseguem os argentinos não se colocarão diante dos brasileiros que ora vivem esse marasmo, essa indiferença e essa quase estagnação? É hora dos brasileiros espantarem esses fantasmas que rondam o seu hoje e o seu amanhã retomando a alegria, a leveza, a descontração e buscando reencontrar o entusiasmo e o otimismo para com esse Brasilzão de samba, de futebol e de Carnaval. Que os brasileiros voltem a crer e apostar no futuro radioso desse País que tem tudo para dar certo. Está na hora!
Postado em 28 maio, 2019 Deixe um comentário
De um modo geral, os contornos do momento e as atitudes e idéias que o caracterizam, tendem a conduzir a elaboração de estudos prospectivos sobre qual será o horizonte que se pode antecipar ou se pode prever para o País, sem incorrer em aberrações, fruto da irresponsabilidade ou fruto das tendenciosidades forçadas por compromissos ideológicos. O momento que se vive, nesses cinco meses de governo Bolsonaro, representa uma experiência que não tende a surpreender nem positiva e nem negativamente qualquer analista.
Isto porque, se de um lado, a mediocridade poderia ser definida como a marca do comportamento e das atitudes do Presidente, por outro, a presença de figuras da estirpe e da dimensão de um Paulo Guedes, de um Sérgio Moro, de um General Heleno Nunes e de alguns de seus ministros, permite que se crie uma expectativa favorável no que diz respeito ä capacidade gerencial da estrutura de poder instalada. Ou seja, mesmo que o que mais a midia explore seja a “loquacidade, ás vezes, impensada” de Bolsonaro, com seus juízos de valor próprios e “terra a terra”, gerando, muitas vezes, declarações intempestivas e, as vezes, até contrarias ao que sua área técnica propõe ou, até mesmo, diante do que determina o chamado senso comum, isto não tem comprometido a confiança e o apoio da sociedade äs opções que os seus assessores estão a propor.
A despeito das manifestações verbais do Presidente e de sua insistente e quase obsessiva busca de fazer declarações que atentam, não apenas contra o bom senso mas, também, contra o chamado senso comum, várias medidas relacionadas ao controle e racionalização do gasto público, a busca de austeridade nas ações do poder publico e as propostas de reformas institucionais, caminham no rumo desejado e esperado pela maioria da população. Claro que além das inopinadas declarações do Presidente e do exotismo das opiniões da Ministra Damares Alves, até o próprio Ministro Paulo Guedes, ao intentar utilizar-se de um mecanismo de pressão inusitado e pobre de estilo, sobre o Congresso — “Se não aparovarem a reforma da Previdencia, eu deixo o governo! — incorre no lugar comum de intentar chantagear a opinião pública e os congressistas. Parece que falta ao próprio Paulo Guedes um mínimo de vivência e esxperiência política para avaliar o atual Congresso e que tendências e rumos ele tende a tomar.
Tavez isto ocorra em decorrência do fato de que inexistem lideranças de peso e expressivas que levem o governo a temer que caminhos os parlamentares tomarão. Mas, apenas, examinando a votação recente e considerada uma das mais críticas pelo governo — a localização do COAF na estrutura de poder! — onde o Governo, sem mobilização e sem atuação política direta entre os parlamentares, perdeu por apens 18 votos, numa matéria de amplo e incisivo interesse dos deputados, demonstra que, com um pouco de articulação e negociação será possível, ao governo, alcançar o necessário quorum a permitir a aprovação de matérias cujo apoio e compreeensão da opiniáo publica hoje parece ser majoritário. Ou seja, as reformas institucionais, a redução do déficit público e as matérias que mudarão, favoravelmente, o ambiente econômico, tem tudo para conseguirem o apoio de um novo Congresso, ansioso por recuperar a “credibilidade” que. se não totalmente perdida, nos dias que correm, está sujeita a dúvdas e incertezas.
Assim, mesmo sendo um tanto contraditório a afirmação que o analista vai fazer, o que se observa, na prática, é que há um notável espaço para a aprovação de reformas e medidas econômicas estruturais tão requeridas pelas circunstâncias e pelas expectativas de retomada da expansão segura e continuada da economia nacional. Ou seja, mesmo com a insegurança e com as incertezas que cercam o que se imagina que será a condução da política econômica nacional, há um clima de que o ambiente começa a desanuviar e certos fatos teimarão em se fazer presentes no quadro das ações econômicas do País.
Ou seja, mesmo com um quadro um pouco confuso, o que se sente é que medidas fundamentais a dar continuidade a certos processos administrativos que já estavam em curso estão sendo tomadas e não se verifica hesitações e dificuldades criadas pela máquina burocrática. O fato é que, apesar de tudo e de muitos, as coisas andam e, se o acaso ajudar, o país não crescerá o que se deseja mas, pelo que se sente, o desempenho da economia e da administração pública do País não será tão frustrante quanto o que muitos esperavam!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!