2014 JÁ CHEGOU!
Diz um ditado popular nordestino que “quem chega primeiro bebe água limpa”. E, parece que foi apoiada nesse princípio que Dilma resolveu trazer a sucessão presidencial para 2013. Talvez, quem sabe, subordinada tal decisão, a três temores. O primeiro deles derivaria do fato de que, com os deploráveis resultados da economia, não apenas em 2012 mas, também em 2011, só para citar uma razão, ela temesse que tal circunstância contaminasse a confiança do eleitorado e, sendo assim, as suas chances de reeleição poderiam vir a tornarem-se remotas. Na verdade, se se observar os dados de confiança dos consumidores, esse caiu, dràsticamente e, até bem pouco, achava-se no entorno dos 70%, hoje não atinge 50%! A segunda razão foi que ela sentiu que, o presidente-adjunto Luis Inácio Lula da Silva, parecia dizer aos mais íntimos que, se o quadro econômico não melhorasse bastante em 2013, ele seria obrigado a ir para o sacrifício e se candidatar à sucessão de Dilma. E isso, com certeza, assustou a Dilma a ponto de, a Presidente ter forçado uma definição pública de Lula de que não seria candidato e apoiaria a sua reeleição. A terceira razão, essa talvez proposta pelo próprio estrategista ou estratego Lula — não se se sabe se uma ou outra palavra já que o ex-presidente não é muito chegado a questões vernaculares — resolveu, antes que Dilma o lançasse candidato a governador de São Paulo, definir que o pior adversário para Dilma ou para ele próprio, seria o Governador Eduardo Campos.
E aí vem todo um jogo de informação, contra-informação, notas plantadas e tentativas de desestabilização das várias candidaturas concorrrentes e, em especial a de Eduardo Campos, já que o estratego Lula acha que, pela sua origem de esquerda, pelo jeitão a la Juscelino, pelo grande executivo que tem se mostrado em Pernambuco e pela grande capacidade de articulação político-partidária,, êle é o único candidato a inspirar temores nos arrabaldes petistas. E isto porque, o velho discurso do PT usado, com eficácia eleitoral contra o PSDB, não pega no confronto com Eduardo. Se no passado foram as condenáveis privatizações dos tucanos, agora, caso a economia não deslanche, João Santana já tem o mote para combater Aécio: os tucanos vão acabar com o bolsa família e todos os programas compensatórios de renda. Privatizações, direitismo, entreguismo, yankismo, elitismo, e outros clichês tão ao gosto do PT contra o PSDB, podem até pegar em Aécio mas, difìcilmente, terão êxito contra Eduardo Campos. Mas as incursões contra o jovem governador, através da mão pesada de Lula, começaram pelo Ceará onde os irmãos Gomes, não apenas decidiram que iriam apoiar a reeleição de Dilma mas, fizeram críticas a Eduardo Campos e Aécio Neves.
As razões que levam a tal caminho político por parte dos Gomes são questões políticas locais. Os Gomes querem fazer o sucessor e, o nome que pretendem emplacar nem é Eunício Oliveira nem o vice-governador Domingos Filho. O candidato “in pectore”é o Ministro dos Portos, Leônidas Cristino. Se Cid apoiar Eduardo, o PT aliar-se-á com Eunício Oliveira e Leônidas Cristino não teria qualquer chance de eleição. Eduardo precisa dar um tempo aos Gomes pois, pelo andar da carruagem, pode ser que Dilma se inviabilize e o caminho dos Gomes venha a ser o seu próprio partido.
Mas Lula, especialista em eleição de postes, quer mais e vai mais fundo na sua notável competência de provocar cizânia como estratégia para continuar a reinar. Outros governadores simpatizantes e aliados de Campos, estão na mira de Lula que continua com o propósito de tirar o tapete do neto de Miguel Arraes. Talvez esqueça de um fato óbvio qual seja, Eduardo Campos tem idade e tempo para esperar talvez até 2018 se porventura não puder se viabilizar agora. E esquecem os petistas que, adotando essa campanha tão pesada contra ele, dificilmente o governador de Pernambuco será um aliado para um possível segundo turno a ser enfrentado por Dilma.
As chances de Dilma dependem, em demasia, do comportamento da economia brasileira. A tendência, até agora, é de uma recuperação lenta e, muito difìcilmente, poderá alcançar um crescimento superior a 4,5 ou 5% que seria algo para compensar os 0,9% desse ano e ficar na média de 2,8% dos últimos anos, considerando o período FHC.
Mas, por enquanto, os policy-makers de Dilma não mostraram o que deve mudar para atrair investidores, mudar o ambiente econômico, promover um aumento na formação bruta de capital, superar os gargalos infra-estruturais, agregar mão de obra qualificada, mesmo através da imigração e gerar maior e melhor disciplina fiscal para que a inflação não recrudesça.
O fato objetivo é que 2014 já chegou com todos os comprometimentos à governabilidade do País, a não distinção do que é fundamental para a economia e o que é apenas jogada político-eleitoral. Por enquanto , tirando a torcida por um papa brasileiro, a criar uma enorme perplexidade num país que é movido a Carnaval, Futebol e Política, só mesmo a antecipação da chamada festa da democracia. Agora o calendário completou-se! A Copa das Confederações está na boca. A eleição federal foi deslanchada e, necessàriamente, os palanques estaduais já começam a ser montados inclusive, com sérios conflitos de interesses já sendo expostos em alguns estados estratégicos — Rio, São Paulo, Minas, Ceará, Mato Grosso do Sul, etc –.
Dessa forma, o jogo começou e, seja o que Deus quiser!
2014 será um verdadeiro jogo de xadrez! As alianças certas serão essenciais. Infelizmente a Dilma parece ainda ter vantagem nessa corrida, pois não acho nada saudável um domínio de um único partido por um período de 16 anos, principalmente se este partido for formado por mensaleiros, falsos lideres, que compram a dignidade e liberdade de escolha com bolsas e bolsas. No Ceará os Gomes estão preocupados, pois sairão do governo e querem fazer o sucessor, sabendo que não será fácil.O PT está ferido com a derrota na capital e Luizianne está querendo um retorno com holofotes e, com certeza, um palanque com Lula e Dilma seria fantástico para a ex-prefeita. O ex-governador Tasso, já demonstrou ter interesse em apoiar Luizianne, caso ele se interesse em voltar ao Senado federal. Um grupo que corre por fora é o do ex-governador Lúcio Alcântara, que tem como uma de suas estrelas o ex-prefeito de maracanau, Roberto Pessoa, que seria um excelente vice para Luizianne. Isso tudo sem falar em Eunicio Oliveira e seu poder financeiro, sendo hoje um dos lideres do PMDB e do governo federal. Nesse jogo de política, está tudo em ” stand by”, esperando a decisão de Eduardo Campos, nordestino, com DNA e juventude. O PT vai ter que se preparar, pois o desgaste vai ser visível na campanha, com certeza, pois o mensalão ainda não repercutiu nada ainda, e vai ser uma ” sopa no mel ” para a oposição , que pode ter Aécio Neves e Eduardo Campos. Neste caso seria segundo turno garantido e muito complicado para dar diagnósticos. A cada dia, mesmo apaixonado por política, fico mais desacreditado, pois nunca deveria ser tratado como um jogo, e infelizmente o é. Espero que os jogadores estejam preparados e sejam preparados. Abraço !