51 MILHÕES DE VOTOS: O FIEL DA DEMOCRACIA

Uma democracia só se caracteriza como presente num processo politico de uma sociedade quando o contraditório pode ser exercido em sua plenitude. Sem a divergência, sem a contradição e sem a controvérsia, tudo nao passa de um arremedo onde, aparentemente, o confronto de idéias , de opiniões e de propostas nao ocorrem no calor das esperadas paixões e das disputas.

No quadro que se vive atualmente no País, existem muitas dúvidas  e inseguranças se esse processo se fará presente, na sua inteireza, diante do que se vislumbra em face das atitudes, das idéias  e do tipo de comportamento adotado pelos governantes de plantãoeu .

Há muitos temores dos rumos que poderá tomar esse segundo termo do governo Dilma. Isto em razão de decisões que já foram tomadas e, indícios muito fortes, sobre tendências de um governo  de caráter populista e que se auto classifica como bolivariano, estatizante e terceiro mundista!

Segundo avaliação e análise do conteúdo das decisões da Executiva do PT que vieram à público, recentemente, a  postura da dita esquerda do partido remonta a teses e linhas programáticas dos anos sessenta, na velha lógica do capitalismo de estado e da construção de uma democracia popular.

Ademais, as medidas relacionadas ao controle da sociedade, desde os conselhos sociais propostos por Dilma, a ânsia de pôr limites à mídia, a estilo da Venezuela, os acordos de cooperação entre o MST e os movimentos revolucionários bolivarianos, a proposta de solução de impasses em termos de ocupação de terras e edificações por meio da mediação a ser exercitada por parte de movimentos sociais, pondo em risco direitos adquiridos, são marcas que assustam os brasileiros!

Se o estado autoritário durou 21 anos, temem muitos que, completados doze anos, os petistas continuem a buscar os caminhos do atraso a estilo de Cuba e  Venezuela para tornar, “a sua revolução”,  permanente. E alternância de poder, esqueça-se, pois o modelo socialista bolivariano não permite espaços para sonhos e para tais veleidades!

E, para entornar mais ainda o caldo, as perspectivas econômicas  do país assustam aos até pouco familiarizados com os meandros da formulação de políticas econômicas e as exigências de aplicação de medidas amargas a serem postas em prática!

Mas esse cenário, se Deus for mesmo brasileiro e os ocupantes do poder tiverem a perspectiva de que, se não mudarem de postura, poderão até mesmo correrem o risco de vir a ser defenestrados de seus postos, isto  poderá ajudar a começar a mudar o quadro e as perspectivas econômicas, sociais e políticas do País!

O governo começa a descer do palanque, parece querer  esquecer que instrumentos de política econômica não tem ideologia e nem cor partidária e, necessariamente, são aplicados com uma certa inclemência quando a situação se torna tão séria quanto a que ora experimenta o Brasil.

Aí estão sendo propostas e aplicadas medidas austeras que, independentemente das preferências eleitorais ou partidárias, fazem parte do cardápio fundamental para por a casa em ordem e reestabelecer o respeito aos chamados fundamentos da economia.

Também os ventos que sopraram no País nas manifestações de Junho de 2013, continuaram fermentando um sentimento mudancista que foi, num crescendo, até alcançar os 51 milhões de votos dados a Aecio Neves agora, não mais representando uma mera opção eleitoral circunstancial mas, a cristalização  de uma proposta oposicionista.

A eleição de um grupo de senadores e a integração de outros já eleitos no pleito de 2010, sem negócios, sem busca de emprego ou de afirmação pessoal, com nome na praça e mais,em busca de história do que de oportunismos ocasionais, vai se constituir na primeira experiência de oposição não conveniente e, o que é mais importante, com cheiro de povo.

E há um sentimento de que esses senadores representam o espírito mudancista de uma população que quase explicitou que estava cansada do jeito petista de ser, de fazer política e de governar.

Se no Senado já se consolida uma posição clara de uma Oposição consistente, competente e coerente e com compromissos com a história, a Câmara promete aprontar com uma Oposição chefiada por um figadal adversário de Dilma, no caso o Deputado Eduardo Cunha.

Independentemente do julgamento que se faça sobre a história e o comportamento da forma de processar a negociação política, eivada de oportunismos, de esperteza e de todo tipo de negociata, os parlamentares da Câmara, forçado ou espelhados talvez pelo que venha a ocorrer no Senado, o que se espera  é que o país evolua, política e institucionalmente e novos tempos venham se abrir para o Brasil.

Se nessa nova reunião do G-20, diferente da última em que o Brasil era saudado como um fenômeno de expansão, de estabilidade e de correção de desigualdades sociais, volta, a Presidente Dilma, quatro anos depois, com um país que conseguiu piorar todos os seus indicadores econômicos e sociais e mostrar agora insegurança, incerteza e falta de perspectivas, talvez ela calce as sandálias da humildade e a ajude a esse verdadeiro processo de reconstrução nacional.

Pelo andar da carruagem, as coisas poderão caminhar no sentido de retomar a estabilidade, o crescimento econômico e o aproveitar as potencialidades de expansão e de garantia de instituições democráticas voltando o Brasil a operar nos limites do que seria aceitável para os sonhos brasileiros.

Será que dá para apostar em tal perspectiva mais otimista?

 

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