E A ECONOMIA, PARA ONDE VAI?
Economistas, empresários e consultores especializados do mercado financeiro começam a mostrar preocupação com os rumos que a economia brasileira poderá tomar este ano. Não apenas em se tratando de um ano de eleições quase gerais, mas também pelo que se “plantou”, em termos de gastos públicos de custeio, no ano passado.
As contas públicas não estão bem e o alcance de um superávit primário de 3,5%, como prometido, somente ocorrerá se houver um sério “aperto” nos gastos públicos deste ano e, mesmo assim, não se sabe se tal meta será alcançada.
Por outro lado, o desempenho da balança comercial, ou melhor, do balanço das transações correntes, já mostra sérias preocupações como ficou registrado em matéria ontem publicada no Correio Brasiliense onde o economista, ex-diretor do Banco Central, Carlos Eduardo de Freitas, adverte para o fraco desempenho da balança comercial brasileira e seu impacto na apreciação do dólar e seu consequente reflexo no câmbio, na inflação e nas taxas de juros básicas do país. Aliás, alguns consultores já admitem que o Banco Central, diante dos dados do IPCA de Janeiro – 0,7% com projeção de tendência esperada do aumento do custo de vida para o ano, entre 6,5 e 9%! – poderá antecipar para março o aumento da taxa Selic, o que não é nada bom para a economia.
O fato é que já há um consenso no mercado de que a taxa final de inflação não ficará no alvo ou na meta de 4,5% e, provavelmente, ficará no limite superior da meta que seria de 6,5%.
E, o que fazer? Já e já atuar nos fatores que induzem aos desequilíbrios fiscais – fazer contenção de gastos públicos de custeio; acabar com as renúncias fiscais que se destinavam a retomada da economia; aumentar o compulsório e adotar medidas destinadas a reduzir a aceleração da economia de modo a não comprometer a estabilidade da moeda.
Não resta a menor dúvida de que o Banco Central continuará atuando no cambio, comprando dólares e monitorando, de perto, a balança comercial e a entrada de capitais externos com vista à cobertura do déficit comercial que deverá alcançar a cifra de 40 bilhões de dólares. A estimativa de entrada de recursos externos é da ordem de 45 bilhões o que, pelo menos, para 2010, deixaria a situação razoavelmente tranqüila, mas, para 2011, a coisa tenderá a ser bem mais nebulosa.
O que é lamentável é que, na disputa eleitoral, mais uma vez, como fizeram FHC e Lula, serão deixadas ao relento as propostas de reformas institucionais, os investimentos em infra-estrutura e logística e a elevação da eficiência na gestão pública. Na verdade, no governo FHC a ênfase foi no saneamento fiscal e externo enquanto no governo Lula a preocupação foi com a descompressão social.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!