DILMA RIDES AGAIN!
O Encontro do PT promete. Como Dilma é uma espécie de “iniciada no bramanismo”, desde os tempos do Val Palmares, do Araguaia, das estripulias cobradas pelas lideranças de esquerda para gerar renda para financiar a revolução pretendida e sonhada, parte do PT a engole, mas tem dificuldade para ruminar e digerir. Dilma passou, após a sua fase revolucionária que, hoje, como avaliada, por muitos petistas, como algo perto do inconsequente, passou pelo MDB histórico e, pelas mãos de Alceu Collares, achegou-se ao anistiado Leonel Brizola migrando, então, para o frustrado processo de recriação do PTB cuja sigla, num passe do estado autoritário, foi cair no colo de uma aliada do regime, a deputada Ivete Vargas. Com isto, Dilma, seguindo Leonel Brizolla, foi bater com os costados no PDT. E, ali, fez sucesso sob à sombra protetora de Alceu Collares, tanto quando este foi Prefeito de Porto Alegre, onde Dilma foi Secretária de Fazenda e, com Alceu Governador, foi Secretária de Minas e Energia. Foi aí o seu passaporte para o futuro.
Com a derrocada do PDT em 2000, Dilma, mui talentosamente e, oportunamente, Dilma migra para o PT gaúcho e, de lá para cá, não precisou esperar três anos, para vir a ser a mulher forte do governo de Lula. Agora Dilma espera ser ungida pelo PT através de todas as suas alas pois, como no Carnaval, o PT se assemelha a uma grande escola de samba, com muitas alas e rainhas. E Dilma, espertamente, já aceitou o projeto de Marco Aurélio Garcia da chamada “Grande Transformação” que, ao atender aqueles mais à esquerda do partido, ficaram atendidos com idéias socializantes e estatizantes. No entanto tal projeto, antes de ser reexaminado, redefinido e readequado aos aliados, está apoiado nos seguintes pontos:
– Criação de uma Comissão de Política Externa, cujo propósito final, seria transferir o centro de decisões de política externa, para o Palácio do Planalto, como sói ocorrer nos dias que correm;
– Plano Nacional de Direitos Humanos que compreende 12 projetos de lei e um sem número de decretos, de portarias, criação de conselhos, etc.;
– Controle social da Comunicação do País o que, cerceia, totalmente, a liberdade de imprensa no país;
– Reforma agrária com ênfase mais na agricultura familiar e menos crédito para o agronegócio;
– Presença mais forte do estado com o fortalecimento das estatais e aumento, significativo, do financiamento público dos bancos oficiais, como forma de estabelecer alianças estratégicas com grandes conglomerados econômicos;
Esta é, em parte, a agenda da grande transformação que o partido deverá discutir quando da sua reunião para a eleição dos membros do Diretório Nacional. Talvez o ponto alto do encontro venha a ser a repercussão da declaração do Chefe de Gabinete do Presidente Lula, Gilberto Carvalho, que, num rasgo de seriedade e honestidade afirmou, em alto e bom som, que “o vício da corrupção entrou em nosso partido”.
E, também para os mais éticos e puristas, a recuperação do poder e do prestígio de atores do mensalão petista, os antigos dirigentes, vai dar o que falar. Os “carinhas” voltaram a falar grosso e a, efetivamente, mandar no partido.
E aí isso nos leva a artigos anteriores nos quais o senhor Paulo Lustosa já nos perguntava: “Onde está a sociedade civil que não faz nada?” E eu volto a perguntar: Onde está Aécio Neves? Será que teremos que combater o mal por meio do tão sem graça e rejeitado José Serra?
Deus nos ajude!