CIRO: “TO BE OR NOT TO BE”, THAT’S THE QUESTION!

Como bom sobralense, marcado e estigmatizado pelo idioma bretão, Ciro vive a mais profunda crise existencial de sua carreira artística: ser ou não ser candidato a Presidente da República. Inobstante os seus arroubos, as suas manifestações incisivas de que, ou seria candidato a Presidente ou não seria candidato a mais nada, Ciro dobrou-se às circunstâncias e, do alto de sua presunção, segundo os seus adversários, deu uma de Imperador Dom  Pedro I: Se é para o bem de todos e felicidade geral do País, diga ao povo que… posso vir a ser candidato a governador de São Paulo! Exatamente da forma e do jeito que queria Lula!

A sua entrevista mais recente, após o seu encontro com os dez partidos paulistas que, neste momento,  estão matando “cachorro a grito”, pois que o governo não tem candidato viável ao governo de São Paulo, diante da “avalanche” Alckmin, abre a perspectiva de que tal hipótese venha a ocorrer. E numa hipótese, embora remota, de Serra partir para a reeleição ao governo do estado, então é que crescem as dificuldades para o PT e para Dilma, em São Paulo. E, diante de tal quadro, cresce a angústia dos líderes ligados a Lula, no maior colégio eleitoral do país, só lhes restando, como única alternativa, a clara indicação de que o caminho é Ciro. E, a esta altura dos acontecimentos, só Ciro seria  capaz de lhes garantir sobrevivência ou sobrevida política. Aliás, tanto tal alternativa serve ao PT e aos aliados, como ao próprio Ciro, pois fecharam-se as alternativas político-eleitorais para ele.

Assim, Ciro está deveras inclinado a atender aos apelos insistentes de Lula e, como é sabido, dobrar-se no sentido de atender às pré-condições, necessárias à reeleição do Presidente do PSB, Eduardo Campos, para Governador de Pernambuco. Então, como tudo vai se fechar nas “águas de março”, provavelmente, Ciro irá “desocupar a moita” e assumir a sua candidatura a governador de São Paulo, muito em breve.

A última e emblemática frase de Ciro foi aquela de que se “for para o bem do Brasil e se o seu partido assim determinar, disputará o Governo de São Paulo”. Mas, Ciro, ainda sonha com a possibilidade de que, Serra, diante dos problemas e dificuldades, resolva abrir o espaço para Aécio Neves e, então, provavelmente, ele seria convidado para ser candidato a vice, na chapa de Aécio. Será possível tal ocorrer diante de todo o seu envolvimento pessoal com o PT? O único caminho que se deve trilhar é esperar e esperar para ver o que vai acontecer. No mais, é só especular! Pois que, “política, como dizia o velho Magalhães Pinto, é como nuvem. Você olha para cima ela está de um jeito. Baixa a vista e quando a levanta de novo, ela já mudou de forma e de posição”.

Um Comentário em “CIRO: “TO BE OR NOT TO BE”, THAT’S THE QUESTION!

  1. Ciro, tal qual Serra, padece do pesado mal da indefinição. A situação do cearense parece a do cavaleiro que espera o cavalo passar arriado, já que não tem chances – ou competência – para preparar sua montaria. Sua posição é tão ambígua que é bem possível que os idos de março venham, mas acabem não passando para o candidato a candidato a qualquer coisa.