A TELEBRÁS RESSUSCITOU!

Para quem não acreditava e não conhece as entranhas desse governo, foi uma bruta surpresa. Mas, não tão surpresa assim, pois os “tempos e movimentos” eram bem sopesados pelo governo.

Então o Presidente Lula decidiu e, parece, não haverá mais caminho de volta. A Telebrás “ressuscitou”, por obra e graça não apenas da teimosia de alguns assessores especiais do Presidente Lula, mas, mais do que isso, em face da omissão das concessionárias de telefonia que não se deram conta de que, se elas não ocupassem o espaço na exploração da banda larga, o governo tomaria uma atitude.

E foi o que ocorreu. Apoiado por idéias que já estavam em gestação no Palácio do Planalto – através dos assessores presidenciais, César Alvarez e André Barbosa – e com o decisivo e entusiástico respaldo do Ministério do Planejamento – através de Rogério Santana, já cotado para ser o novo Presidente da empresa – após uma proposta de plano de inclusão digital do Brasil, elaborada, inicialmente, pelo Ministério das Comunicações, quando este cenarista era o Secretário-Executivo do referido ministério. A idéia básica da reativação da Telebrás é no sentido de comandar uma grande cruzada de inclusão digital no País, através do uso de toda a infra-estrutura de rede que pertence ao governo, levando banda larga a órgãos públicos – escolas, hospitais, postos de saúde, universidades, centro de estudos e pesquisas, etc. – além de oferecer, a qualquer cidadão, banda larga a 35 reais mensais. Claro que esta última opção será exercitada via empresas privadas que, através de processos licitatórios, vão poder explorar o serviço contratado pelo governo. E, já há a previsão de recapitalizar a Telebrás com 3,2 bilhões de reais, dinheiro este que já está disponível nos mais de 7 bilhões não aplicados do FUST (Fundo de Universalização das Telecomunicações). E a universalização da internet ainda será mais acelerada se os governos estaduais reduziram a tributação de ICMS sobre essa faixa de consumidores de banda larga.

4 Comentários em “A TELEBRÁS RESSUSCITOU!

  1. Fernando,

    Você sempre presente no meu site o que muito me honra. Bem, as suas desconfianças em relação as artimanhas do mercado são temores de muitas pessoas. É difícil fazer um juízo de valor sobre essa possível conspiração.

  2. Quando este cenarista se refere a “omissão das concessionárias de telefonia” podemos deduzir que existe a possibilidade de ser algo arquitetado pelas partes: governo e empresários da telefonia do tipo: uma mão lava a outra? Afinal seria muita ingenuidade acharmos que os empresários não previram esse gargalo e a oportunidade de mais lucros. Não consigo crer nisso!

  3. Paulo amigo,

    Bem lembrado! A unica alternativa que restaria seria a devolução de todo o pessoal da Telebrás, cedido, notadamente os cedidos à ANATEL, a sua volta ao órgão. Ganharia o governo pois a Telebrás hoje não dispõe de quadros para tamanho desafio e ganharia a ética pois referidos senhores não iriam atuar como reguladores em cima de uma empresa regulada. O que você acha?

  4. Amigo,

    Uma das questões capitais com a reativação da Telebrás é a situação de seus funcionários. A imensa maioria deles está lotado na ANATEL, em geral exercendo funções de mando em áreas de regulação da Agência. Muitos deles detentores de conhecimento extremamente relevante. Mas como fica?

    Pode um funcionário de uma empresa regulada atuar como regulador em uma Agência Reguladora do setor? Como reagirão as empresas concorrentes dessa “nova velha” empresal, sabendo que a TELEBRÁS possui funcionários atuando na regulação da Agência setorial (ANATEL)??

    Esse caso aparentemente passou ao largo do projeto da revitalização da Telebrás e deve gerar muito ruído neste fim de governo.