A ESTRATÉGIA DE SERRA
Serra age, de maneira bastante inteligente, quando faz a sua investida sobre o Nordeste onde a sua imagem sempre esteve associada àqueles que são contra o desenvolvimento regional. Inclusive, em função de posicionamentos passados seus em relação à SUDENE, aos incentivos fiscais e as ZPE’s. Serra ficou um tanto quanto estigmatizado no Nordeste e no Norte do País. Mas, Serra assume atitude das mais “espertas” no que respeita a sua estratégia de ação político-eleitoral. Serra teve, como primeira ação estratégica, garantir uma boa e confortável posição nos três maiores colégios eleitorais do país, que compreendem 53% do eleitorado nacional. No caso, São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Tanto é que no Rio, mesmo sendo o governador do estado e o prefeito da cidade aliados à Dilma, a última pesquisa mostrava um Serra empatado, tecnicamente, com Dilma. Por outro lado, o cerco que ora Serra faz a Aécio Neves, cuja popularidade em Minas atinge 75% das preferências, parece que será exitoso e, talvez, Aécinho seja o seu companheiro de chapa!
E o que faz Serra no Nordeste, reduto maior de Dilma? Depois de convencer Jarbas Vasconcelos a ser candidato a Governador em Pernambuco, tarefa que foi das mais árduas, pois que Jarbas não queria, sob hipótese alguma, disputar uma eleição este ano, garante, agora, o integral apoio de Tasso Jereissati, no Ceará. Com a divisão na Bahia, provavelmente, Geddel Vieira Lima, não tendo para onde ir como candidato a governador, juntar-se-á ao DEM e ao PSDB e garantirá o palanque para Serra.
Assim, o candidato das oposições, fecha os três mais importantes colégios eleitorais do Nordeste e, com isso, reduz o impacto do bolsa família sobre os seus votos. Como conta com as simpatias do sul do País onde, em todos os três estados é, por hora, majoritário, Serra na sua incursão bem sucedida no Norte onde prometeu o que os amazônidas queriam ouvir, volta-se para o semi-árido com as bênçãos do “Padim Ciço”.
Fernando,
Serra está tentando conviver com os chamados, por Marina Silva, de “consensos ocos” ou “opiniões de circunstância”. Isto porque, sabe bem Serra que é muito dificil pelejar com um mito. É por isto que não se terá debate sério no país, pelo menos, nesta campanha presidencial.
Ao que parece o Serra está se declarando um lulista. Explica-se: bolsa família é uma ideia e tanto, basta ampliá-la, ele está colocando Lula como integrante da história de um crescimento e desenvolvimento do Brasil, já menciona até que é um homem de esquerda (ainda se discuti esquerdas e direitas nesse país!) e o nordeste é prioridade do seu governo. É, não podemos dizer que o impoluto Serra não amadureceu ou, no mínimo, adquiriu malandragem, no bom sentido da palavra. Confesso que não possuo essa capacidade de ser tão politicaemnte correto, talvez por isso não sou candidato a presidência da república!