A CRISE EUROPÉIA PREOCUPA A TODOS!

Barack Obama, desde o ano passado, insistia com as autoridades européias no sentido de conter os excessos de gastos do setor público para garantir todas as conquistas do chamado welfare state. Claro que os europeus, sem maiores preocupações com o crescimento, diante da estabilidade do tamanho e das aspirações de suas populações, tendiam, a apenas, a cumprir os compromissos com os programas sociais e despreocupavam-se com a desorganização das finanças públicas.

Não obstante o pacotaço de 750 bilhões de euros acertados entre as nações líderes da Zona do Euro, as angústias persistem depois de três fatos ou possíveis ameaças. A primeira, de que a Inglaterra em nada participaria do problema mesmo que, por força de contágio, tal crise viesse a gerar uma desestruturação de toda a economia européia, com reflexos mundiais. A segunda, foi a ameaça da França, depois negada pelo próprio Sarkozy, de que se a Alemanha não apoiasse o plano de recuperação econômica de Grécia, Portugal e Espanha, a França sairia da União Européia. E, finalmente, a deflação já se verificando na Espanha e as reações pessimistas de James Cameron, o novo Primeiro Ministro Inglês, e de Paul Volker, o homem forte da assessoria econômica de Obama, quanto ao êxito do programa.

Ademais, chama a atenção de muitos economistas, espalhados mundo afora, o fato de que o impacto inicial do pacote será promover uma redução significativa das atividades econômicas, com reflexos na renda e no investimento e, consequentemente, promover um aprofundamento maior da própria crise. Para outros, notadamente os eufóricos economistas brasileiros, a tendência será que, com o excesso de liquidez na Europa e sem alternativas de aplicação de seus fundos, o Brasil será a bola da vez na atração de investimentos. E, diante das enormes oportunidades de negócios como o pré-sal, as olimpíadas, os jogos olímpicos, os estrangulamentos logísticos, poderá ser o País deverás beneficiado por tal circunstância, embora a preocupação seja também com a redução do comércio externo do Brasil para a Europa, pela queda de sua atividade econômica. É esperar para ver.

Um Comentário em “A CRISE EUROPÉIA PREOCUPA A TODOS!

  1. Devemos concordar com a atitude de prudência recomendada pelo cenarista, no que diz respeito a nos tornarmos o destino de pobres e desamparados capitais que passariam a vagar mundo afora sem destino. Logo no início do texto quando da observação de que os países da Europa estão mesmo é preocupados com a manutenção de seu “welfare state”, o texto indica que a União Européia – e isso já vem de algum tempo – passou a ser uma exportadora de capitais. Se a crise se aprofunda, são justamente estes capitais é que vão deixar de circular, reduzindo o estoque para aplicação em países onde economistas eufóricos insistem em não enxergar o quadro completo da situação.