TÓPICOS AVULSOS: DE DESTRUTIVISMOS, CONSTRUTIVISMOS E REALISMO OBJETIVO
Um amável leitor, que muito honra os responsáveis por este site, diante dos comentários duros aqui colocados em relação à seleção brasileira de futebol, manifestou-se afirmando que as críticas eram sempre destrutivas. Na verdade, muitas vezes, a ânsia de não permitir que a nossa esquadra sofra humilhações – é bom não esquecer que o Brasil é a pátria de chuteiras! – leva a que muitos brasileiros sejam duros na cobrança de um desempenho, da esquadra tupiniquim, de conformidade com a tradição e a história do país.
Na verdade o site pede vênia para discordar do leitor, porquanto não é possível, à luz das escolhas de Dunga e da forma com que o time se apresentou na primeira partida, que alguém, em sã consciência, pudesse mostrar entusiasmo e otimismo com a seleção brasileira. Claro que todos os brasileiros esperam que, a partir da segunda partida, a amarelinha mostre mais disposição, agilidade e, acima de tudo, criatividade.
Se o quadro em relação à seleção é de expectativa de que ela dê, aos brasileiros, a convicção de que terá condições de enfrentar, como o fez, galhardamente, nas eliminatórias, a Argentina, bem como a Alemanha, que, embora tenha tido brilhante exibição, na estréia, contra a fraca Austrália, tendo sofrido, hoje, derrota frente à Sérvia, em relação à economia, a avaliação deste site é das mais positivas diante de um crescimento esperado, para este ano, da ordem dos 7,5 a 8,1%, segundo as estimativas do mercado.
Não obstante tal otimismo, quando se examinam alguns indicadores econômicos do País – inflação, dívida interna, déficit na balança comercial, piora nas contas públicas – além do comportamento do investimento – taxa de 18% sobre o PIB! – bem como os estrangulamentos provocados pela logística de transportes, comunicações e energia – aliados às limitações da oferta de mão de obra técnica -, as advertências são, não de cunho pessimista, mas no sentido de antecipar decisões e medidas que contemplem a sua superação. Não se pode agir como o São Paulo Futebol Clube que acabou excluído o Morumbi de sediar eventos da Copa do Mundo, por não apresentar as fontes de financiamento para bancar as reformas exigidas na estrutura do estádio.
Portanto, providências acautelatórias e medidas antecipatórias a superar gargalos, estrangulamentos e constrangimentos e, acima de tudo, reduzir riscos relativos a possíveis pioras nos fundamentos da economia, bem como dos impactos advindos da crise na zona do euro. E, se possível, agregar estímulos especiais no sentido de aumentar a taxa de investimentos de 18 para 22%, via redução do consumo público ou aumento da poupança externa ou, ainda, uma alteração conjunta nos dois componentes da demanda agregada, são medidas relevantíssimas!
Portanto, o que se diz aqui, não é uma visão pessimista nem tampouco um incontido entusiasmo com o governo ao invés de um sempre incontido entusiasmo para com o país.
São advertências relativas às questões que devem ser consideradas e, portanto, objeto de medidas acautelatórias para que o Brasil não perca as oportunidades do excelente momento por que passa e que pode garantir sustentabilidade de tal expansão, por vários anos.
Americanos e europeus estão desenvolvendo estudos, propondo iniciativas e aceitando amargos remédios com vistas a superar a crise que enfrentam bem como para minimizar os danos às suas economias e às suas populações.
Nos grandes centros políticos do mundo, os estudiosos, os políticos e os policy-makers, cientes de que a crise americana e, agora, a crise do euro, ainda não encontraram elementos que garantam a sua superação e podem ter efeitos maléficos para a economia mundial, como um todo, debruçam-se sobre cenários possíveis para os próximos anos e sobre alterações, de cunho institucional, que poderão ser efetivadas, capazes de alterar os dados da ordem econômica mundial e devolver à estabilidade necessária ao crescimento continuado e sustentável da economia mundial.
Ademais, os estudos prospectivos sobre os rumos da economia mundial mostram que, em breve espaço de tempo, os BRIC’S assumirão a liderança da economia mundial, quando responderão por mais de 60% de toda a riqueza produzida. Tal mudança dos eixos geoeconômicos definirá novos caminhos e alternativas para as políticas econômicas de países, hoje do centro e, amanhã, deslocados para uma posição secundária no processo.
Refletir, ousar aprofundar análises e estudos prospectivos, estabelecer cenários, são atitudes fundamentais para antecipar problemas e fazer as necessárias correções de rumo.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!