JÁ? A DISPUTA ENTRE COUTINHO E MEIRELLES PELA FAZENDA

Nos bastidores da política e, de certa forma, no mercado financeiro, analistas acompanham, com muita atenção e uma dose de preocupação, a queda de braço entre o Presidente do BNDES e o Presidente do Banco Central. Luciano Coutinho, economista da Unicamp e “enfant gaté” da esquerda, preside o BNDES que, de forma mui generosa, distribuiu, além do seu orçamento, mais duzentos bilhões de reais, recursos aportados pelo Tesouro Nacional, para financiar fusões e aquisições de empresas de grande porte no País.

Do outro lado da disputa está Henrique Meirelles, ex-tucano e, segundo a esquerda, anti-desenvolvimentista, monetarista de “quatro costados” e que, através da sua política de juros altos, tem criado limitações para o crescimento do País.

Muita gente ficou tentada a achar que a disputa era mais derivada de visões distintas de políticas macroeconômicas, ou seja, de perspectivas conceituais díspares, marcadas por diferentes formações acadêmicas e por viés ideológicos diferenciados.

Mas, não é nada disso. A briga é para saber quem se situa melhor perante o partido e o mercado para, numa hipótese da eleição de Dilma, definir quem viria a ser o comandante do Ministério da Fazenda.

Ao que tudo indica, a tendência é que, se a briga se acirrar, tem tudo para voltar a dar Palocci, outra vez, no comando da Economia Brasileira, como forma de conciliar interesses partidários distintos e reagir bem a uma expectativa do mercado.