LULA NÃO CONSEGUE SEGURAR O CHORORÔ!

Todo mundo sabe que Lula é deveras emotivo. Todo mundo sabe que Lula ou chora de emoção, ou para fabricar emoção, ele também  chora.  Nessa etapa das circunstâncias e dos acontecimentos, Lula tem chorado em, praticamente, todos os eventos de que participa.

Há duas interpretações para tal comportamento. Lula começa a antever a “hora da partida” e entende que todas as honras, salamaleques e excessos de zelo, destinar-se-ão ao “novo sol”. Ele sabe que “Rei morto é rei posto”. Não importa quem venha a sucedê-lo, se Serra ou Dilma, todos os dois, independentemente de qual seja a avaliação do perfil comportamental do presidente eleito, “sentado o traseiro” na cadeira presidencial, renderá apenas as formais  homenagens de praxe e não mais do que isto.

Ademais, como dizia o grande escritor Albert Camus, “a gente pode se decepcionar com a condição humana, mas nunca descreia dela”. Portanto, Lula tem consciência de que as pessoas, como dizia aquele filósofo do absurdo “assim como são as pessoas são as criaturas”,  farão as honras de estilo, mas, certamente, não a um presidente, mas a um ex-presidente. Não interessa o que Lula fez, o quanto foi responsável pela, se porventura ocorrer, eleição de Dilma ou o que ele representou para o crescimento do PT e o amparo às populações desvalidas.O que vai prevalecer é que, quem estará  no poder não será mais ele, mas ou um adversário ou uma aliada que, certamente, concluirá que ganhou  o pleito por sua determinação, pela sua capacidade de mostrar-se uma sucessora à altura do mestre e por ter contado com um pouco de sua simpatia pessoal para alcançar o sucesso que porventura alcançar. E, assim, Lula mergulhará na mais profunda depressão.

Dizem alguns que Lula se pretende, ao fim do mandato, ser uma espécie de coordenador e articulador, junto aos partidos, de uma possível reforma política no País. A chamada mãe de todas as reformas!  Aí fica a pergunta: Será que Dilma abrirá mão de tal protagonismo? E Michel, três vezes presidente da Câmara, aceitará ficar à margem do processo?

Por outro lado, a atuação de Lula, por mais discreta que seja, acabará transmitindo, pelo menos para os mais próximos de Dilma, que ela ficaria parecendo ao país, uma espécie de boneco de ventríloquo ou marionete na mão de Lula, coisa que o temperamento de Dilma não aceitará. Papel de fantoche para uma “gerentona” como Dilma é difícil de ser engolido por ela e pelos que lhe são mais próximos.

Dizem que Lula, tal qual FHC, criará uma ONG para lhe garantir mais flexibilidade, mais agilidade de movimentação e permitir possíveis incursões internacionais, tipo criar bolsa-família em países africanos, já que os erros cometidos pela sua “diplomacia” fecharam, quase que por completo, as portas e as chances de assumir algum cargo internacional.

Na verdade, o drama de Lula é que só haveria um lugar onde se sentiria confortavelmente bem e não sofreria as angústias existenciais que está hoje a enfrentar: um novo mandato e continuar Presidente. Mas, “agora é tarde e Inês é morta” e só lhe resta chorar as pitangas.