A CRISE AÉREA DE VOLTA?

O pessoal da Gol, notadamente o pessoal que trabalha “em terra”, promete, para hoje, quinta-feira, greve geral! Diz a direção da empresa que estabelecerá negociações conducentes a superar o conflito e, com o apoio das tripulações, conseguirá por os seus aviões no ar. Espera-se que, após o caos da semana passada, protagonizada pela crise de gestão, dentro da própria Gol, oriunda da inadequada montagem da “grade” das escalas e dos compromissos das tripulações, não venha a ocorrer  a tal anunciada greve.

Mas se isto já se apresenta como enorme preocupação dos usuários de aviões, constantemente a sofrer problemas no relacionamento com as companhias aéreas, outros problemas adicionais estão a ocorrer. Não só aeroportos superlotados e com a sua infra-estrutura já estrangulada, como a flagrante agressão à segurança de vôo e ao conforto dos usuários, dentro das aeronaves. O prometido espaço entre os assentos cada vez diminui mais e, como é o caso da Webjet, vergonhosamente, as pessoas um pouco acima da estatura e do peso da média dos brasileiros, não têm como acomodar, com segurança, as pernas e nem tampouco usarem “as mesinhas à sua frente”. Falta o espaço mínimo, entre assentos, prometido pelo Ministro Nelson Jobim.

Na verdade, as companhias aéreas são useiras e vezeiras em descumprirem as determinações da ANAC, como demonstram as reclamações onde, no País, após as empresas de telecomunicações e os bancos, são as companhias aéreas as mais desrespeitadoras do consumidor.

Hoje o usuário não tem para onde ir. A competição entre as companhias aéreas, se derrubou os preços, piorou o atendimento e a qualidade dos serviços. O aumento da demanda, motivada pela redução do preço das passagens aéreas; pelo aumento da renda e pela diminuição da desigualdade de rendimentos entre as pessoas, tem gerado um enorme caos nos aeroportos e um “stress” na sua infra-estrutura logística. Sem rodovias, sem transporte ferroviário devidamente revitalizado e sem alternativas, o que se espera é que, um enorme caos, de grandes proporções, venha a ocorrer. Os investimentos, tão reclamados e exigidos, são realizados de forma lenta e sem levar em conta o aumento da demanda e a precariedade da atual infraestrutura aeroportuária.