UMA SEMANA E TANTO!

Se se fizer um balanço dos principais eventos da semana, essa pode ser chamada de uma semana e tanto! Desde a tentativa do Congresso Nacional de recuperar a sua imagem através de dois gestos — a votação do fim do 14 e 15 salários dos parlamentares e o plano de redução de despesas do Senado Federal — até a renúncia oficial de Bento XVI e seu recolhimento a Castelgandolfo, com o seu dossiê que ainda poderá dar o que falar, passando pela morte de Hugo Chavez bem como por notícias um tanto desencontradas da economia — recuperação da indústria e uma inflação que continua alta — revelam que os próximos dias serão ainda de muita emoção.

Isto porque, a briga pelos royalties do pré-sal ainda não acabou e, apenas, transferiu-se para o Supremo e, os dados revelados sobre dois relatórios — um sobre a educação e outro sobre homicídios — mostram que muita coisa ainda vai ocorrer como rescaldo desses fatos e movimentos ocorridos ùltimamente. Aliás, quanto aos recursos impetrados pelos estados produtores contra a votação do Congresso, êste Scenarium ousa dizer que o STF dirá que, cumprir ou não o Regimento Interno, não atender a prazos regimentais, é questão “interna corporis” da Casa e o Judiciário nada tem a falar.

Na sucessão papal, os italianos tentam recuperar o controle da Igreja através do Cardeal Soldano ou do Cardeal Scola enquanto os americanos esperam a chance de ver ou o cardeal de Nova York como o escolhido ou apostar as suas fichas no cardeal brasileiro Odilo Scherer; na Venezuela, o cadáver de Hugo Chavez definirá muito das tendências de conflito entre os pretensos sucessores do mártir bolivariano porquanto, Nicolás Maduro, Deosdado Cabello , o Presidente da PDVSA e outros menos votados, vão se engalfinhar numa dura luta para colocar-se como o candidato chavista frente ao candidato da Oposição, Henrique Caprilles. A tendência é que o grupo de Chavez, se não sofrer um grande racha, deverá ganhar as eleições como aqui já foi antecipado.

Na economia, talvez os próximos dias possam revelar se, efetivamente, a recuperação da indústria não é apenas, como se uso na linguagem popular, uma “mera visita da saúde” e não uma tendência efetiva de retomada do dinamismo porquanto a redução dos custos de energia elétrica, a redução dos juros bancários, os estímulos fiscais a certos segmentos e a manutenção do dólar no entorno dos dois reais, são elementos que ainda não se sabe se estão ajudando a retomada da formação bruta de capital e, consequentemente, ao crescimento da economia. O que se sabe, apenas é que o agronegócio está bombando e ajudando a reduzir a crise que já se enfrenta na balança de pagamentos do País.

No mais, só a inflação que, aparentemente, reduziu um pouco seu ímpeto em fevereiro – caiu para 0,60 contra os 0,80 de janeiro — embora, sendo fevereiro um mês mais curto, talvez explique tal redução.

O que deverá merecer uma discussão mais aprofundada na próxima semana será a questão desses dois relatórios sobre violência e sobre educação que, só não se mostram mais preocupantes do que os rumos que as disputas relacionadas a sucessão presidencial estão tomando.

Se as disputas, notadamente na definição da sucessão nos estados se acirrarem, as coisas poderão tomar um rumo onde o prejuízo maior recairá sobre a sociedade brasileira onde prioridades vão para o ralo, a economia não sofrerá ações mais radicais para retomar o rumo da expansão desejada e, o balcão de negócios atuará, como nunca, fazendo inveja aos tempos do mensalão. Isto porque, neste ano é que se definem os destinos da classe política nacional, mais preocupada com a sua sobrevivência do que com o conceito que a sociedade faz e fará dela.

Esse é um balanço que se pode fazer da semana que passou onde esses foram os fatos e episódios mais relevantes que deram o tom das discussões e expuseram os interesses à vista de toda a sociedade.

Tirante tais episódios, nada mais a falar a não ser das reações do Presidente do Supremo que, ao continuar a dizer coisas que a magistratura não quer ouvir, acaba se irritando com jornalistas que querem saber a opinião dele sobre a reação dos juízes diante de suas revelações à imprensa estrangeira. Aliás, a tendência é que irão provocar muito o Ministro Joaquim Barbosa e, muito refresco de maracujá deverá ele tomar para que não saia distribuindo pontapés a torto e a direito. Não é que muita gente não mereça mas que muita gente se fará de vítima para irritar ainda mais um homem com dores lancinantes  e paciência muito curta.

Um Comentário em “UMA SEMANA E TANTO!

  1. As UF produtoras ficaram a ver navios no parte e reparte dos royalties. Aparentemente o Legislativo na ansia de dar uma demonstração de força ao Executivo não considerou aspectos importantes como, por exemplo, a Lei de Responsabilidade Fiscal e nem as diretrizes orçamentárias de cada um dos Estados. O Executivo cruzou os braços e mais uma vez pedeu a liderança em um processo onde pareceu cuidar mais de seus interesses arrecadatorios – a Uniāo manteve a maior parte dos royalties – do que dos da Federação.