PAPA: REFORMISTA MA NON TROPPO?

Parece que nem vai se ter um papa profundamente conservador, que não ameace mexer no vespeiro que é a Cúria Romana, como também, não se terá um reformista a la João XXIII ou mesmo como foi João Paulo II. A tendência, segundo muitos vaticanólogos é que, no momento, a coisa entre os cardeais anda meio dividida com, segundo alguns, certo favoritismo de  Angelo Scolla, com cerca de 50 votos e, outros menos votados, como os cardeais brasileiro Odilo Scherer e João Braz Aviz.

Nem parece Angelo Scolla ter esse número de votos, nem se conhece ainda a posição dos cardeais americanos que, até bem pouco pensavam em trabalhar pelo colega de Boston Sean O’Malley, mas que, diante de tantos escândalos na Igreja americana, provàvelmente se digne apoiar um nome latino. E, no caso, a tendência maior seria em favor de Scherer que, em não sendo tão reformista, é relativamente confiável aos conservadores e estabeleceria uma ponta de esperança de que algumas questões fundamentais enfrentadas pela Igreja Católica seriam enfrentadas.

João Braz Aviz, pelo fato de ter chegado em Roma e ter assumido um cargo muito elevado, sem passar pelo processos de “ascensão funcional” , tem um pouco das simpatias dos reformistas por ter feito duras críticas aos problemas relacionados com as gestão das finanças da Cúria e com o Banco do Vaticano.

O que se sente, no momento, é que embora, o Conclave esteja em curso, a probabilidade de haver uma decisão amanhã, parece ser remota pois que, em média, as decisões tem saído em cinco dias de encontro.

Até agora não se sabe qual a verdadeira posição de Bento XVI, embora alguns especialistas hajam já afirmado que o cardeal que seria o seu “enfant gaté”, seria o Cardeal de Milão. No entanto, Bento XVI não será um cabo eleitoral a fazer boca de urna, nem sequer virtual. Também não teria restrições ao nome de Odilo porquanto, sendo jovem, culto, prelado de uma grande, talvez a maior, arquidiocese católica do mundo e, por último, descendente de alemão, resguardaria os compromissos de Bento com a Pátria Amada!

Como há trinta e cinco anos não se escolhe um papa italiano, pode ser que, para quebrar tal sequência, Scolla venha ser o escolhido pelos cardeais. No entanto, se amanhã, na votação, Scolla não conseguir os votos necessários para a sua unção como o novo Chefe da Igreja Católica, então as chances dos brasileiros e, até do canadense, crescerão.

O mais sério desse Conclave é que não se conhece as propostas dos papabili o que impede que o eleitorado, sem direito a voto que são o resto do clero e os fiéis, mostre a sua simpatia, faça a sua torcida e conduza as suas orações para um dos possíveis candidatos.