E A INFLAÇÃO? PARA ONDE VAI?

Um colunista renomado de Brasília, colocou, em seu espaço, que “A Presidente Dilma estava rindo à toa: o preço do tomate desabou, a carne está caindo e outros hortifrútis vão reduzir o preço. A mudança de estação favorece a produção do setor e frustra a oposição”.

Enquanto isto, no mesmo jornal do nobre colunista, as informações são bem distintas do que prega o governa e se expressam assim:  O IPCA-15, o índice ao consumidor, da chamada previsão de inflação para Abril, veio em 0,5%, maior que a estimativa de inflação de órgãos de governo — 0,46% –. A inflação anual atingiu 6,51%, portanto, acima do limite superior da meta. Ainda, no mesmo veículo de comunicação mais um dado do comportamento da inflação: os preços dos alimentos surpreenderam para cima, sendo maior do que previsto (1.0%) atingindo 1,14%! Parece que, diferentemente do que pensam muitos, a inflação não  dá a sensação que vá “slow down” por causa do preço dos alimentos. E, se depender dos serviços, aí a coisa fica ainda mais complicada!

As notícias relacionadas com a retomada do crescimento parece que não são tão auspiciosas assim pois que as manchetes desse mesmo jornal revelam desempenhos nada otimistas, de setores estratégicos.   “Alta da indústria em março frustra CNI. Ficou bem abaixo das expectativas e foi inferior ao observado no mesmo período nos últimos dois anos”. Some-se a tal informações do tipo “cai a venda de cimento. O desaquecimento do mercado imobiliário está fazendo cair a venda de cimento”. E para completar, na avaliação do Correio Brasiliense, de 19/04, “O primeiro trimestre deste ano foi marcado pela desaceleração do consumo”  e “juros altos infernizam famílias endividadas”.

Finalmente, para mostrar um quadro preocupante, o jornal afirma que “20 bilhões de dólares deixam de vir ao País. Suspensos desembolsos de 20 bilhões de dólares em face das indefinições das novas regras do setor de mineração. Os investimentos estão congelados”.   Já um dos principais articulistas da área de economia do mesmo jornal afirma que o  “BC serve azeitona  a quem pedia feijoada, supondo que a inflação  já esteja em regime e perda de peso”.

O que tais informações mostram é que, é muito difícil se conseguir reverter as tendências de alta dos preços e que as medidas adotadas pelo Governo são insuficientes e não conseguirão atingir os objetivos. Por outro lado, com a atual taxa de formação bruta de capital, com as restrições e limitações no ambiente econômico bem como com a desconfiança que assalta os investidores daqui e do exterior — aliás, matéria ampla sobre o assunto foi publicado no The Economist, faz três semanas atrás –, vai ser difícil, até mesmo, realizar as obras de mobilidade urbana destinada aos eventos Copa do Mundo e Jogos Olímpicos.

A questão não é de choradeira ou pressão das viúvas do FHC mas de fatos irrecusáveis de serem considerados porquanto representam a realidade objetiva do País. Claro está que, os novos comunistas do Brasil, os antigos membros do partidão, agora travestidos de ‘MOBILIZADORES DEMOCRÁTICOS”, hão de manter o otimismo e acreditar que, realmente, as coisas vão bem e só tendem a melhorar, a despeito das aves agourenta da direita golpista. Aliás, para mostrar que não se restringe a ouvir só Mantega e companhia, Dilma, agora mesmo, requisitou os préstimos de um grande socialista e democrrata, Mestre Delfim Netto,  para aconselhá-la em como conduzir a sua política econômica para conter a inflação, acelerar o crescimento e ampliar os programas compensatórios de renda, equação que a própria presidente acredita ser possível.

 

Se o cardápio colocado acima já é meio indigesto, só  para meditar durante o final de semana,  enquanto são fechadas as contas a serem apresentadas ao Leão, alguns assuntos podem ser adiantados. Tais como uma avaliação isenta das implicações do projeto de lei que, antidemocràticamente, impede os novos partidos aos tempos de tv e aos recursos do fundo partidário; avaliar  a invasão de Brasília, de forma a atemorizar acovardados parlamentares, pelos índios que, não se sabe se justa ou injustamente,  se consideram os únicos e legítimos brasileiros; opinar sobre a novela interminável do Pastor Marcus Feliciano que teima em permanecer à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados; refletir e ponderar sobre o drama hamletiano do Governo de “socorrer ou não socorrer Eike Batista” que, parece ser algo, segundo fontes palacianas, assunto muito mais grave do que a já esquecida seca do Nordeste, representam temas extremamente interessantes na comemoração dos cincoenta e três anos de Brasília!