BRASÍLIA, SUCESSÃO E A EIKEMANIA DO GOVERNO!

A SUCESSÃO PODE SURPREENDER?

Se o Senado, o que parece improvável ou quase impossível, rejeitar o projeto de lei aprovado pela Câmara que restringe aos novos partidos o acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de televisão, então a sucessão tenderá a esquentar e começará a interessar à população. como um todo.

Se ocorrer o previsto, ou seja, o Senado apenas homologar o que foi aprovado na Câmara, ainda poderá restar um fio de esperança aos potenciais candidatos prejudicados, qual seja, um questionamento e, talvez, se não a rejeição, a reprovação do TSE, mostrando-se coerente e repetindo  a decisão que tomou, quando do julgamento de recurso do recém-criado PSD.

Como este Scenairum está avaliando condicionalidades, imagine-se a seguinte cena hipotética, é claro, a ocorrer no STF. O Colegiado, após exaustiva discussão sobre o Mensalão, decide rever as penas aplicadas nos réus ou procrastina certas decisões provocadas pelos embargos apresentados pelos  advogados de defesa! Tal decisão, além de promover uma frustração enorme no país pois  favoreceria a impunidade levando,  até mesmo, a prescrição de penas ou a mudança do regime de fechado para semi-aberto ou até aberto!

Aí então, qual o também hipotético desdobramento poderia  ocorrer? O Presidente do Supremo, Ministro Joaquim Barbosa, agora mesmo escolhido pela revista Time como um dos cem cidadãos mais influentes no mundo, ao lado do também brasileiro o Chef Alex Atalla, “cheio de soberba”, com dizem os seus adversários, insatisfeito com a decisão do Colegiado, joga no lixo o seu relatório, espinafra o Supremo e reafirma tudo que já disse sobre advogados e juízes e, num gesto trabalhado, renuncia à presidência do Poder.

 

Tal decisão, tomada de chofre e de forma dramática, abre perspectivas para que se especule sobre a sua possível candidatura à Presidência da República com a bandeira do resgate da ética, da decência e do respeito aos valores mais caros aos brasileiros!

 

Arma-se, então agora, para valer, o circo sucessório e, a reeleição de Dilma não será mais favas contadas. E ganhar  por WO, nem pensar! Aí ter-se-á uma campanha parecida com a de 1989, com candidatos para todos os gostos e de todos os perfis. Desde o homem que irá propor um choque de moralidade e decência; passando pela frágil Marina, retomando bandeira tão cara, notadamente  aos jovens, que é a da sustentabilidade; indo na bola da vez Eduardo Campos, questionando a economia e a frustração com os resultados alcançados pela, até agora, pífia gestão de Dilma; a proposta de oposição tímida de Aècinho e, até mesmo, a possível ressureição de Serra como candidato a Presidente.

 

BRASÍLIA,  53!

Submetida a uma competente e não exagerada cirurgia plástica, a coroa mais ainda enxuta Brasilia, aos 53 anos, pode-se afirmar que ainda é bem apanhada e, se quiser, pode voltar a ter muito glamour, provocar suspiros e, quem sabe, viver grandes emoções. Claro que a tal cirurgia, bem concebida, sem excessos e bem estruturada, poderá garantir um transporte de massa eficiente, melhorando, sobremaneira, a mobilidade urbana; propiciar estacionamentos subterrâneos que retirem o caos instalado em suas vias; além de, fazendo jús a sua percepção moderna de qualidade de vida, Brasília  poderá se antecipar e criar programas especiais e, bem sucedidos, de redução do uso de veiculos particulares.

Se se submeter a algumas sessões de psicanálise do tipo moral, talvez consiga realizar a possibilidade de reduzir o preconceito de ser a sede dos esquemas de corrupção e desvios de conduta pública, mais respeitados, pela sua eficiência, do Brasil.

Por outro lado, se conseguir fazer um sério treinamento em governança e gestão, é bem provável que poderá melhorar a qualidade dos serviços públicos, máxime nas áreas de segurança pública, saúde e educação, porquanto tais áreas, apesar dos recursos significativos com que contam, apresentam índices da pior qualidade no País.

Ademais, se se der ao luxo de fazer uma espécie de uma série de  sessões de psicanálise moral, poderá até conseguir reduzir a pecha de cidade sede da corrupção do País.

 

E, se por ventura, for gestado no Congresso Nacional, uma reforma politica que melhore os quadros do Parlamento,  que altere a ética de compromisso dos políticos e o respeito aos valores mais caros ao povo,  no que concerne às suas expectativas em relação aos homens públicos, então a capital do país, será um orgulho nacional, não só pela sua bela arquitetura, mas, também pelos os seus amplos espaços,  as suas majestosas áreas verdes e a sua saudável qualidade de vida. Brasília tem tudo para ser a capital da nova civilização dos trópicos, basta melhorar, os aspectos físicos mencionados e, particularmente,  a sua qualidade moral, tarefa muito mais difícil do que se imagina!

 

SERÁ QUE FOI EIKE OU ALGUÉM MAIS QUE  MONTOU A EQUAÇÃO DE SUA RECUPERAÇÃO?

 

Com o apoio do governo, assessorando-o para sair do buraco, Eike, o ex-oitavo homem mais rico do mundo, parece que encontrou a equação para sair do “imbroglio” em que se meteu. As ações de suas empresas despencaram, de maneira desesperadora, na Bolsa. A confiança nos possíveis êxitos de seus negócios, parece que foi para o brejo.  E, de repente, Eike, o mais rico, o mais assediado e o mais cobiçado homem de negócios do país, virou uma espécie de asmático, de mofético e de leproso, com todo o peso da discriminação associada a  tais epítetos.

 

O problema de Eike é que, nos primeiros momentos de sua ascensão e glória,  foi excessivamente arrogante e pretensioso o que lhe rendeu antipatias que poderia não  ter cultivado. Só que Eike, se puxar um pouco o velho pai, saberá ser humilde, mesmo que uma humildade industrializada, para que todos queiram ver a sua recuperação e orgulharem-se do que ele pode representar para o complexo tupiniquim dos brasileiros!

 

 

Agora o governo federal ajuda a armar a operação que salvará Eike do desastre anunciado. Na verdade representa exagero falar numa quebra geral das empresas do grupo. Mas se  não fora essa intervenção salvadora, os prejuízos seriam capazes de afetar, sèriamente, os ativos reais, não só de projetos, de áreas de exploração e de conhecimentos do grupo, além dos investimentos em andamento. Mas, mais rápido que se possa imaginar, o Pactual, André Esteves, os assessores do governo Dilma e a própria criatividade do grupo, ajudaram a construir uma solução que, diga-se de passagem, tem tudo para dar certo. Eike vende 40% da sua empresa OGX,  a chamada jóia da coroa, a Lukoil da Rússia; acerta a venda de parte relevante de um campo de petróleo, já em quase exploração, para uma empresa malaia e, por fim, a Petrobrás decidiu que Eike, pelo seu empreendedorismo e bem sucedida capacidade de gestão, pode dividir o compromisso de explorar novos campos de petróleo na nova licitação que irá ser lançada nos próximos dias. Pelo jeito que a coisa vai, com a mào generossa desse governo que se volta para os pobres, Eike voltará, em 2015, a ser talvez  um dos 10 mais ricos homens desse mundo velho sem porteira!