ENTRE ENCONTROS E DESENCONTROS!

Um pais emergente tem dessas coisas! Há encontros e desencontros de toda ordem na atividade econômica. O pais acorda, sem saber porque nem como, com dados extremamente favoráveis sobre o desempenho da industria ! E o mais grave é que o desânimo na industria, praticamente bate recordes impensados por todos os agentes proodutivos.

Então, mesmo que represente um dado isolado, circunstancial e específico, quase todo mundo, naquela ânsia típica de sociedades em formação, se anima e acha que tudo mudou e que o pais é outro. Ou seja, as pessoas começam a admitir que “agora vai” e que o País vai tomar rumo. Após a euforia momentânea, conclui-se que o pais é o mesmo; que os estrangulamentos só têm é piorado; que os gestores públicos tem a mesma cabeça e desfrutam da mesma incompetência e, que, o que pode ter ocorrido é que, talvez, a perspectiva do observador é que, provavelmente, tenha mudado.
Ou seja, o que tem mudado no País para que houvesse uma reversão de expectativas? Praticamente nada mudou e, infelizmente, se mudou, mudou para pior. Os problemas tendem a se avolumar e engrandecer. O câmbio, por exemplo, continua na sua volatilidade preocupante; a inflação, mesmo tendo arrefecido um pouco, deve chegar aos 6,51, um doloroso pontinho acima do limite superior da meta! A balança comercial anda muito mal e deve fechar o ano com um déficit monumental. Ou seja, apesar do saudável dado sobre o desempenho da indústria de março para abril, nada define que o ano será de recuperação não só da atividade como da economia como um todo!
Está o País, de há muito, no aguardo que alguns paradigmas sejam mudados para reverter certas tendências e retomar a credibilidade, a confiança e a admiração de empreendedores daqui e de fora. E, por ironia do destino, o Pais tem tudo para crescer e para quase, explodir!

Mas,então, o que falta? Fundamentalmente, que o governo não atapalhe, não crie complicações e não gere embaraços à atividade produtiva.
Está todo mundo aguardando que as PPS funcionem; que as concessões não sejam prejudicadas por um estatismo tolo e que a ideologia não atrapalhe a atração de investimentos internacionais.

Na verdade, por inexistir uma política econômica clara, com objetivos definidos e instrumentos adequados, para uma intervenção necessária e não tumultuada sobre a moeda, o câmbio e a política fiscal, é que crescem as incertezas, aumenta o desânimo e freiam-se expectativas otimistas sobre o amanhã do País.

Ademais, o ambiente econômico não é nada claro, tampouco convincente, para os investidores, quer internos como externos. A imprevisibilidade judicial, a insegurança jurídica e o excesso de burocracia, não garantem as condições mínimas para que se repita, o que ocorreu, nos últimos anos, em termos de ingresso de capitais externos, por exemplo. Os anos de ouro da primeira década do século XXI, permitiram acumular notáveis saldos comerciais e atrair volume expressivo de investimentos diretos que, como é sabido, foram responsáveis não apenas para cobrir os rombos das contas externos mas também acumular um tamanho expressivo de reservas cambiais.

Aliás, a tendência esboçada pelas contas externas, nesses últimos dois anos, é extremamente negativa, na proporção em que, mesmo com a apreciação do real, dificilmente o País conseguirá os superávits comerciais do passado recente. Isto porque a capacidade concorrencial da economia brasileira no mercado externo não depende apenas de um câmbio favorável mas, principalmente, da falta de competitividade de seus produtos.

Ou seja, não se sabe o que pode ocorrer ou o que vai ocorrer na economia do País. Alguns analistas acham que, se o agronegócio se mantiver com o dinamismo atual; se as concessões deslancharem; se os investimentos mostrarem o mesmo ritmo desse início de ano; se os efeitos da redução do preço da energia elétrica, da diminuição dos encargos sociais sobre a folha de pagamento das empresas e do impacto das renúncias fiscais na dinamização das atividades produtivas; se o aumento do salário médio dos trabalhadores continuar se elevando e a taxa de desemprego permanecer baixa, entre outras apostas, é possível que tais circunstâncias ajudem a alavancar um crescimento, já comentado nesse espaço, de mais de 3%. Será que tantas coisas positivas ocorrerão para garantir tais resultados? Se Deus realmente é brasileiro, então é capaz dessa hipótese otimista ocorrer. Mas se Deus estiver cansado de tanta incompetência, insensibilidade e incapacidade de gestão e de governança, então vai o País para os 2,3 ou, na melhor das hipóteses a 2,7% de crescimento do PIB!