CRISE, QUE CRISE?

A LÓGICA DO PUXADINHO!

Por mais que a Presidente Dilma e seus principais auxiliares procurem demonstrar despreocupação com a queda dos índices de popularidade dela e do governo, fica patente o desconforto e, pior que tudo, a incapacidade de devolver tranquilidade e confiança aos agentes econômicos e aos formadores de opinião do País.

O pessimismo sobre o desemprego chega ao mais baixo patamar desde de 2009 e os dados indicam que as pessoas acham que ele vai aumentar (o índice subiu de 31 para 36%). As pessoas também acham que a economia não vai crescer como esperado e que a situação tenderá a piorar na proporção em que a inflação, para os cidadãos brasileiros, irá subir, pois esse índice aumentou de 45 para 51%. A desconfiança externa cresce e a bolsa desaba atingindo um dos seus baixos níveis. Caiu a 49 mil pontos!
Os Fundos de FGTS e de Previdencia caem assustando os pequenos poupadores, ampliando os temores de aposentados e pequenos investidores!

Por outro lado, há uma sensação de que passou, face as conveniências da negociação política, a intolerância contra a corrupção diante de uma certa leniência em relação aos mensaleiros e a volta de politicos já defenestrados pela própria Dilma. Dois diretores do Banco Central pedem demissão e Arno Augustini, o homem forte da Fazenda e do Tesouro, vive maus momentos.

O próprio Delfim Netto, sempre consultado por Dilma, diz que a única maneira de superar o problema será a adoção de uma proposta de déficit nominal zero. Aí é preciso ser muito “macho” para assumir tal idéia e fazê-la operar. Só assim as expectativas negativas, a desconfiança externa e o pessimismo irão diminuir.

E, insista-se, a grande questão para o governo, é como reverter tais expectativas pessimistas e como manter a sensação, notadamente nas classes C, D e E, de bem estar.

Usando uma oportuna expressão de uma respeitável e acreditada jornalista do País, a situação se torna mais preocupante na proporção em que inexiste uma política econômica consistente, coerente e objetiva, tornando as intervenções do governo, pontuais, específicas e limitadas.
Na verdade, o País não tem visão estratégica de longo prazo nem tampouco um planejamento para, pelo menos, um período de governo. Até mesmo a política econômica, antes montada no quadripé responsabilidade fiscal, superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação, hoje opera ao acaso e ao léu.

Segundo Eliane Cantanhede, a lógica da política econômica é a do “puxadinho”, ou seja, se o real se aprecia, o BC intervém e compra dólares. Se a inflação mostra sinais de recrudescimento, então o COPOM auamenta a taxa SELIC. Se o consumo das famílias cai, então mais incentivos para compra de veículos, linha branca, etc.

E, por detrás de tais ações emergenciais, intempestivas e precárias, está apenas, a preocupação com a queda de popularidade de Dilma. É assunto que ainda vai tomar muito tempo dos analistas, da classe política e dos pretendentes a Presidência. E aí estarão os partidos e os seus líderes, reexaminando posições, alianças e alternativas para se posicionar frente as suas expectativas de poder.

VIOLÊNCIA E INSEGURANÇA: ATÉ QUANDO?

Se o assunto crise econômica ainda vai consumir tempo e interesses os mais variados, a questão da insegurança está se tornando algo incontrolável. Qualquer mobilização popular está se transformando em eventos que desnudam a falta de políticas públicas adequadas para o enfrentamento do problema.
Está aí São Paulo, em situação dramática pela elevação estúpida dos índices de criminalidade e violência de 2012 pare cá. Santa Catarina, com os incêndios criminosos de ônibus e demonstração de que o crime organizado enfrenta as autoridades constituídas, sem destemor é outro exemplo que assusta. O Ceará mostra uma quase situação de pânico pois, a escalada de violência atinge níveis incontroláveis e, o proprio governo, faz um mea culpa e diz que, apesár dos seus pesados investimentos no setor, a situação tendeu a piorar.
Atribuem, no caso do Ceará, o domínio do mundo das drogas patrocinando o crime, as chacinas e a ousadia dos bandidos frente à polícia. E, não houve Ronda do Quarteirão que minimizasse o crime. E o que fazer se, a nível nacional, não há políticas e ações específicas?

E A QUESTÃO REGIONAL? FOI PARA AS CUCUíAS!

Se os dois temas já discutidos representam uma agenda pesada e difícil a ser encaminhada pelo país, os nordestinos estão fulos da vida pela inexistência de uma política de desenvolvimento regional, notadamente diante da impiedosa seca que se abateu em 2012 e 2013.
Por outro lado, a não agilização dos investimentos estruturantes prometidos para a área; as oportunidades que não podem ser aproveitadas, pela falta de infra-estrutura adequada, nas áreas de turismo, plataforma de serviços, pesca em cativeiro, flores e frutas tropicais, exploração de fontes alternativas de energia; o andar, num enorme sem-vontade da União, dos projetos da Transposição, da Transnordestina e dos investimentos em petróleo e siderurgia, geram a enorme desconfiança de que o governo nada tem na cabeça, nas intenções e nas ações, projetos e providências destinadas a enfrentar o problema do atraso regional.
Aí está a seca, no aguardo de uma estratégia de convivência pacífica; as refinarias da Petrobrás que, de tantas promessas de prazos não cumpridos, já estão sendo chamadas pelos cearenses, de refinareias; os prometidos estaleiros, e, as obras já mencionadas, que patenteiam a precariedade do compromisso e da seriedade com que o Governo Federal trata os nordestinos!

E, para qualquer analista, se se juntam tais elementos de crise, a possibilidade de que a queda da popularidade de Dilma seja uma tendência, é muito significativa. E, aguarde-se pois Lula, o Salvador da Pátria, já se credencia para, diante do malogro do “poste”, voltar a dar luz!

3 Comentários em “CRISE, QUE CRISE?

  1. Eu sou e sempre fui de Brasília e me orgulho muito disso. Quando aqui cheguei, as pessoas eram menos BÓCIAS e sabiam, pelo menos, escrever CEPLAC e ter mais respeito pelas opiniões dos outros.

  2. Se fosse tão inteligente como fala não estaria rebaixado para CPLAC …..Brasília não foi feita para vc! ANTONIO SIQUEIRA ASSREUY

  3. Curiosa a insistencia do Governo e da Midia em utilizarem o ano de 2009 como base comparativa para a atual situação da economia. A quem interessa isso? Lembramos que em 2009 o governo Lula atingia seu auge em termos de indicadores de céus de Brigadeiro e de mares de Almirante. A situação era tal que o Presidente lançou um poste, no qual ninguém acreditava, para a sua sucessão e aqui estamos em 2013 discutindo a reeleição do, então, poste. Qualquer comparação de governos, deveria ser mais cuidadosa e utilizar números que nos permitam avaliar os indicadores ao longo do tempo, pois se continuarmos a tratar a cidadania desta forma, em breve teremos que fazer o bolsa inteligencia para tirar a população de baixo da linha da ignorancia.