SINUCA DE BICO!

O País vive uma verdadeira sinuca de bico. A mãe de todas as reformas, assim chamada a reforma política, depende, para ser concretizada, dos políticos. Mas os políticos são surpreendentes. Quando se espera que tenham ouvido o recado das ruas; tenham refletido sobre os dados da pesquisa da ONG Transparência Brasil, onde 81% das pessoas acham que “os partidos políticos são os mais afetados pela corrupção” e “72% dos entrevistados acham que os deputados e senadores são também afetados pela corrupção”; e, tivessem atentado para um mínimo de compromisso com a ética da responsabilidade, eis que …

Não conseguem ser o personagem do livro a prostituta respeitosa” do romance de William Faulkner!

Os voadores dos aviõezinhos da FAB continuam com as suas explicações pouco convincentes; o Senado rejeita a PEC dos senadores que definiria que existiria apenas um suplente e este não poderia ser parente até segundo grau; a Câmara ainda não votou a versão final do fim do voto secreto; o Presidente da Câmara corre até a Comissão que examinava o mérito de uma questão fundamental ao Congresso que é a votação do Orçamento Mandatório e, pede para a votação ser adiada; e, finalmente, os líderes acham que a reforma só deve valer para 2016, além de outras licenças nada poéticas! Aí a coisa parece que não ter jeito mesmo!
Por fim, quando a sociedade está querendo acreditar que o Parlamento, como instituição, estaria sendo capaz de se rever, de se reinventar e deixar de ser a Geni do País, eis que todos se frustram com as atitudes tomadas.

Parecem que todos os políticos acham, à exceção dos Pedro Simons da vida, que os protestos das ruas passaram ou passarão e não voltarão jamais! Ledo engano. Isso é “como fogo de monturo” e, pelo que se acreditam serem as causas da insatisfação, a coisa continua ardendo por baixo do monturo!

As redes sociais deverão montar campanhas do tipo “não reeleja ninguém que está no mandato” ou, “não aceite parentes em até segundo grau de político no exercício do mandato como candidato a qualquer coisa ou “vamos votar pelo fim da reeleição, das coligações proporcionais e pelo voto obrigatório” e outras campanhas mais!

O povo é bobo mas nem tanto! Collor sabe disso e Dilma está começando a provar desse amargo sabor, notadamente agora quando se avolumam más notícias sobre a economia vindas de fora e produzidas aqui dentro. E, ainda, quando ela sente quão isolada e quão abandonada está por todos que a cercam no poder.

Talvez após o encontro com Lula, Dilma resolva tomar algumas atitudes que possam recuperar o prejuízo perante a opinião pública, como por exemplo, as tais medidas tão reclamadas como a substituição da equipe econômica, da ‘tchurma” da articulação institucional do Palácio; o pessoal da articulação institucional no Congresso; o terceiromundismo do Itamaraty; o excesso de apoio ao Mercosul além de um acordo para que os governadores e prefeitos de grandes centros, toquem as obras do empacado PAC!
E, talvez Dona Dilma aprenda um pouco, com o “encantador de serpentes”, como levar os parceiros na lábia e, como enganar, a própria sociedade, com uma mão no ombro, um passar a mão na cabeça ou uma promessa de que o amanhã será melhor!