SEM FRANCISCO, QUAL SERÁ A AGENDA?
Foi-se Francisco que, com a semana passada entre os cariocas e brasileiros, ficou íntimo do País e da sua permanente informalidade. Seduziu a gregos e troianos, com sua palavra simples mas cheia de conteúdo. Sem se passar por ex-cathedra, deu lições de sabedoria e de humildade. Cativou a todos e deixou um enorme vazio em um país que, aligeirado no buscar caminhos alternativos para os seus problemas, só a sua presença, fez com que o país já começasse a acreditar que tudo iria melhorar e, que, de fato, Deus era, realmente, brasileiro!
Todo mundo acha que, se os corredores do Vaticano metem mais medo a Francisco do que a violência das ruas e, se, porventura, a Cúria Romana não atrapalhar o seu itinerário, o Papa Francisco poderá ser tão revolucionário nos métodos, nas visões, nas políticas e nas perspectivas para a Igreja Católica, quanto o último papa que buscou redirecionar a Igreja para os mais humildes, para os discriminados, para os esquecidos, para os órfãos da vida, da sociedade e dos governos! E esse foi Ângelo Roncalli, o inesquecível João XXIII!
Passada a euforia dos tempos papais, o País se volta para o seu dia a dia, para os seus problemas e, de maneira preocupante, para o pessimismo que domina os sentimentos dos brasileiros, como um todo. E esse clima pesado, não é apenas pelo amontoado de más notícias no campo econômico, mas, pela perda de confiança de consumidores e investidores e, o pior que tudo, por não se dispor de nenhum rasgo de esperança de que o governo saiba o que fazer para superar tantos desafios.
A base de sustentação do governo está se desmilinguindo. O PMDB, ironicamente, consulta as suas bases para saber se tem sentido manter a aliança com o PT para 2014! O Líder na Câmara, do mesmo partido, indagado se o partido estaria deixando o governo, diz, quase, na forma de deboche, que “ainda estamos tentando entrar”. Michel Temer faz um jogo pendular na proporção em que não encontra prestigiamento por parte de Dilma e é cobrado, pesadamente, pelo seu partido, para que exija o pagamento da fatura que o governo deve ao partido. Os demais partidos da aliança — PDT, PSD, PP, PDC, PSB, entre outros — já informam que estão repensando as suas estratégias e alianças e que 2014 está longe para que se façam compromissos, agora!
Enquanto isso, a agenda do Governo do Congresso, notadamente da Câmara, busca um difícil apoio, não só para a aprovação da LDO — Lei de Diretrizes Orçamentárias — mas para que os seus vetos apostos a projetos do tipo o que extingue a multa de 10% sobre o FGTS, relativos a demissão sem justa causa e o que alterou a divisão dos royalties do petróleo pela Câmara, sejam mantidos. Probabilidade extremamente remota, nos dois casos!
Por outro lado, o Prefeito Fernando Haddad quer criar mais um imposto provisório sobre a gasolina para bancar o passe livre! Além do total despropósito de aumentar impostos, diante da elevadíssima carga tributária que já chega a 36% do PIB, fica irônico, haja visto que, no Brasil, tudo que é provisório se transforma em permanente — multa de 10% sobre o FGTS; CIDE; CPMF, etc –. A idéia é tão absurda porquanto o povo não quer passe livre — estudantes já têm meia passagem; idosos e cadeirantes, gozam de passe livre; policiais e funcionários das empresas de ônibus, também; e, o restante da população não paga passagem dos transportes de massa, já que o vale transporte paga por ele! O que todos querem, isto sim, é melhoria da qualidade dos serviços prestados pelos transportes urbanos de massa!
Finalmente, com toda a crise no ar, a popularidade de Dilma continua a despencar e, mesmo assim, ela se mantém dizendo que não vai reduzir o número de ministérios; que Lula não vai voltar para o governo pois ele nunca saiu e, pasmem, reafirma a confiança na competência de Mantega!
Diante disso, o que fazer para retomar o otimismo e a confiança no País? A Oposição não consegue mostrar nada de novo e não apresenta idéias e sugestões para enfrentar os atuais desafios, o que gera um desalento ainda maior.
Será que o País não conseguiria uma figura de credibilidade como esse economista chinês que assegura, sem pestanejar que, ao contrário do que pensa o mundo todo, a China irá crescer 8% nos próximos 20 anos? Isso já seria um alento pois a China crescendo, os Estados Unidos retomando o dinamismo, o euro saindo, pelo menos, um pouquinho, da crise, o País pode sonhar que as coisas possam vir a melhorar!
Da mesma forma que, aqueles que hoje não acreditam na competência do país para enfrentar os desafios que as ruas colocaram, será que não daria para rever tais conceitos diante da capacidade demonstrada, recentemente, pelo país, para fazer os estádios de futebol, para promover eventos como a Jornada Mundial da Juventude e a Copa das Confederações, sem esquecer a organização magistral que são as escolas de samba em termos de gerência, harmonia e disciplina?
Se se codimentar esses ventos potencialmente favoráveis com um possível êxito do leilão do Campo de Libra, das licitações das concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos, além de mudanças no marco regulatório da mineração e no ambiente econômico para a atração de investimentos, gestão e tecnologia externos, então as coisas poderiam mudar de prumo e de rumo!
Ou não?
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