MUITA LENGA-LENGA E MUITA CONVERSA MOLE!
Ficou difícil fazer comentários nos últimos dias sem se escorregar para conclusões óbvias ou repetições de assuntos já amplamente explorados pela mídia.
A conversa da tal da espionagem do Brasil, da Dilma e da Petrobrás, parece que se não se esgotou em si mesma, esvaziou-se por total desinteresse de quem quer que seja. Parece piada a perplexidade exibida por muitos politicos de “que não se tinha conhecimento de há quanto tempo os americanos espionam o mundo todo”, máxime onde há algum interesse econômico ou alguma possibilidade de gestação de algum tipo de insegurança estratégica! De longas e priscas eras os países hegemônicos adotam tais procedimentos. Na Guerra Fria, a ex-União Soviética, EUA, Inglaterra, entre outros, assim procediam! Como se pode concluir, a tendência é que americanos, russos, ingleses e, agora, chineses, continuarão espionando. E, na proporção em que as nações, de protagonismo internacional, não tenham nenhuma política de segurança da informação e não disponha de instrumentos para gerar as suas próprias informações estratégicas, não apenas na área de segurança, de controle de espaços, de fronteiras, de dados atmosféricos e suas forças armadas não estejam aparelhadas para acompanhar ou pelo menos, procurar saber o que estão espionando o Brasil, essa LENGA-LENGA vai ser frequente e usual. Por outro lado, a possível e alegada espionagem tecnológica ou industrial soa como piada, pois é muito difícil por aqui haver algo tão revolucionário em curso, a não ser, talvez, quem sabe, a tecnologia de fazer a bomba atômica …
Deixando de lado essa pobre discussão, o fato mais interessante da semana foi, com certeza, a declaração da Presidente Dilma, na antevéspera do 7 de setembro, ao dizer que, na economia, “o pior já passou”! E a a gente se questiona se faz sentido tal observação pois o que fica no ar é, o que ocorre coma responsabilidade fiscal se as finanças públicas estão em frangalhos e o superávit fiscal não pagará os juros da dívida? E o desequilíbrio externo que hoje é o maior dos últimos anos e não se enxerga perspectivas de melhora do quadro? A inflação que continua batendo no teto da meta e com muitos preços administrados represados? E O velho PAC que continua empacado?
Por outro lado, as concessões parecem que enfrentam complicações para se viabilizarem. E a desvalorização do real continua, apesár dos esforços do Banco Central e da queima de enorme parcela das reservas cambiais do País. E o pibinho, oh! vai ficar menor do que Mantega imaginava no começo do ano!
Ainda no quadro de referências da pobreza da semana, não desmerecer o conceito que o povo faz da Instituição, a Câmara dos Deputados segue o seu itinerário de desmoralização. Depois do caso Donadon, votou o fim do voto secreto que, parece que combinado com o Senado, a outra Casa já antecipa, através de seu Presidente, que só deve prevalecer a idéia do voto secreto quando for para a cassação de mandato de parlamentar. Ademais, outras propostas no sentido de recuperar a credibilidade perdida da classe política, as outras matérias, com o mesmo interesse, até hoje não foram votadas, como é o caso da proposta que transforma em crime hediondo os crimes de corrupção!
A lenga-lenga do Caso Molina continua no ar. Agora os bolivianos entregaram toda uma documentação ao Ministro da Justiça brasileiro, indicando que o senador é um criminoso comum. Todo mundo sabe que, nas republiquetas como a boliviana, levar alguém à execração pública é deveras fácil, quando o poder é exercido de forma autoritária e as instituições democráticas são muito frágeis. Portanto, talvez o Supremo não permita que o Governo extradite o Senador que passou 450 dias e não obteve o salvo conduto exigido para lhe garantir o asilo político no Brasil.
No Sete de Setembro, as manifestações voltaram as ruas cobrando o fim da corrupção, a prisão para os mensaleiros e ainda passagem grátis para toda a estudantada com cenas de vandalismo e arbitrariedades cometidas por alguns policiais!
O STF se mantém na sua postura de não aceitar embargos de qualquer ordem e não alterar as penas já estabelecidas. Parece que não há mais chance de uma reviravolta no processo e, o Supremo, sob a batuta de Joaquim Barbosa, vai entrar em outras searas como aquelas relativas à moralização do poder. Essa história de filhos de ministro advogando nos tribunais superiores, se depender do Presidente Joaquim Barbosa, vai acabar. A súmula vinculante vai prosperar e outras medidas moralizadoras, também estarão a caminho. Pelo menos, o Stf até agora, gera um sopro de esperança de que alguma coisa vai melhorar!
Se a Presidente e sua equipe econômica não foi capaz de prever a “minicrise” que todos os comentaristas econômicos já haviam amplamente anunciado em 2012, o que faria agora o Brasil acreditar em suas declarações de que o pior já passou?