DE REPENTE, UMA QUARTA QUALQUER VIROU O DIA D!

Hoje, l8 de setembro do Ano da Graça de 2013, estigmatiza-se, para a sociedade brasileira, como uma espécie de dia D. É o dia em que uma definição, que para alguns, pode comprometer, profundamente, os destinos do País. Exageros à parte, por que esta data pode tornar-se tão especial? Talvez mais especial do que o dia em que Collor subtraiu e confiscou a poupança e os depósitos de todos os brasileiros?

Todos, àquela época, ficaram chocados, transtornados e revoltados com o gesto arbitrário. Mas, a indignação ficou só no resmungar e numa reação pouco agressiva da mídia. Agora, não! O que está em jogo é a “Pátria de Toga” e é o buscar-se conferir se há esperança de que um dia a justiça, no Brasil, será ou não prá valer ou se será, como tem sido até agora, apenas mais um adereço institucional.

Mas, hoje não! Dizem os lulapetistas que tudo isto decorre de um apelo e de uma mobilização criada pela direita midiática, pelos chamados PIGs e que, o episódio “Mensalão” foi apenas uma prática comum da política partidária do chamado “Caixa Dois”. Ou seja, ser comprado ou vendido, com dinheiro público ou privado ou praticar achaques para angariar fundos de campanha, não seria nada demais, segundo os dirigentes petistas!

Na verdade, a pergunta que cabe, no momento, é por que tanta celeuma diante desse julgamento? Por qual razão os olhos, os ouvidos e as atenções do Pais estarão voltados para o Supremo Tribunal Federal e para o voto de um ministro, no caso o decano da Egrégia Corte, o Ministro Celso de Mello?

Tal atenção tão especial decorre do fato de, ao pronunciar o seu voto, dependendo do rumo que ele tomar, Sua Excelência frustrará ou não uma expectativa positiva de que esteja se forjando a reconstrução da credibilidade do Poder Judiciário, a partir de tal gesto. Ou seja, a expectativa é a de que a Justiça no Brasil, agora começaria a ter jeito. Começaria um novo momento de, talvez, parafraseando o Papa Francisco, de transformação do Judiciário em uma instituição cuja opção preferencial seria pelos discriminados por ela mesmo – o cidadão comum -, por vícios e males que todos conhecem!

Exageros à parte o clima que se criou é tal que o Ministro Gilmar Mendes tem razão ao dizer que o julgamento do Mensalão não pode virar uma “pizza” ou que a Corte tem um comportamento bolivariano. Ademais, como alertou o Ministro Marco Aurélio de Mello, ninguém sabe qual será a reação das ruas caso se frustrem as suas expectativas de que os julgados, num longo e exaustivo processo, acompanhado por toda a nação, pela TV, durante 53 sessões, não cumpram as penas na forma, no momento e na definição de regras que foram determinadas.

Claro que o julgamento não desmontará a Nação e a transformará em uma sociedade com problemas mais graves do que ela já enfrenta. Mas, é o codimento, notadamente pelo seu caráter simbólico, que deverá desencadear uma onda adicional de desânimo num país já tão desanimado diante de tantos problemas, vexames e escândalos.

A quarta gorda também esquenta a política pois, pelo que se passar no TSE, concluir-se-á se os novos partidos que ora estão sendo criados, a Rede de Marina Silva, o Solidariedade do Paulinho da Força Sindical e o tal do PROS, terão ou não vez de poderem buscar votos na próxima eleição.
Hoje, também, o PSB do Governador Eduardo Campos, desmbarca do Governo e, resguardando Lula, será opositor da Presidente Dilma e definirá que não marchará com ela nas próximas eleições.

Hoje, depois da votação dos vetos ontem a noite em que, o rolo compressor do Governo no Congresso, conseguiu manter a quase totalidade dos referidos vetos, mas algumas matérias de maior repercussão serão objeto de preocupação das duas Casas. É caso, por exemplo, do veto ao fim da multa sobre o FGTS.

Na sessão do STF que, se presume será um marco institucional para o País, será também a estréia do novo Procurador Geral da República e, saber-se-á qual é o seu estilo e como se posicionará sobre a matéria em julgamento e qual será a sua postura na Casa.

Também no dia de hoje, o governo procurará rever os erros cometidos no que respeita as concessões de rodovias, fatiando-as e, pelas lições aprendidas com a última licitação que foi deserta — não apreceu uma empresa sequer para participar! — buscará dar as garantias de segurança jurídica via seguros e financiamentos, bem como a retirada do próprio governo no modelo de exploração de tais bens públicos.

Ademais, as vicissitudes enfrentadas pela área de rodovias deverão servir de exemplo para já antecipar e corrigir as limitações, dificuldades e entraves para o segmento de portos, aeroportos, ferrovias e obras de mobilidade urbana.

Como se verifica, a quarta-feira vai, de qualquer modo, estabelecer algumas marcas que terão repercussão agora e no futuro, pelo menos, o próximo do País!

2 Comentários em “DE REPENTE, UMA QUARTA QUALQUER VIROU O DIA D!

  1. Que decepção pelo resultado dos embargos! Triste Pátria lesada, dominada pelos corruptos! Meu pai sempre dizia que no Brasil só tem ladrão e eu não concordava com isso, mas vejo que o errado era eu!

  2. Resumo excelente das expectativas da semana. Como sempre devemos ser otimistas sobre o futuro imediato do Brasil. Gostaria de abordar um assunto que diz respeito a todos os brasilieiros maiores de dezesseis anos e que até agora não foi tocado pela imprensa. Trata-se do recadastramentoo biométrico que está sendo promovido pelo TSE. Se em tempos de espionagem eletronica, onde até os e-mails da Presidente cairam nas mãos de arapongas estrangeiros, qual seria a garantia de que nossos dados (incluindo impressões digitais) não estariam ao alcance do tio sam? O que nos garante que no futuro as eleições não possam ser manipuladas por interesses alienígenas? Será que apenas uma declaração de um gestor de plantão, como foi o caso da diretora da ANP, é garantia suficiente para estarmos seguros?

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