A CICLOTIMIA, A IMPROVISAÇÃO E A CRENÇA QUE O ACASO RESOLVERÁ TUDO!
Terminada a semana, ainda com aquele gosto de cabo de guarda-chuva na boca, depois da ressaca provocada pelo julgamento do Mensalão, infelizmente quando se esperava alguma notícia alvissareira, o que se vê e se ouve, são escândalos mis pipocando aqui e acolá!
E o pior. Avaliada, correta e mais precisamente, as consequências do voto do Ministro Celso de Mello, não apenas os mensaleiros serão beneficiados como, os jornais exibem em manchete que, 84 cidadãos, cujos crimes contra o patrimônio pública e contra a sociedade, são conhecidos e notórios, poderão vir a ser beneficiados, com a santa impunidade!
Para estragar ainda mais a festa, na base da improvisação e da irresponsabilidade, o governo faz com que as chances de somas vultosas de investimentos chegarem ao Brasil se esfumem, pela incompetência, pela visão míope e mesquinha e pela esperteza, daqueles a quem cabe a formulação de marcos regulatórios, termos de licitações e concorrências e regras para tais concursos. Aliás, tem sido extremamente difícil o diálogo entre empresários, investidores e empreendedores com o Governo e, principalmente, com a Senhora Presidente!
E, os brasileiros ainda conseguem sonhar que, por acaso, se baixasse a lucidez, um mínimo de competência e um pouco de compromisso ético, por parte dos gestores da coisa pública, os erros cometidos pudessem vir a ser corrigidos. E aí, talvez restasse uma réstia de esperança.
A propósito, tal expectativa ocorre quando, agora mesmo, chegou-se a um cálculo que assusta aos trabalhadores. Tomaram conhecimento de algo que alguns trabalhadores já acionaram a Justiça para resgatarem seus direitos. Isto porque o rendimento do seu patrimônio que é o FGTS, tem sido de apenas 3%, enquanto o INPC da última década foi de 5,5% anuais! A perda dos trabalhadores ocorre nessa “porca miséria” de remuneração — metade da inflação! — como pela forma, muitas vezes irresponsável ou perdulária, como são aplicados tais fundos!
Diante de tudo isso dá um desânimo, uma descrença e reduz-se a fé de que o País possa dar certo!
Se se olha para aquilo que poderia gerar elementos de dinamização da economia como seriam as concessões, por exemplo, a grande esperança de retomada dos investimentos nacionais, as mesmas sofrem dos erros e dos vícios derivados, não só da incompetência governamental, mas, também, da insegurança jurídica e da imprevisibilidade judicial que prevalece no ambiente econômico do País.
E, o fluir das coisas e das providências do Executivo Federal, buscando remendar as bobagens perpetradas na montagem dos processos licitatórios, tal como foi o caso do leilão da BR-262, gera um enorme desencanto que possam ocorrer no “timing” necessário! O fracasso inesperado do leilão da BR-0262 ocorreu em decorrência do fato de o empresário não querer assumir o risco de, se a obra encarecer, ter que bancar as diferenças de valores, já que o governo decidiu que não permitirá mais reajuste nos contratos.
Os problemas da desconfiança dos investidores no governo, levam a possibilidade de que as licitações, de toda ordem — rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, obras de mobilidade urbana, etc — sejam ou desertas ou tenham a presença de investidores poucos expressivos e com pouca experiência e competência na área, como ora está a ocorrer com a rodovia Br-050, que foi ganha por um consórcio pouco acreditado no mercado.
Também, as empresas que se credenciaram para o leilão do Campo de Libra, excluem as grandes americanas e inglesas! Ademais o marco regulatório da mineração, as providências para a aceleração do PAC e para a dinamização requerida para as obras de mobilidade urbana, talvez não saiam e, se saírem, não ocorrerão nos prazos requeridos pelas exigências tanto dos investidores como pelo que é reclamado pelos eventos — Copa do Mundo e Olimpíadas — ou podem sair para grupos sem a musculatura necessária para concretizá-las.
E, não só as rodovias, mas todos temem pelas concessões de ferrovias, de portos e dos aeroportos, além das obras de mobilidade urbana nas grandes cidades que, pelo andar da carruagem, só se concretizarão em tempo hábil se, realmente, Deus for brasileiro.
E o mais grave disso tudo é que a economia, ajudada pelas circunstâncias internacionais, tenderia até a tomar fôlego e reverter as expectativas pouco positivas que os bancos e agências de rating estão prevendo. O dólar volta a patamares aceitáveis e a SELIC talvez não precise de um aumento mais significativo nos próximos meses o que pode ajudar na redinamização da economia nacional.
Ademais, a manutenção da política de estímulos à economia americana, a retomada das importações chinesas e, embora timidamente, da Zona do Euro, e claro que, com a ajuda do Campo de Libra, pois o pré-sal talvez colabore com uns 15 bilhões de dólares para minimizar o buraco das contas públicas desse ano! E, talvez, se o governo não atrapalhar, se permita que haja esperança de que os investidores externos retomem as aplicações na bolsa brasileira e na aquisição de títulos do tesouro nacional.
Talvez, por razões externas, pela mão do acaso, pelas bênçãos de Deus, pode ser que o país atravesse o seu Rubicão e possa voltar a gerar esperança consequente ao seu povo!
Muito bom .Mostrou exatamente o panorama atual do Brasil …uma tristeza …com tanta incompetência desse Governo ….