É POSSÍVEL SONHAR?

O cenarista tem buscado estabelecer caminhos de sonhos e de esperanças para o hoje e o amanhã do Brasil. Tem sido difícil porquanto, sem ser pessimista, mas, diante dos dados, das análises e das avaliações sobre o País, não apenas no campo econômico mas, também, nos campos social e político-institucional, não se pode ser estimulado a sentimentos outros que não sejam os de inquietação e o temor de que as coisas tendam a piorar e não a melhorar.

Apesár de tais maus presságios, o espírito natalino pressupõe paz entre os homens e votos de saúde, alegria e felicidade. Não se sabe com base em que sólidos dados e argumentos mas, parece que, tão somente, como o momento é para augúrios e para o renovar de esperanças, o cenarista se junta a tantos que buscam essa espécie de “wishful thinking” em favor do Brasil.

Assim, dentro do espírito que move o povo cristão, é possível listar dez fatos, coisas ou expectativas, que permitam desenhar um quadro mais favorável e mais otimista para o País:

1. As concessões, depois de um mau começo, parece que agora andarão com a pressa que o país precisa e no ritmo que o mercado cobra. Espera-se que portos e ferrovias deslanchem, no mesmo ritmo e no mesmo andamento que ora começa a ocorrer com as rodovias;

2. O pré-sal, depois do leilão do Campo de Libra, tende a se mostrar mais real e efetivo que era a miragem que se estabeleceu, no início, sobre as suas possibilidades concretas. Claro está que, o fim do monopólio do petróleo no México, reduz a competitividade da exploração brasileira, diante das vantagens dos custos de exploração de petróleo em águas profundas e do custo da logística de colocação no mercado do óleo daquele país, máxime para o mercado americano;

3. Os metrôs, de tanto serem cobrados por todos, agora, com a tecnologia alemã dos Tatuzões, começaram a acelerar o passo e a demonstrar que as obras de mobilidade urbana podem, também, começar a deslanchar. Aliás, obras de trens urbanos, de VLT’s, integração de sistemas de transportes, etc. começam a se concretizar a rimtos mais céleres;

4. O Rio de Janeiro, através de sua prefeitura, começa a ensinar ao país como se fazem PPP’s para o saneamento básico, abrindo enormes perspectivas para enfrentar este, que é um dos mais graves fatores do elevado índice de mortalidade geral e responsável pelos altíssimos gastos com saúde, no país;

5. Os royaties do pré-sal podderão dar um novo alento à educação e à saúde, desde que se disponham de políticas de governo, sérias e objetivas, e se melhore a qualidade da gestão dos estabelecimentos de ensino e das unidades de atendimento à saúde;

6. As hidreelétricas, apesar de sofrerem com as liminares suspensivas das obras, liminares de toda ordem, não só derivadas das demandas de ambientalistas e das populações indígenas, como outras demonstrativas de inusitados interesses, andam, com todas as dificuldades, a ritmo mais condizente com as necessidades da sociedade e do crescimento econômico do País;

7. As UPP’s, aliadas a possível utilização de PPP’s para a construção e gestão de presídios, já sendo experimentadas em alguns pontos do país, caso. Venham a tornar-se políticas de governo, poderão mudar, em muito, o panorama de violência que toma conta do País;

8. A mineração, a partir do novo marco regulatório que se espera seja aprovado no começo do ano; aliada a exploração dos campos de gás natural e a exploração do xisto betuminoso, em províncias do País, abrem grandes perspectivas para a atração de investimentos externos para o Brasil;

9. A energia eólica deixa o campo das especulações e das experimentações e passa a ser uma efetiva fonte alternativa de energia para o País. Com isto, atrai as vistas dos empreendedores para a outra energia que, pelas características do País, teria grande potencial para ser aproveitado, no caso a energia solar;

10. Finalmente, imagine-se a hipótese de o BNDES decida criar linhas de crédito destinadas a aproveitar o potencial de produção de alunos de alto desempenho, como é o caso de um punhado de escolas de nível médio de Fortaleza; a existência de entidades privadas de saúde espalhadas Brasil afora que, atualmente, apresentam notável desempenho medico-hospitalar, poderiam promover, por emulação, uma significativa evolução desses indicadores, no panorama do quadro social do País! E isto representaria, talvez, uma inflexão altamente positiva nos indicadores sociais brasileiros.

Claro que tais coisas poderão ocorrer e deixarem de ser apenas “wishful thinking”. Mas, para que isso venha a ocorrer, é fundamental que a gestão pública, máxime a federal, tenha a humildade para aceitar a idéia de que, descentralizando, desconcentrando e delegando competências e atribuições, à sociedade civil e aos outros níveis de poder — estadual e municipal — será possível alimentar o sonho de que 2014, 2015, 2016 e 2017, serão anos menos amargos do que os especialistas em cenários e prognósticos estão imaginando que ocorra.

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