PODE SER A GOTA D’ÁGUA!
As pessoas estão ficando cansadas, descrentes no poder público e, agora, estão ficando exasperadas, principalmente, nas grandes cidades.
A qualidade de vida dos cidadãos despenca, não só pela péssima oferta dos serviços públicos, pelos problemas gravíssimos de mobilidade urbana e de poluição ambiental, mas, e principalmente, pela insegurança que domina e alcança todos os espaços e momentos da vida das pessoas e conduz a uma situação de constante constrangimento e de desespero.
A violência domina a cena e, acuado, encurralado e impotente, sem ter a quem recorrer, o cidadão começa a entrar em parafuso.
Não é só por conta dos assaltos a mão armada; dos crimes praticados nas residências; do roubo de veículos; da ação de descuidistas, por toda a parte; dos assaltos aos coletivos e a carros particulares, bem como dos golpes de toda ordem, inclusive através da clonagem de cartões; mas, fundamentalmente, dos sequestros relâmpagos, do controle do crime de dentro dos presídios, por parte dos chefes de gangues; da utilização de menores para cometer as mais bárbaras atrocidades; dos vandalismos de toda ordem, praticados por black bocks e outros vândalos, entre outros. Juntam-se, a tudo isto, os arrastões nas praias, nos engarrafamentos, nos túneis, entre outros. E, diante de toda essa loucura, o cidadão ainda assiste a impunidade que grassa, quase de forma endêmica, por todos os segmentos do País e, impotente, tranca-se dentro de casa, temendo o pior!
Em Brasilia, parece que, corroborando a tese da Governadora Roseana Sarney “de que, a violência só tem aumentado no Maranhão por conta do acelerado crescimento e desenvolvimento do estado”, essa mesma violência, está a atingir níveis insustentáveis. E, mesmo diante da recomendação de especialistas em segurança pública de que o cidadão não deve reagir diante da ação de um bandido, as pessoas cansaram, esgotaram a paciência e, numa atitude de efetivo desespero, estão indo a vias de fato com os bandidos.
E, na proporção em que o ambiente começa a ficar quase irrespirável, isto tem provocado sentimentos os mais diversos e as reações as mais inusitadas. Agora mesmo um ciclista, abordado por um meliante, numa das principais vias de Brasilia, ameaçando-o com o que se supunha fosse uma arma de fogo no bolso e, desconhecendo que o desportista era um lutador de artes marciais, recebeu violento golpe que, o imobilizou e, levado ao hospital, veio a óbito. Por outro lado, um irresponsável, altamente embriagado, atropelou um ciclista e, só se deu conta, quando parado pela polícia, diante da presença da cabeça da vítima presa dentro do seu veículo. Por outro lado, os crimes contra a mulher, contra as minorias e os crimes de pedofilia dão o ingrediente adicional para essa tragédia novelística que se apresenta todos os dias aos brasileiros.
Em algumas cidades ou bairros de grandes cidades, crimes bárbaros estão sendo justiçados com as próprias mãos, pelos moradores, numa demonstração patente de que as pessoas acham e pensam que a polícia e a justiça só funcionam para os que podem e acabam sendo, essas duas instituições, uma ameaça para os mais pobres. Segundo os mais pobres da sociedade, os mesmos hoje acham que direitos humanos só servem para proteger bandidos e para patrocinar o desenvolvimento de jovens para se tornarem grandes bandidos.
E, diante desse quadro, onde aqui se mata mais que no Iraque e na Síria, o que fazer? É fundamental que se busque saídas e alternativas porquanto, se a coisa cair no descontrole geral, decapitações como as de Pedrinhas, no Maranhão, vão começar a ocorrer como coisas normais e comezinhas.
O Poder Público, num total desrespeito e descaso pelas vidas humanas e pela integridade do cidadão, não tem sido capaz, sequer, de aplicar os recursos orçamentários disponíveis para ações e obras destinadas a reduzir a criminalidade e, quem diria, para trabalhar projetos de redução do consumo de drogas, notadamente do crack.
O Fundo Penitenciário, não tem sido usado na sua integralidade. O Ministério da Justiça é incapaz de respaldar e apoiar a disseminação de experiências exitosas como as do
Rio com as UPP’s, de São Paulo, com prêmios para os policiais de rua que ajudarem a reduzir a criminalidade, as experiências de PPP’s na construção e gestão de presídios, além de outros projetos que estão garantindo, em alguns lugares, formas de diminuição da violência urbana.
Por outro lado, ações na área educativa e de reinserção de jovens delinquentes na sociedade; retorno de espaços públicos tomados pela marginalidade para o uso dos cidadãos; iluminação pública ampliada e melhorada; sistema de monitoramento da áreas mais sujeitas a localização de crimes de toda ordem; melhoria do sistema de informação das polícias bem como integração de seus bancos de dados, são algumas iniciativas passíveis de serem realizadas, sem maiores custos e dificuldades.
Por fim, um grande trabalho de desarticulação do crime organizado, um processo de limpeza das polícias militar e civil, um sistema de separação de presos por tipo de crime e pena nos presídios, além de um amplo trabalho de mobilização de toda a comunidade contra os vários tipos de violência, poderiam ser atitudes que poderiam reduzir essa escalada de revanchismo, de justicialismo e de “olho por olho, dente por dente”, de atitudes, acima da lei e da ordem, que ora domina os cidadãos pacatos que já não conseguem conviver com esse quadro de absoluto desrespeito a sua integridade e tranquilidade pessoais.
Você já parou para pensar que presídios, casas de correção de crianças, delegacias de polícia são obras de pedra e cal da mesma forma que estádios de futebol? Se foi fácil fazê-los em uma ano ou ano e meio, por que não fazer presídios de segurança máxima, aumento da capacidade de albergamento dos presídios estaduais e de casas de correição de mneores?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!