RAMONA, ” MAIS MÉDICOS” E O ENROSCO QUE ISTO PODE DAR!

Alguns apreciadores da cena brasileira não sabem qualificar se o Brasil é o país dos “enroscos” ou o país da piada pronta ou ainda, se é o país que sempre vive e experimenta a chamada era da esperteza. Aqui, parece que é tudo na base do “rolo”.

Nas relações internacionais, no passado, a Casa de Ruy Barbosa ou de Rio Branco, era exemplo de diplomacia competente, eficiente e de resultados. Agora, depois de alguns enroscos deveras publicizados como o de Cesare Batistti, dos “boxeurs” cubanos, do Pizzolatto, da opção preferencial pelos subdesenvolvidos, pelos africanos e pelos latinos, agora a diplomacia e o PT se deparam com o problema surgido com Ramona, a médica cubana que resolveu denunciar que por aqui, a taxa de apropriação dos seus salários, é pior do que aquela que ela sofria quando foi servir, como médica, na Bolívia. Lá ela recebia 50% da remuneração que o governo pagava mas, aqui, o que ela recebe é de, apenas, 10% do valor contratado ficam a mais valia com o governo de Cuba!

A pergunta que não quer calar, tanto para esquerdistas, petistas e governistas mas, também, para quem não se soma ao governo, é por que Ramona, a cubana rebelde, decidiu “chutar o pau da barraca” e denunciar, o que é para ela, uma espécie de trabalho escravo. Será que ela não teme e agiu, tão ingenuamente, como os “boxeurs” cubanos, que resolveram pedir asilo diplomático ao Brasil e, ao invés de ter tal asilo, por uma deferência toda especial do governo brasileiro ao governo cubano, os rapazes foram devolvidos para Cuba? Ou Ramona estaria a serviço da CIA que, num afã de inviabilizar tal programa de cooperação do Brasil com Cuba, poderia levar a milhares de médicos daquele país, pelo exemplo de Ramona, a abandonarem o barco? Ou seja, Será que o exemplo de Ramona poderia desencadear um processo de fuga de cubanos do regime dos irmãos Castro, o que comprometeria o projeto de poder do próprio PT aqui, no Brasil? É por isto que ninguém acredita que o governo vá criar problema com Ramona para não gerar um clima de estímulo a um amplo repeteco de outros médicos cubanos agindo como Ramona.

Quando o Governo da Presidente Dilma resolveu “importar”, segundo os médicos nacionais, mais de 4000 profissionais de saúde, da pequena Ilha Cubana que, segundo a Presidente, “pratica uma medicina de dar inveja ao mais exigente dos países europeus”, sob o argumento de que tal gesto iria preencher uma grande lacuna na politica de saude do Pais, pois iria ao encontro de a carência de profissionais, nos mais recônditos pontos do território nacional, toda a comunidade médica nacional, reagiu de maneira quase que, intransigente, diante da postura do governo.

Parecia uma atitude de proteção dos empregos dos médicos brasileiros como que marcando presença uma espécie de cartório profissional. Os médicos e as suas entidades, apresentaram uma série de argumentos contra a importação discriminada dos médicos daquele país porquanto a medicina que alí se pratica, ou pela precariedade de equipamentos e de instrumentos, bem como pela inexistência de uma estrutura de pesquisa e de residência médica, foram registrados e ficaram patenteados pelos resultados de participação dos médicos cubanos nos exames médicos no Brasil onde, no máximo, 12%, dos mesmos, conseguiram aprovação.

O pior é que o governo, por uma questão político-ideológica, resolveu não cobrar dos médicos cubanos o mesmo que cobra de brasileiros que cursaram medicina fora e dos médicos estrangeiros que resolveram trabalhar no Brasil, que é o exame do Revalida. Aliás, teste criado pelo próprio Governo Federal o que, chamou atenção de todos esse tratamento discriminatório em relação aos brasileiros.

Também pesou na argumentação das entidades representativas dos médicos, a contra argumentação de que os jovens médicos brasileiros não iam para o interior por inexistirem ambulatórios, adequadamente instalados e equipados; unidades mistas de saúde; laboratórios de analises clínicas; equipamentos de raio X, medicamentos essenciais e, alguns paramédicos. Sem isto, e sem médicos mais experimentados, como referência, o isolamento de tais jovens profissionais, os desestimularia muito a ir para o interior.

Por outro lado, dois argumentos adicionais eram lançados à discussão. Primeiro, a dificuldade criada para a vinda de médicos de outros países e os problemas derivados de comunicação de médicos estrangeiros, notadamente para aqueles que iriam atuar nas áreas e nas regiões de populações de baixa renda. Em segundo lugar, um médico cubana recebendo apenas apenas 10% da remuneração prevista, fazendo com que o convênio, de governo a governo, sob a proteção da OPAS, cria uma situação de constrangimento para os trabalhadores, até porque parecia que os médicos que vinham de lá eram uma espécie de sobra, sem maiores qualificações ou alguém que pretendia buscar um caminho para um asilo diplomático.

Mas, sem discutir a qualidade dos profissionais, sem avaliar o objetivo e os resultados do programa e do convênio com Cuba, sem considerar essas questões levantadas pela entidades médicas, sem considerar a pressão dita “cartorial” por parte dos centros médicos, a questão que se coloca é que, fazia anos, dormitava nos escaninhos do Congresso Nacional, um projeto de lei que, por uma simples mudança na lei, permitiria ofertar mais de 4 mil médicos das Forças Armadas para que pudessem prestar serviços ao SUS, em qualquer lugar e, particularmente, nas regiões de fronteira e áreas inóspitas.

Imagine o leitor se se imaginasse uma situação onde o orçamento da saúde estabelecesse um percentual para a contratação de paramédicos; um outro percentual para a aquisição de equipamentos básicos e para a melhoria de instalações de postos de saúde do interior e para o estímulo a escolas de medicina para aumentarem as vagas ofertadas e a melhoria da qualidade do seu ensino, aí a coisa poderia começar a melhorar.

Imagine também, se, alguém, limpo e honesto, resgatasse o programa de Telesaúde que esse cenarista buscou implantar na Funasa e, a desonestidade de alguns políticos, impediu a sua continuidade, levaria a se reduzir bastante a carência de médicos no interior.

Finalmente se se buscasse e apelasse a entidades internacionais para apoiarem os programas de saúde indígena, coisa que sensibiliza, bastante, a comunidade alternativa mundo afora, além de se buscar a integração das ações de saúde da União, dos estados e dos municípios, aí a coisa melhoraria.

E, claro, ações na área de saneamento ambiental, vacinação e imunização, então estaria construindo o País pontes para o futuro.

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