AS CRÍTICAS E AS DIVERGÊNCIAS SÃO SEMPRE BEMVINDAS!
Alguns leitores desse blog e, graças a Deus, os que se manifestam criticamente contrários à opinião do articulista, não são muitos, mas, para ser justo, aqueles que ficam, como que indignados ou, com um ar de restrição a comentários que esse cenarista tem externado, diante de tantos problemas, impasses e incertezas que pairam sobre o Brasil e os brasileiros, merecem uma explicação sobre as razões de análises, embora respeitosas, mas duras, sobre a realidade nacional e a forma de encaminhar os seus problemas, por parte do governo.
Ao analista não cabe outra coisa senão analisar e avaliar os fatos e as suas conseqüências e desdobramentos, diante da ocorrência de indicadores e números que, muitas vezes, levam os cidadãos a “angústias existenciais” e a um tremendo grau de insegurança sobre o hoje e o amanhã do País.
Há que ficar claro que o cenarista não tem nenhuma aversão ou uma má vontade explícita para com o governo e para com o PT e os petistas. Nem tampouco faz restrições as opções ideológicas e partidárias de quem quer que seja. Claro que discorda de todas as formas de aparelhamento do estado, de ideologismo determinando as decisões do poder público e de radicalismos contra aqueles que se colocam contrários a idéia de pensamento único ou do politicamente correto com viés de esquerda!
Na verdade, uma coisa aqui, intransigentemente defendida, é o exercício da discordância, civilizada e fundamentada. Uma outra coisa, que não tem as simpatias desse blogueiro, é a divergência vazia e raivosa, por razões ideológicas ou partidárias ou, pior ainda, por interesses inconfessos.
Ou seja, acredita o analista que, o que deve brigar não são as pessoas mas as idéias.
Embora o cenarista se considere um economista bissexto, as informações recolhidas, tanto de apreciações dos comentários apresentados pelos veículos de comunicação ou externadas em artigos especializados, de origem nacional ou internacional, tem conduzido a que, não apenas o cenarista mas, a maioria dos analistas, tenha uma visão pouco otimista sobre os caminhos que o País está a trilhar ou que vem trilhando, notadamente no governo Dilma!
Matérias como a “estimativa de que o aumento da taxa SELIC e seu impacto sobre a dívida está estimado, só para este ano, em 41,3 bilhões de reais” ou o “déficit comercial já chegou alcançar 6,1 bilhões de dólares, só nesses dois meses”; ou ainda “os juros podem voltar a subir”; ou mais ainda, as “despesas de governo cresceram em 19,5%, comparando Janeiro de 2014 com Janeiro de 2013”; ou “o déficit das transações externas da Petrobrás apresentam um resultado negativo de mais de 800 milhões de dólares, em apenas dois meses”; ou “setor elétrico vê situação delicada com o nível dos reservatórios próximo ao apagão de 2001”, então surgem sólidas razões para que, um quase pânico, tome as mentes de qualquer economista que analise, com isenção e imparcialidade, o quadro nacional.
Se os que criticam o cenarista perguntam “o que dizer do resultado que mostrou o país crescendo a 2,3%, acima dos países da Zona do Euro e do próprio Estados Unidos”, esquecem alguns fatos singulares para uma melhor análise do indicador. É crucial avaliar a diferença de base quando se analisam taxas de expansão. Por exemplo, se um indicador mostra que o crescimento industrial do Amapá foi de 100% de um ano para o outro, pode ter ocorrido que havia ali uma indústria grande e implantou-se uma segunda. 1% de expansão da economia de São Paulo representa o correspondente a um crescimento de 10% do crescimento de toda a região Nordeste! Ou seja, há que comparar coisas comparáveis.
Assim em primeiro lugar, o Brasil apresentou um desempenho abaixo da média mundial, em termos de expansão do PIB que foi de 3%; em segundo lugar, tal crescimento foi o pior crescimento entre os emergentes e, perdeu, em termos de dinamismo econômico, para Chile, Colombia, Peru, Equador, Bolívia, e, até mesmo para a destrambelhada e desestruturada Argentina. Portanto há sobradas razões para acreditar que tais dados preocupam mais ainda porquanto não apontam para perspectivas mais favoráveis para o Brasil.
Por outro lado, quando se ampliam as escaramuças entre dirigentes e líderes partidários do PT e do PMDB, bases de sustentação parlamentar do governo, e, surge no horizonte, a ameaça de constituição de um “blocão” de oposição ao Governo, o que paralisaria ou, no mínimo, engessaria o Executivo Federal, então as preocupações aumentam. É sabido que a Câmara tem a votar matérias explosivas em termos de contas públicas como é o caso da criação de novos municípios, do piso salarial de policiais militares e bombeiros, além do piso dos servidores do SUS, então, só a perspectiva de um impasse entre governo e a sua base, já assusta quem controla as contas públicas do País.
Por outro lado, a inabilidade patente e notória de Mercadante, de Ideli e do Presidente do PT, leva a posssibilidade do caldo engrossar porquanto, no lado de lá, estão as verdadeiras “feras” do Congresso, capazes de dar nó em pingo d’água e, do lado do governo, uma Presidente que não lhe agrada fazer política e uma equipe muito aquém, em termos de talento, das necessidades de negociação e articulação política.
As discordâcias, além de subordinadas a fatos e dados, vão além das especulações e avaliações econômicas. Incluem, por exemplo, a gestão de negócios de estado onde, por exemplo, o PAC 1 até hoje não foi concluído e o governo já lança o PAC 3; onde a Copa do Mundo de Futebol que, embora definida há mais de sete anos atrás, não teve elaborado, a tempo, os projetos executivos para as obras de mobilidade urbana, o que não permitiu que não se concluíssem e o seu custo será, pelo menos, duas vezes maior do que fora inicialmente orçado; obras como a urgente Transposição das Águas do Rio São Francisco, fundamental para garantir água para o povo beber, com quatro anos de atraso e um orçamento que já atinge o dobro da previsão incial; a implantação da Norte/Sul e da Transnordestinas, fundamentais para a integração modal e para o atendimento das demandas de transporte das safras do agronegócio, são alguns exemplos de como as coisas não caminham.
Por fim, a crise do setor energético, o problema de capitalização da Petrobrás, os problemas que serão enfrentados com votações do STF que afetarão, dramaticamente as contas públicas do País, mostram que não se tem um “plano de voo com um mínimo de segurança”. E, o pior de tudo é que, a equipe econômica não goza de qualquer respeito internacional nem junto aos agentes econômicos locais e, a Presidente, com o seu estilo altamente centralizador, impede que se agregue a ela auxiliares mais preparados e com maior auto-estima, porquanto a subserviência parece ser pré-requisito fundamental para uma convivência, sem atritos, com a Chefe do Governo.
Aqui, portanto, nesse espaço, só se discute os rumos do País. Aqui não interessa discutir se Rose vai “entregar” todo mundo, se os escândalos de corrupção serão apurados, se o livro de Tuma tem alguma veracidade e se denúncias envolvendo familiares e amigos de Lula serão apuradas. Nada disso interessa a esse cenarista. Aqui interessa, apenas, o estratégico e o fundamental para o hoje o amanhã do País.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!