É O PAÍS OU SÓ A CLASSE MÉDIA QUE ESTÁ A BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS?

Se se considerar a enxurrada de más notícias veiculadas sobre os rumos da economia, sobre a escalada de violência, sobre a impunidade, grassando em todos os estratos e níveis da sociedade, bem como sobre a precariedade das políticas públicas de educação e saúde, além da falta de horizontes sobre para onde caminha o País, é de se imaginar porque o povo brasileiro, estar, praticamente, à beira de um ataque de nervos.

Na verdade, a insegurança, a intranquilidade, a incerteza e, inclusive, os problemas enfrentados, notadamente por alguns segmentos, máxime diante da corrosão do poder de compra de salários, de aposentadorias e de pensões, a par da dramática vida nas cidades com os seus problemas de mobilidade urbana, de poluição de toda ordem e do assistir, a leniencia e incompetência das autoridades como questões, as vezes, comezinhas da vida do cidadão, são alguns elementos que turvam a visão e criam um clima de pessimismo que se alastra por todo o país.

E, para alguns, estimulados a buscarem perspectivas mais simplificadores da realidade, marcada por serias dificuldades e desafios porque passa a sociedade brasileira, a avaliação é de que tudo é frutos mais algo midiático do que de um quadro efetivo e que, por interesses politico-partidários, se alastraria pela sociedade como um todo. ou seja, acham os mesmos que tal exagero em torno dessas questões e dos problemas aqui discutidos e comentados, adviria muito mais de uma espécie de dramatização dos problemas e dificuldades por que passa o Brasil, do que em função de algo realmente preocupantes.

Um outro grupo, normalmente marcados por uma intransigente defesa do atual governo, continua a atribuir os males por que passa o Pais à crise internacional! Estranho tal comportamento quando as demais nações, inclusive aquelas da Zona do Euro, vem como o Japão e os Estados Unidos, já estejam superando as suas dificuldades. Eles insistem em afirmar que a debacle da Petrobras, que os monumentais deficits fiscais e da balança comercial e, até o fato dê que, 100 reais hoje só comprariam o correspondente a 23 reais, mostrando a notável perda de poder de compra das pessoas, considerando o período vencido pelos governos petistas, são causados pela crise internacional.

Seria algo produzido e amplificado, muito mais pelas elites, pelos privilegiados e por detentores de mais alto poder de compra, de um modo geral, com visão contraria ao poder instalado do que, efetivamente, estaria a atingir a sociedade como um todo.

Pareceria, para aqueles que apoiam intransigentemente o governo, uma espécie de “ping pong”, onde a mídia repercute a insatisfação desse grupo restrito de pessoas e se alimenta e amplifica as suas angústias e as suas inquietações, nas suas noticias, nos seus comentários e nas suas avaliações.

E, no mais, a chamada nova classe média, ou seja os trinta milhões que a ela ascenderam, segundo os critérios do governo — incorpora aquelas pessoas com rendimentos de R$320,01 a 1.200,00 — não acha que o clima seja ruim no país, porquanto o desemprego é baixo, o Carnaval foi legal, a Copa do Mundo está chegando e violência alardeada pela mídia, existe e esta presente em todo lugar.

E, se essa nova classe média não apresenta crises existenciais derivadas dos problemas que os segmentos ditos privilegiados sofrem ou dizem que sofrem, aí então os filhos do bolsa-família, estariam ainda menos preocupados com os chamados problemas, dramas e dificuldades que os formadores de opiniao alardeiam.

O certo e que, mesmo que se queira reduzir o processo de dramatizacao dos problemas vivenciados pela sociedade brasileira, nao ha como obscurecer a presenca de episodios que chocam e mostram a banalizacao da violencia, por exemplo!

Sera que não daria para que um cidadão, mesmo sem tantos atributos intelectuais, ficaria indiferente ao fato de um garoto de 11 anos, ja haver assaltado, pela terceira vez um posto de gasolina? Ou um outro que, mesmo sendo barbarizado por pessoas indignadas com seus crimes, ao amarrarem, nu, no meio de uma praca e, volta a ser apreendido uma semana depois por outro crime? Ou um outro que, ao ser apreendido, pela terceira ou quarta vez, provoca a policia dizendo que, como vai ser posto em liberdade quase que imediatamente, ja queria convida-los a participar de um churrasco pago por ele?

Qual o cidadão não ficaria indignado com “comerciantes” que decidiram ser justiceiros, diante da omissão e incompetência da policia e, executam, a vista de todos, assaltantes ou criminosos como tem ocorrido em vários pontos do Pais? Reedita-se os famosos esquadrões da morte dentro das policias, os PCC ou PCO, de dentro dos presidios, comandam a execução de PM’s, o incêndio de ônibus e chacinas de toda ordem?

Sera que dar para aceitar, passivamente, o desfile de violências de toda ordem, de impunidades gritantes, de atos de cinismo e de deboche cometidos por entes públicos quer na punição de culpados por crimes contra o erário, quer diante de erros gritantes, fruto da inépcia, da incompetência e da incapacidade técnica e da irresponsabilidade de gestores públicos, inviabilizam obras, precarizam serviços e prejudicam a vida de contribuintes que cumprem as suas obrigações religiosamente?

Pelo andar da carruagem, por mais que se queira dourar a pílula, o pais esta a deriva, notadamente quando as noticias nos jornais não sao nada boas ate para os que não se ligam a situações como ” valor de mercado de estatais cai pela metade quando a Petrobras encolhe na Bolsa 43%, valendo menos que sua congênere colombiana e a Eletrobras encolheu 63%”.

Mas, o que se aguarda, ansiosamente, e que os debates sobre os rumos do pais, ja comecem pois isto poderá permitir recuperar a confiança dos brasileiros de que e possível reorganizar as coisas, reestabelecer os fundamentos da economia, reduzir a ineficiência do poder publico, indicar algumas acoes de combate a violência e restaurar a esperança de que tudo tem saída e tem jeito.

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