REFLEXÕES PARA O 7 DE SETEMBRO

AINDA O PRÉ-SAL

PONTOS CONTRA

Mesmo sem que o Governo do Presidente Lula queira, a discussão sobre o pré-sal, seu potencial, sua forma de exploração, as fontes de financiamento, a redução da participação de investidores nacionais e internacionais dominarão as rodas, as entidades, os fóruns econômicos e a falta de assunto em cada ponto desse País. Lula quer limitar as discussões sobre o marco regulatório representado pelos quatro projetos de lei encaminhados à Câmara dos Deputados. Os principais problemas ora em discussão são a mudança do regime de exploração,  o problema da unitização, a capitalização da Petrobrás, o aumento da participação da União no capital da empresa, passando dos 50%, a redução da participação dos acionistas minoritários, entre outros problemas.

Muitos críticos e opositores  levantam uma série de argumentos  contrários a aspectos da proposta do marco regulatório do pré-sal, desde o fato de que  o regime de concessão é o melhor para um mercado inseguro, principalmente  sem tendências muito claras em termos dos preços futuros. Ademais, no novo regime,  corre-se o risco de ter dificuldades de encontrar fontes de financiamentos, em tempo hábil, para capitalizar a Petrobrás, sem prejudicar outras prioridades fundamentais para o País, via recursos do Tesouro e do BNDES. Por outro lado argumentam ainda que, diante da recente descoberta da British Petroleum de um enorme campo nos mares do México, a 10 mil metros de profundidade, outras descobertas poderão se seguir e quem tiver petróleo, já em  exploração,  no regime de concessão, poderá alcançar melhores condições de ocupação do  mercado mundial. Uma outra crítica pesada é contra a capitalização da Petrobrás e o controle da empresa já que, além de afugentar investidores nacionais e internacionais, criará, tal decisão de fundo nacionalista e estatizante, um perigoso precedente  para que outros segmentos estratégicos  do País se sintam estimulados  a serguir caminho semelhante. Por outro lado, com a possível proibição de uso do FGTS para a compra de ações da Petrobrás pelos trabalhadores, provavelmente, os minoritários perderão posição relativa na participação do capital da empresa.

PONTOS A FAVOR

Os favoráveis à proposta do governo, já agregam vitórias,até mesmo quando falam que, no sucesso da British no México,onde a Petrobrás terá  20% dos resultados a serem alcançados, o regime que se está pretendendo é o que domina 3/4 da exploração de petróleo do mundo.  O fortalecimento da empresa Petrobrás alimenta o sonho de que, com isso, o Brasil, se souber aproveitar a oportunidade, conseguirá montar uma indústria a base de petróleo de dimensões e competitividade mundiais. Em síntese, claro que há toda a preocupação com a doença holandesa, com o abandono de todo o esforço em prol das energias alternativas e com a exuberância do Governo  na ampliação de programas assistencialistas que, muitas vezes, criam distorções e não permitem o engrandecimento intelectual, profissional e político dos cidadãos brasileiros.

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E O PAC DA MOBILIDADE?

Há cerca de dois anos, este cenarista em contacto com o Presidente Lula, sugeríu que o Presidente determinasse ao Ministro das Cidades que, diante do excesso de liquidez internacional e de empreendedores em busca de oportunidades de investimentos, buscasse estabelecer formas de concluir os projetos de metrôs ou de veículos leves sobre trilhos, de forma a superar um dos maiores problemas dos grandes centros urbanos do país, que é o transporte de massa. E este cenarista entusiasmou-se com a idéia e começou a mostrar os ganhos para os trabalhadores — alguns gastam 4 horas para ir e voltar ao trabalho! –;  os engarrafamentos representam um desperdício monumental de combustível e de tempo das pesssoas,
além de todos os demais ônus derivados da poluição ambiental. Os ganhos seriam monumentais. Naquela  oportunidade o Presidente desconversou dizendo que os governadores não colaboravam pois só queriam os bônus e não queriam pagar qualquer ônus pela solução salvadora para os grandes gargalos das metrópoles.  Parece que ,o Presidente Lula mudou de idéia e, pelo andar da carruagem,  poderá o País ter uma grande surpresa com o conteúdo do suposto  PAC da mobilidade, já que vive o País os sonhos de uma noite de verão com o pré-sal, a bomba atômica, a vitória contra a Argentina, o crescimento de 1 a 2%, segundo Mantega e tantas outros fatos alvissareiros.

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TROCAR IDÉIAS

Quem me contou foi o próprio jornalista, um dos mais brilhantes e sérios jornalistas do Brasil. No início de sua carreira, o jornal lhe confiou uma missão difícil e desafiadora que era de entrevistar o mais importante economista do Brasil, o decano dos mesmos, o Professor Eugênio Gudin. O Professor não era figura das mais simpáticas e, recebendo friamente o jornalista, indagou de chofre: “O que o senhor deseja? “Nervoso e ser ter muito o que dizer,  o jovem escriba, muito timidamente, quase sem voz, disse:” Eu vim aqui trocar umas idéias com o senhor.” De bate pronto, Gudin olhou par o jovem e baixinho   jornalista e disse: “Pois não, então já que o senhor veio trocar algumas idéias comigo,  comece a mostrar o que você tem a dizer e que idéias você tem a trocar comigo”… O jornalista não soube o que dizer mas, a duras penas, com mil desculpas, conseguiu a entrevista do mestre.