LEITURAS CONFUSAS!
Um dia as pessoas são tomadas por determinadas informações. Outro dia, são divulgados dados que negam as informações do dia anterior. No final das contas, não se sabe o que realmente acontece e para ” onde as malas batem”!
Divulgados os dados de uma nova rodada de pesquisas e, estranhamente, a Presidente Dilma continua a ter a possibilidade de ganhar no primeiro turno as eleições presidenciais! Estranhamente, por que? Chama a atenção o fato de que, há três ou quatro dias atrás, surgiu um zumzumzum no mercado, informando que a pesquisa indicaria uma queda na avaliação da Presidente. E, mais que de repente, o mercado reagiu com uma retomada das bolsas e um valorização do real. Ou seja, a atitude dos agentes econômicos dava a entender que. a queda de popularidade de Dilma gerava uma expectativa favorável de que, diante de tal fato, as coisas mudariam.
Agora, vem a tona um escândalo que assusta a todo mundo pela sua dimensão e pelo envolvimento ou responsabilização de possíveis participes da negociata, inclusive com o envolvimento da própria Presidente, quando Ministra da Casa Civil e conselheira da Petrobrás! Além disso, a prisão de um acusado de se beneficiar da “Grande Maracutaia”, a demissão de um diretor da Pwtrobras Distribuidora, acusado de ser o responsável pela compra de tal refinaria e, a troca de acusações entre o Presidente do Senado e o Senador Delcídio Amaral, ambos da base de sustentação de Dilma, gerou confusão na interpretação do evento.
Delcídio Amaral acusou Renan de ser uma espécie de Comandante Francesco Schettino, do barco Concórida, aquele enorme iate que afundou na costa italiana e o seu comandante, tranquilamente, desceu do seu barco e decidiu tomar um vinho numa trattoria qualquer próxima ao local aonde a embarcação estava adernando. E concluiu que, “Renan deixava o barco no momento em que ele estava afundando”! Ninguém entendeu já que um prócer do PT antecipava um possível debacle do governo petista. Não sei se Delcidio faz parte do grupo do “Volta Lula” ou se foi apenas um ato falho.
Adicionalmente, Lula disse, “a boca pequena”, que Dilma havia dado “um tiro no pé” quando disse que nada sabia sobre a decisão de compra da Refinaria americana em Pasadena! Depois alguém acrescentou que, o que houve foi que ninguém leu direito o relatório em que o negócio foi apresentado ao Conselho de Administração da Petrobrás. Fica tudo tão estranho quando todo um Conselho, de uma das maiores companhias de petróleo do mundo, ao fazer uma aquisição desse vulto — inicialmente, 300 milhões de dólares e, que as circunstância fizeram elevar o valor da aquisição para mais de um bilhão de verdinhas! — ninguém leu o tal relatório que aprovava a compra de tal trambolho!
Mais estranho de tudo isto é que, a Petrobrás que, em face do absurdo do Governo de utilizá-la como instrumento de combate à inflação, perdeu 43% de seu valor de mercado, tendo encolhido de tamanho para ficar menor do que a empresa exploradora de petróleo da Colômbia, registra dois recordes negativos: déficit na sua balança comercial que pode ir além de 10 bilhões de dólares este ano e, seguidos recuos na sua produção de derivados. E, aí, o que esperar do sonho dourado que seria o pré-sal e a tal da auto-suficiência de petróleo?
A coisa se complica mais e mais pois, depois da convocação de dez ministros, das dificuldades com a pauta de matérias no Congresso, de difícil deglutição pelos parlamentares sem que lhes seja administrado um lubrificante cívico, e, agora, diante da ameaça de convocação de uma CPI da Petrobrás, Dilma enfrenta o seu antecipado inferno astral.
E, diante das penosas negociações com a Câmara e, agora, em face desse problema da Petrobrás que envolve Dilma, Sérgio Gabrielli, Renan, Delcídio e outros menos votados, provavelmente, diferentemente do que pensavam os articuladores políticos do governo, a crise não está superada e, para superá-la, cada vez mais cresce o tamanho da fatura. E, para as “cucuias”
a responsabilidade fiscal, as metas de inflação, o superávit primário e o crescimento menos envergonhado do pibinho!
Assim, se tudo vai mal, como é que pode crescer a aceitação de Dilma para presidente? Se no mês de janeiro houve uma queda de quatro pontos percentuais na sua aprovação? Que fato novo favorável pode ser apresentado para justificar tal desempenho? Na verdade, diante de tamanha crise, de tão grandes problemas, de desentendimentos na base de sustentação parlamentar da Presidente, da clara insatisfação de Lula com o desempenho de determinadas figuras do governo de Dilma e dos erros nas negociações com o PMDB, é difícil acreditar que a crise vai passar.
Para a maioriados brasileiros, mesmo os do bolsa família a coisa não cheira bem!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!