É PRECISO ACREDITAR QUE TUDO PODE VIR A SER MELHOR!
A coisa está de vaca desconhecer bezerro. O pessimismo toma conta de tudo. O brasileiro, o utrora o chamado homem cordial, afável e hospitaleiro, está sumindo. Pelo temor da violência que está em todos os lugares, em todos os ambientes e em todos os níveis de renda, de escolaridade e o quer que diferencie o status das pessoas, não se ouve outra coisa a não ser o relato de tragédias e temores de serem acometidas de violência de toda ordem.
Os espaços públicos foram usurpados ao povo, por traficantes, delinquentes e criminosos, sem que os agente públicos qualquer coisa fizessem para impedir que tal ocorresse! As pessoas buscam corrigir a omissão do estado, mostrando a sua indignação, ora se trancando atrás de grades, contratando segurança privada, armando-se e rezando para que o pior aconteça com os outros e não com elas. As mais revoltadas e se achando impotentes, para chamar atenção para o descalabro que reina nas comunidades, incendeiam ônibus e outras propriedades privadas; promovem a barbárie que são os justiçamentos, as execuções e os estímulos a gestos como a defesa da redução da maioridade penal para pequenos delinqüentes ou a proposição do estabelecimento da pena de morte, por estas plagas!
Todos são gestos de desespero de uma sociedade que não crê nas instituições e nem nos homens públicos e, numa manifestação de completa desilusão, os que podem, só pensam em deixar o país e os que não podem, ou se escondem, atrás de grades ou, até mesmo acabam se aliando ou se mostrando lenientes com o crime organizado para, dele não ser vítima.
O estado de ânimo da população, não é apenas de um pessimismo avassalador, mas de uma certeza de que marcha o país para uma crise inexorável e, talvez, até inadministrável!
E, o que se podem fazer aqueles que formam opinião e tem responsabilidade para com a construção da sociedade? Ficar passivo, aceitar a leniência, fugir da responsabilidade e assumir o pessimismo que hoje grassa por toda a sociedade?
Não e não! Diante de toda a crise de credibilidade das autoridades, da violência que grassa por toda a parte, do medo e da omissão dos cidadãos; mesmo diante de tantos descalabros, há que buscar reconstruir o caminho do país para a marcha para a sociedade que os brasileiros desejam e pretendem ver prosperar.
E, o que fazer? Em primeiro lugar, é preciso acreditar que a democracia só vale pela capacidade que confere aos cidadãos de excluir aqueles que não cumpriram com aquilo que prometeram e aqueles que não atenderam as expectativas que fora por eles criadas. Assim, uma das virtudes da democracia é propiciar a chamada alternância do poder, o que permite gerar sonhos e esperanças de que as coisas poderão tomar um rumo diferente do que tomaram até agora.
Assim, os dados de preferências eleitorais mostram já que, o segundo turno é, praticamente uma certeza vez que a soma das opções dos candidatos de oposição, já supera aqueles alcançados pela Presidente Dilma. Em isto ocorrendo e se consolidando, ter-se-á como possível e viável, que se limite a possibilidade da continuidade e da mesmice que se experimentou até agora. Se isso é verdadeiro, há razões para criar um novo ânimo e de cobrar dos atuais candidatos uma agenda que enfrente os principais problemas e desafios que o país ora se defronta.
O que se fará frente a violência avassaladora? Quais as medidas de curto prazo e aquelas de médio e longo prazo? O que fazer para reprimir essa tendência da sociedade de fazer justiça com as próprias mãos? Que proposta se pode apresentar, a partir de experiências como as das UPP’s, da polícia paulista e da polícia de Pernambuco, para conter a escalada de violência? O que fazer para impedir o vandalismo propiciado pela reação da sociedade, industrializada e trabalhada, por interesses, as vezes inconfessos, contra a polícia, admitindo que tudo que é de bala, perdida ou não, que tenha matado até mesmo, policiais, fora disparada pela própria policia?
Claro que superar a corrupção nas polícias, o conluio entre justiça e o crime organizado e o despreparo da polícia civil para conduzir processos criminais, além da precariedade e limitação da capacidade presidional do País, não é tarefa simples e demanda um conjunto de ações integrada dos níveis de governo, da justiça e da sociedade civil, como forma de ir superando, gradativamente, tais problemas.
Um outro grave e difícil desafio é como conduzir a questão dos menores delinquentes, hoje os maiores responsáveis pela grande parcela dos crimes brutais, sabido é que os mesmos estão sendo usados pelo crime organizado para o cometimento de tais delitos brutais. A sua iniputabilidade é trocada pela impunidade dos meliantes a serviço do crime organizado.
Há problemas no país que, se a sociedade não resolver assumi-los, dificilmente serão superados como é o caso da insegurança, do saneamento ambiental, da mobilidade urbana afora questões mais difíceis, como os problemas estruturais — educação, saúde, gestão pública — já há tanto tempo cobrados pela nação.
Antes de propostas objetivas, este cenarista gostaria de lembrar que problemas tão graves só são resolvidos quando algum herói ensandecido de esperança como Tiradentes ou alguém que vê longe a miragem como ocorreu com JK, aparece ou que uma idéia-força mobilize e sensibilize a sociedade em torno de possíveis caminhos e alternativas.
Voltará o cenarista a intentar propor, sem se atrever ao papel de sábio ou de iluminado, o que se pode fazer para ir encaminhando, pelo menos, a grave questão da violência e da insegurança que toma conta, não apenas das grandes cidades, mas de todos os pontos do território nacional.
É preciso que se tenha a visão do todo do problema mas que se tenha consciência de que só se pode resolvê-lo na proporção em que, com humildade, partes do problema sejam atacadas de maneira objetiva e com a perspectiva de permanência.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!