HÁ ALGO DE NOVO OU SÓ O RESCALDO DA COMOÇÃO?
Há muita gente achando que as pesquisas ainda não revelariam nada em termos das tendências e preferências eleitorais. Para muitos pretensos analistas, os dados mostrados em pesquisa recente do DataFolha, representam ou refletem muito mais o impacto da comoção que tomou conta do país em face da tragédia provocada pela morte de Eduardo Campos. Será?
Tudo isto porque Marina, numa simulação de um possível segundo turno, bateria Dilma! E, é bom que se diga que, todo o “frisson” causados nas hostes do PT e do PSDB, mostra que a perplexidade com os índices de Marina são uma caracterização de que, para os seus adversários, tudo que ela construiu de respeito e credibilidade nos últimos anos, teriam sido esquecidos e não pesariam nas ponderações do eleitorado! Muitos acreditam que, passado o período do nojo, a comoção vai se esmaecendo e será difícil manter o cadáver de Eduardo gerando dividendos para a verdadeira oposição à Dilma.
Ademais, para respaldar a tese de que o fenômeno é passageiro, alguns críticos agregam novos argumentos para demonstranr que, quando o eleitorado tiver noção e compreender que, por exemplo, falta a Marina o necessário “savoir faire” para enfrentar os conflitos de idéias, de propostas e de interesses da coligação partidária, penosamente construída por Eduardo Campos, a tendência é que ao se ampliarem os desentendimentos nesse mesmo arranjo partidário, a onda Marina irá se dissipar.
E, com isto, o discurso de Marina, segundo os adversários, marcado por se fazer tão somente em uma nota só que seria, no caso, a tal da sustentabilidade, irá perdendo fôlego. Dilma, para não atacar e não confrontar direto com Marina, irá explorar o fato de que ela não teria experiência gerencial. E focará a sua estratégia de desestruturação de Marina no convencimento do eleitorado, de que, fundamental para o País é ter alguém, dirigindo os seus destinos, que já poderia apresentar um cartel de obras e serviços construídos e prestados bem como com a experiência necessária para enfrentar os graves problemas nacionais. E aí, o nível de aceitação e aprovação alcançado por Marina agora, já teria chegado ao seu teto.
Se essa é a argumentação dos lulopetistas e dilmistas, por outro lado, os adversários do governo procuram demonstrar que é bastante visível e patente um desejo mudancista no País, diante do fracasso da política econômica, dos escândalos pipocando a toda hora, da corrupção endêmica e de um certo cansaço com o jeito de fazer política e de governar do PT. Será que tais fatores não estariam muito mais presentes na cabeça do eleitor do que a comoção gerada pela morte de Eduardo Campos?
E, se ainda pesa a comoção, será que, mesclado ao impacto da tragédia, ainda não por completo digerido diante da morte do companheiro de itinerário, o fato de Marina ser, efetivamente, a única coisa nova no cenário político — no discurso, nas atitudes, na prática e representando uma espécie de contraponto diante da arrogância e presunção de Dilma — não seriam fatores adicionais a garantir espaço crescente à freirinha, nas opções e nas preferências eleitorais?
Isto porque, é público e notório que o cansaço com os petistas e com a própria Dilma estão demonstrados nos índices de rejeição a candidata à reeleição, notadamente no Sul e Sudeste e, agora também, no Nordeste. È fundamental considerar que, embora dentro da perspectiva de voto já definido, a postura do eleitorado de oposição ao governo tem sido a de afirmar que, num possível segundo turno, ou vota em Aécio ou em Dilma. Ou seja, com toda a convicção, o eleitorado parece demonstrar que resta pouco espaço para migração de votos de Aécio ou Marina para Dilma, refletindo essa rigidez, mais uma vez, a ânsia por alternância de poder.
Por outro lado, mesmo Aécio, sendo a opção, até agora mais clara, dos que não querem ver repetida a presença do PT por mais quatro anos no poder, o “furacão” Marina como assim a denominou Ricardo Noblat se apresenta mais renovadora, mais moderna e mais palatável para quem quer uma mudança de perspectiva e de quadros na direção do governo nacional.
Vamos ver o que diz a pesquisa DataFolha de hoje? Ela confirmará ou não os juízos de valor aqui emitidos!
PS: Hoje tem debate dos presidenciáveis na Band. Saía justa para Aécio pela denúncia que fez sobre o avião usado por Eduardo Campos que foi definido uso e feitos os acertos antes de Marina ser escolhida vice. o que vai fazê-la de vítima. Dilma e a sua exaltada experiência até que poderia render frutos para Dilma dependendo da atitude de Marina. Ou náo?
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!