E AGORA, JOSÉ?
Depois do 13 de março o país não é mais aquele! Não há apenas a indiferença de alguns cidadãos, “cansados de guerra”; a descrença de muitos outros que colocaram a sua esperança nos sonhos e nas utopias que lhes foram vendidas; ou daqueles indignados com a derrota que sofreram no último pleito, em face do flagrante estelionato eleitoral que lhes aplicaram, além da revolta daqueles que olham para frente e não veem caminho a ser seguido e nem solução para os inúmeros impasses e desafios que estão colocados.
O País está verdadeiramente doente. E não será apenas com um antibiótico de largo espectro que se debelará a infecção generalizada. Além do mais, o tratamento apresenta tantos efeitos colaterais adversos que o paciente, já historicamente e por essência, impaciente, quer ver, já agora, uma luz no fim do túnel que, infelizmente, teima em não aparcer. Por outro lado, aqueles que lhes poderiam pedir “compreensão e paciência”, perderam a credibilidade mínima necessária para propor esse mutirão cívico em favor da nação.
O processo político-administrativo e de gestão da coisa pública feneceu e apodreceu. O que fazer para que a sociedade “engula” as medidas amargas propostas por Joaquim Levy e acredite que, enfrentando os duros sacrifícios de hoje, o amanhã será melhor e mais tranquilo? Por quanto tempo o mercado terá a compreensão necessária de forma a não colocar lenha na fogueira, com sugestão de redução dos graus de classificação de agências de risco, de desestímulo a investidores externos e de não dramatizar os desafios a serem enfrentados pelo governo central, sem força, sem respeito e sem credibilidade junto a agente econômicos e junto a população como um todo?
O problema mais grave é que as instituições, como um todo, estão desacreditadas!
E, se assim ocorre, como seria possível estabelecer um pacto nacional capaz de garantir respaldo a uma rearrumação da casa que possa permitir o País voltar a crescer de forma sustentável e continuada? É difícil encontrar respostas de afogadilho e parecem piadas a forma como governantes e a classe política estão acostumados a agir. Isto porque eles partem do pressuposto de que a memória popular é curta; que, qualquer medida populista que lhe adoce a boca poderá permitir com que o governo continui a “lhes levar no bico” e, que bastaria algumas notícias mais otimistas para que se recriasse o otimismo e se refaça o entusiasmo dos brasileiros. E, esse tempo passou, cansou e a paciência esgotou.
Pelas manifestações das ruas, pelas declarações e demonstrações de insatisfação nas redes sociais e pela queda de popularidade brutal da Presidente verificada em redutos tipicamente vinculados ao PT, a coisa é mais complicada no sentido de encontrar um modo de convivência do governo com a sociedade, que não seja o atrito permanente e o confronto constante.
Talvez só através da construção de um grande pacto de entendimento entre os brasileiros, comandado pelas elites, na expressão weberiana da palavra e com o apoio sério e decisivo da mídia; com um Judiciário que não faça concessões justificadas pelos embargos, recursos, prazos processuais ou chicanas,e, por fim, por um Legislativo que comece a se “dar a respeito”, talvez o Brasil volte a merecer as atenções, a confiança e a aposta que, até 2010, o mundo fazia sobre o seu desenvolvimento e o seu progresso.
E mais que isto. Que volte o entusiasmo, a alegria e o contagiante otimismo a esse povo que sempre soube amar este país que, outrora, “em se plantando tudo dava”! Se se acreditar que Deus é brasileiro, então, com pequenos ajustes, as propostas de rearrumação da casa, de recuperação da credibilidade externa e da confiança interna bem como caso as reformas institucionais propostas prosperarem e as idéias de combate à corrupção vicejarem, então, quem sabe, venham os brasileiros a viver tempos menos bicudos!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!