REMENDOS, NÃO! MUDANÇAS, SIM!

Vivem os brasileiros uma circunstância muito particular e peculiar. Há um clima de frustração, de desencanto e de generalizada descrença nas instituições, nas pessoas e até mesmo nas idéias e propostas que são lançadas para discussão e avaliação dos cidadãos. Na verdade, nesse universo em desencanto, falta, as pessoas, até mesmo, o ânimo para se indignar e para se revoltar com o atual estado de coisas, além de carecerem de qualquer laivo de entusiasmo e de esperança de que surja alguma idéia  salvadora capaz de dar respostas ais enormes desafios nacionais.

Esse ar de cansaço se reflete até mesmo no fato de, nas manifestações populares contra o atual estado das artes, as pessoas não apresentarem sequer uma reivindicação, mesmo de natureza genérica ou uma agenda mínima para o país! Ou ainda, não demonstraram as pessoas  sequer um mal estar em relação a liderancas, a políticos ou a autoridades constituídas!

Dizem alguns analistas que um momento de impasse, de crise, de incertezas e desafios como o que vive o País, só pode ser encaminhado a busca de seu equacionamento, se houver um processo de alternância de poder que permita como que, zerar o jogo e recomeçar todo o processo com novas idéias, novos atores e novas esperanças! Sem isto só se produzem remendos, falsas mudanças, precários ajustes que não irão conduzir as transformações necessárias e desejadas!

Assim, ninguém discute que o ajuste fiscal e a reorganização das contas públicas são  condições ” sine qua ” para que o País possa pensar em controlar a inflação e criar as pré-condições necessárias para  que se pense em voltar a crescer!

É importante e oportuno chamar a atenção para o fato de que se não forem processadas  as correções de uma série de distorções nas políticas públicas e  não se buscar uma solução de compromisso com vistas a, via seletividade de políticas e escolhas de segmentos que possam ser mantidos os gastos de governo, será difícil impedir o estancamento do crescimento da economia. Parece um contra-senso tal afirmação pois que se parte do pressuposto de que um ajuste fiscal, necessariamente, leva a paralisia da economia em face da redução do consumo das famílias, da redução significativa dos gastos públicos e do encolhimento dos investimentos como um todo!

Aí se requer engenho e arte no sentido de estímular  a entrada de investimentos externos, o apoio a urgência e simplificação nas concessões, a promoção de parcerias publico-privadas, bem como se buscar reduzir os sobrepreços nas obras públicas, além dos estímulos a redução de um conjunto amplo de ineficiências que perpassa todos os segmentos econômicos de toda a sociedade, são caminhos alternativos a minimizar o impacto do ajuste sobre a economia.

Assim, o que a sociedade espera é que os policy-makers saibam buscar as alternativas capazes de reorganizar as finanças públicas, recuperar os fundamentos da economia, rearrumar as políticas básicas,  tudo subordinado a um marco de decisões democráticas negociadas que não gerem contenciosos difíceis de serem superados.

Os brasileiros, perplexos e chocados, esperam que, das cinzas brote uma Phoenix renascida, capaz de induzir ou estimular o surgimento de uma agente convincente para o País!

E, aí, um país passado a limpo, poderá surgir desse grande desastre e catarse nacionais, abrindo as perspectiva de um novo tempo para o País!

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *