A CRISE TEM DIMENSÕES QUASE INIMAGINÁVEIS!

Nenhum analista, por mais perspicaz, arguto e bem informado, seria capaz de antecipar a atual crise com as dimensões que experimenta o País. Quem ousaria imaginar que  os efeitos da crise mundial de 2008, a não realização de algumas reformas institucionais e as próprias limitações gerenciais dos quadros nacionais, iriam produzir uma desorganização tamanha da economia e da sociedade brasileiras?

Indícios de que algo de errado estava sendo gestado poderiam ter sido detectados quando o Ministr o Mantega, de triste memória, resolveu implantar, com o concurso dos sábios conhecimentos de economia de Dilma Roussef, o que eles denominaram de a Nova Matriz Econômica que conseguiu ser tão desastrada e tão perniciosa quanto a política energética conduzida pelo governo, nos últimos anos!

Se tal notável equívoco não bastasse, o processo de extrema leviandade na administração e na condução do gasto público, aliado ao abandono ao respeito aos fundamentos da economia, representaram o desencontro geral do País com os seus propósitos e objetivos.

Junte-se a tanto, o aparelhamento da máquina do estado por quadros de discutível competência;  a garantia de benesses de toda ordem propiciadas por um estado provedor; além o uso político inusitado e irresponsável do governo e de seus órgãos, não apenas geraram essa zorra total que ora se assiste como destruiram a credibilidade das instituições e produziram um quadro de dificuldades para os gestores da coisa pública, particularmente os responsáveis pela política econômica!

Estes, além dos graves e urgentes problemas a equacionar no que respeita ao ajuste fiscal, enfrentam a pouca colaboração e limitado espírito público do Congresso Nacional, a incompetência do PT em não entender o que representa a necessidade de um governo de coalizão política, além das exigências de fazer correções de rumos diante de erros acumulados, de desvios de conduta ora expostas pela Operação Lava-Jato e de outras dificuldades. Some-se a isso a incompetência generalizada dos principais quadros do governo que propiciam  o quadro de confusão generalizada que ora se assiste no País.

Esse cenário gera desânimo e desencanto a todos quanto as possíveis saídas do Brasil para a profunda crise em que se encontra mergulhado. É possível que se estabeleça um pacto de conciliação e de entendimento e se busque uma solução de compromisso que leve a sociedade a acreditar que as medidas ora tomadas aliadas a outras destinadas a correção de erros acumulados ou a problemas estruturais sérios, como é o caso da crise previdenciária e os equivocos da política energética, permitam vislumbrar caminhos alternativos e saídas possíveis.

Apesar de todo esse quadro extremamente difícil e complicado, a condução da política econômica,  na busca do reestabelecimento dos fundamentos da economia, ainda não esmoreceu diante dos problemas e dos desafios e em face da pouquíssima credibilidade  do governo. Se o Congresso colaborar e o PT, não atrapalhar, talvez seja possível propiciar alternativas para o encaminhamento dos enormes e urgentes problemas e, a partir do primeiro trimestre de 2016, o País já comece a respirar novos ares.

Talvez este seja o momento de uma revisão crítica do quadro nacional e se pudesse aproveitar a circunstância para fazer alguns ajustes relevantes como uma nova reforma previdenciária, uma alteração no sistema tributário, pelo menos via simplificação da legislação e dos processos, aliás  como proposto pelo governo e a volta de algo muito relevante no quadro político-partidário, qual seja, a famosa cláusula de barreira. Sem ela não haverá caminho para a diminuição do tamanho do estado, para a redução de instâncias burocráticas, enxugamento de ministérios e cargos comissionados além de uma necessária descentralização destinada a recriar a Federação e a autonomia municipal.

Ao se incluir essa questão que, aparentemente deslocadado contexto de reformas institucionais de monta,  é porque ela representa condição “sine qua” para impedir essa indecente proliferação de partidos. Tal proliferação de siglas leva e obriga, para garantir a governabilidade, a montagem de um governo de coalizão muito amplo, o que leva a rigidez quando se pensa em reduzir o número de ministérios ou diminuir a imoral distribuição de cargos comissionados que chegam hoje  a mais de 23 mil!  Com 5 partidos a garantia de governabilidade não terá que ser tão ampla, dispersiva e a multiplicação de Ministérios, agências reguladoras, empresas pública e outros penduricalhos, não se faria mais necessário!

Se, ao lado disso, houvesse um processo de desaparelhamento do estado, a busca de profissionalização da administração pública e da volta da idéia de meritocracia, será possível diminuir a transmissão de ineficiências do setor público para o setor privado. E, se, adicionalmente, se estabelecer um grande processo de desconcentração de poder e o fortalecimento do papel da sociedade civil e de estados e municípios, então o País poderia começar a trilhar novos e promissores rumos!

Acredite na história do futuro do livro da Myriam Leitão pois embora grande a crise o país sempre mostrou competência para sair de tais impasses!

 

 

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