NOVEMBRO, O AGOSTO POLÍTICO DE 2015, PARA O BRASIL!
Os brasileiros são, de um modo geral, superticiosos, superlativos e novelescos. Exageram na avaliação e na interpretação de fatos e circunstâncias. E, quando se trata de crises e problemas, o seu lado dramático-novelesco se exacerba levando-o a definir como quase insuperáveis os quadros de dificuldades. Para o economista Premio Nobel de Economia, Paul Krugman, em recente artigo na Folha de São Paulo, a crise não é tão dramática e não é a pior das que o País já experimentou. Há controvérsias!
No caso específico da crise em que está mergulhado o País, talvez a combinação de várias crises — politico-partidária, econômica, ético-moral e até uma quase crise institucional — tenda a conduzir a uma total descrença, por parte da população, nas possibilidades efetivas de uma saída possível e pacífica para a enrascada.
Junte-se a tal circunstância o chamado “deserto de homens e idéas” que hoje domina a cena nacional. Inexistem figuras expressivas na política, nas casas legislativas, no judiciário, na classe empresarial, nos sindicatos, na sociedade civil — CNBB, ABI, OAB, UNE, etc — e nas várias profissões e atividades. Tal vazio leva aos brasileiros a uma espécie de sebastianismo, ou seja, a uma busca desesperada por um salvador da pátria, pois hoje sentem-se órfãos da vida, da sociedade e dos governos.
É claro que a crise é de difícil superação notadamente se o caminho a ser buscado e intentado for a concretização de um grande acordo ou uma espécie de Pacto Nacional como ocorreu em outras nações em situações assemelhadas onde uma transição político-institucional requeria uma ruptura e um recomeço. Claro que no caso brasileiro o pacto se assemelhará mais a uma espécie de pacto de sobrevivência de cidadãos que lutam para, numa espécie de solidariedade na contravenção, safarem-se das operações “Lava-jato e outras quejandas”, para puderem continuar partícipes da cena política nacional.
Na verdade, uma avaliação dos últimos acontecimentos, mostra que a coisa fica cada vez mais confusa com Dilma e LULA, cada qual a seu jeito e a sua maneira e segundo os seus interesses, fazendo das suas e, como que “atropelando o samba”. Adotam uma estratégia inconsequente e perigosa quando movem uma intensa artilharia de acusações sobre Eduardo Cunha, tentando acuá-lo de tal forma que, no estágio em que a coisa se encontra, Cunha não mais raciocina na tese de que é “melhor perder os anéis para preservar os dedos” mas, ao que parece, no princípio do não ter outra escolha qual seja “ou calça de veludo ou bunda de fora”.
Na verdade, a hipótese de Eduardo Cunha vir a se tornar um Roberto Jefferson da Lava-Jato parece que não é remota pois diante do bombardeio de acusações e denúncias de que está sendo alvo, talvez ele opte pela hipótese de contar tudo que sabe e, aí, ameaçar desmontar a própria República.
E, muita gente aguarda que esta semana venha a ser decisiva para Dilma e para ele, notadamente depois das últimas declarações da Presidente, em Estocolmo, Suécia. Ali, Sua Excelência soltou o verbo, sem amarras, falou, como sempre, o que não deveria ter falado. Disse, por exemplo, desautorizando o Presidente do PT, Rui Falcão, que havia criticado duramente Joaquim Levy e pedido a sua cabeça que, “a opinião do PT não é a do governo”. Aliás, as críticas de Rui Falcão faziam coro as críticas já estabelecidas e externadas por Lula.
Como isto não bastasse, indagada sobre as acusações que pesam sobre Eduardo Cunha, declarou que o que ocorre com ele “envergonha o País”. Tal declaração representa o demarrar do processo de discussão do afastamento de Dilma da Presidência quer pela via do “impeachment” ou de uma renúncia estimulada mas que, segundo o cenarista só irá oocorrer a partir do momento em que os vetos forem mantidos e a CPMF for aprovada pelo Congresso.
A CPMF não se mostra difícil de ser aprovada por várias razões. Em primeiro lugar, ela já existiu e não representou ônus maiores para as classes baixas e média baixa. Também por não haver alternativa para o enfrentamento do ajuste fiscal diante da inexistência de viabilidade política para garantir suporte à aprovação de cortes significativos de gastos públicos. Ademais, diante de um imposto de renda que atinge 27,5% da renda dos brasileiros, não será difícil convencer a sociedade de que este será o último sacrifício imposto para que o país reinicie o processo de retomada do crescimento.
Também, como o produto do imposto será dividido entre a União e os estados, na base do meio a meio, então não será difícil arrancar a aprovação do Congresso diante da pressão dos governadores e dos prefeitos sobre os seus parlamentares.
Em face dessas circunstâncias o que se pode esperar é que o agosto político do Brasil este ano ocorrerrá em novembro pois que Dilma está começando a precipitar o processo na proporção em que faz declarações inapropriadas e inoportunas e estimula o processo de discussão de seu afastamento da Presidência.
Admitem muitos políticos e cenaristas de plantão que, Dilma, sem respaldo popular, sem sustentação parlamentar, sem apoio dos empresários, dos sindicatos e de segmentos da sociedade civil e da mídia, vive, segundo muitos, os seus últimos dias de estresse, de pressão e de solidão, sendo possível admitir que, selado o acordo que “salva” Lula, família e amigos; Eduardo Cunha e Renan Calheiros, será possível convencê-la a abrir caminho para um processo de pacificação nacional, estancando o pesado processo de sangramento do País!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!