NOMES, HOMENS E COMPROMISSOS!

Em tempos de crise as interpretações e versões valem mais que as efetivas declarações. O que se vem falando de Temer a respeito da sua presumida ânsia em assumir o poder e a sua atitude, visto como inoportuna por alguns, de já estar desenhando uma agenda para o Brasil e possíveis nomes para ajudá-lo a cumprir a difícil empreitada, usando a expressão  popular, “não está no gibi”.

Notadamente para quem conhece e conviveu com Temer e sabe de sua ponderação, de seu equilibrio e, de “seu tempo de estrada”, há que considerar que vale para ele o ditado de que “o Diabo é sábio não porque é diabo, mas porque é velho” e que, mais que qualquer outro, saberia administrar as suas ânsias e o despertar tardio de arroubos juvenis.

Mas, também, é fundamental reconhecer que alguém, diante da situação em que ele se encontra, na iminência de assumir o poder, notadamente em tempos de crise de confiança e de esperança, já deve demonstrar, à população, que não chegará sem saber o que fazer e nem para onde ir.

Na verdade o próprio documento apresentado pelo PMDB, faz alguns meses atrás, proposto pela Fundação Ulysses Guimarães e sancionado pelo Presidente do partido, Michel Temer, “Uma ponte para o futuro”, já esboçava uma agenda mínima de transformações e mudanças que representavam o pensamento médio dos economistas brasileiros e dos que já pensavam numa guinada de rumos para o País.

Da mesma forma, seria ingenuidade pensar que, ocorrendo o impedimento da Presidente, o seu sucessor natural já não buscasse, discretamente, pensar em nomes e homens que atendessem os requisitos essenciais para ajudá-lo a fazer tal dolorosa transição. Assim, definindo critérios básicos como credibilidade, competência técnica, resolutibilidade, liderança e garantia de respaldo da base de sustentação parlamentar, era esperado que, como um homem previdente, Temer já estivesse pensando nos possíveis nomes para asessorá-lo como ministros e como principais assessores.

Assim é que, num exercício de buscar imaginar o que Temer intentarºa arregimentar para o seu possível governo, o cenarista ousará indicar nomes que poderão compor o seu ministério, dentro da idéia do possível e do viável. Se se pensa no núcleo duro do governo, alguns nomes deverão estar ao seu lado como Elizeu Padilha, na Secretaria Geral;  Romero Jucá, na Casa Civil; Moreira Franco, na AGU ou, em vez de Moreira, que pretende o Ministério das Cidades, se houver mais ousadia, que tal o deputado Jarbas Vasconcelos? na chefia de gabinete, talvez o Embaixador Fred Arruda, ou  o embaixador Pompeu Andreucci Netto.

Na área econômica, Temer quer Arminio Fraga na Fazenda mas, como este já declinou do convite, um Marcos Lisboa faria um excelente papel. Se quiser compor com parte do povo de Lula, um Henrique Meirelles também poderia ser uma opção. Haveria ainda dois nomes que poderiam compor a sua base na economia que são Samuel Pessoa e Mansueto de Almeida. Para o Banco Central, Alexandre Schwarzman, Ilan Golfajzn ou Carlos Eduardo de Freitas, poderiam ser alternativas viáveis.

Para o Planejamento, alguém afinado com esse grupo e que entenda que vai assumir o papel maior de gestor eficiente do Orçamento, talvez busque convencer a Joaquim Levy para fazer o excelente trabalho que realizou no primeiro governo Lula, quando foi um brilhante secretário do Tesouro Nacional. Claro que se isto não for possível, Temer, ao reunir os nomes para a área Economica poderá, com eles, dividir funções e atribuições e estabelecer o mesmo desenho que se fez quando da montagem do Plano Real.

Para o Desenvolvimento, talvez Temer chame, na composição política, Armando Monteiro para continuar o trabalho ou resolva trazer Tasso Jereissati para agir como um colaborador seu já que tem notável experiência de gestão pública, é empresário bem sucedido e representa nome expressivo do PSDB.

Para a Justiça seria ousadia demais convidar Sérgio Moro ou Joaquim Barbosa, embora o nome de Aloisio Nunes Ferreira, de São Paulo, possa vir a preencher a vaga. Para Minas e Energia, um bom nome seria do deputado federal José Carlos Aleluia. Para Educação, José Serra. Para a Agricultura, Ronaldo Caiado, Blairo Maggi ou o deputado Osmar Terra, do Rio Grande do Sul.

Para a Saúde, um nome do PMDB, Darcisio Perondi, deputado coordenador da bancada da Saúde, cairia bem. Para a Integração alguém expressivo do Nordeste, da mesma forma que para os Transportes ou, se vingar, para a infra-estrutura, compreendendo Transportes, Comunicações e Minas e Energia, alguém como Tasso que atenderia, também, o critério regional.

Para as Cidades, o atual ministro e o seu partido, poderia continuar comandando a pasta ou a cedendo para o PP que, também poderia indicar o Ministro da Integração e da Ciência e Tecnologia.

No mais, os demais cargos deveriam entrar no rateio da participação partidária mas marcados por figuras que cumpram o critério de credibilidade, liderança, competência técnica, resolutibilidade e contribuam para a garantia da sustentação parlamentar, tão necessária para o início e sucesso da transição.

É claro que são apenas especulações, mas os possíveis nomes devem atender os critérios anteriormente mencionados além de demonstrar desprendimento e, também, envolvimento e compromisso republicano com vistas ao enfrentamento dos graves problemas nacionais.

Fundamental é concluir que Temer já dispõe de um núcleo duro de extrema lealdade, além de auxiliares que já estão, faz tempo, no seu entorno. Na verdade ao agregarem-se figuras como Elizeu Padilha, Moreira Franco, Henrique Eduardo Alves, Romero Jucá, entre outros, Temer bastará indicar um grupo competente e respeitável para a área econômica e o resto será mera composição político-partidária.

E, com certeza, indicados, prioritáriamente, os componentes da área econômica, reestabelece-se a confiança e o país começará a respirar ares mais leves e limpos.

 

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