COMEÇA A ERA TEMER!
Expectativas e desafios são os dois eixos maiores das preocupações de Temer. Isto porque, sendo muito curto o prazo para que resultados possam ser alcançados diante do amplo e complexo número de problemas, caberá ao novo governo, conquistar a confiança da população e fazer renascer a esperança de que dias melhores virão. Sabem todos que o mergulho no processo de desmantelamento do País foi muito além do que se imaginava e que, se não for o governo seletivo, focado e capaz de hierarquizar prioridades, o desalento da população será rapidamente demonstrado.
Assim é fundamental, por exemplo, fazer, em primeiro lugar, com que os agentes econômicos acreditem que as coisas vão mudar e que fique patente e demonstrado que se dispõem de instituições, de instrumentos e de mecanismos que garantam que tal confiança está montada em uma base sólida e confiável. Dessa forma a escolha das prioridades da ação inicial, focando no reequilibro das contas públicas e na criação de um ambiente melhor para os negócios, sem esquecer que o governo tem consciência da necessidade e da urgência das reformas institucionais, são elementos fundamentais a dar o crédito inicial de confiança que o governo preciso. Aliados a isso as excelentes escolhas feitas para a área econômica levam a, de imediato, criar um clima altamente favorável e revertedor de expectativas negativas no meio empresarial.
O discurso deTemer foi na linha de tranquilizar os agentes econômicos e políticos de que não só as conquistas sociais não serão objeto de restrição por parte do novo governo mas que para a retomada da economia, a opção do governo é deixar à sociedade, a competência de fazer as suas opções, as suas escolhas e buscar os seus caminhos, estimulando assim, cada vez mais a iniciativa privada e cada vez menos a intervenção estatal. Temer deixou claro o compromisso de que a iniciativa privada deve assumir todos os segmentos da vida em sociedade, à exceção, é claro, daquelas funções essenciais e típicas de estado, exceção daquelas a quem caberá, prioritáriamente ao setor público, delas cuidar como é o caso da saúde, da segurança e da educação!
Ademais, além dessa profissão de fé na iniciativa privada, nas privatizações e no acelerar das concessões de forma a abrir espaços para atrair investimentos nacionais e internacionais, reforçou o novo mandatário da nação o compromisso com a melhoria da eficiência na gestão e na busca da redução de desperdícios de toda ordem.
O fundamental no seu discurso foi o sinalizar a disposição do governo de cortar gastos, de acelerar decisões destinadas a fazer com que as ações de governo sejam ágeis e mais eficientes, além de estimular a melhoria de desempenho em todos os segmentos de intervenção do estado.
Faltou no discurso de Temer apenas referências especiais as duas bases de filosofia de um novo governo muito caras ao cidadão como um todo — a busca da redução do tamanho do estado — e aquela esperada por municipalistas e defensores do poder local no caso, o compromisso com a luta pelo fortalecimento da Federação e da autonomia municipal. Slogans ou palavras de ordem como “Menos Brasília e mais Brasil” bem como “mais sociedade e menos estado”, faltaram ser pontuados para tornar completo a listagem de compromissos a serem assumidos para com a sociedade brasileira pelo governo Temer!
Fazendo o contraponto a assunção do novo poder, sob protestos, queixas, xingamentos e revolta de alguns seguidores e militantes petistas, que não eram muitos, Dilma “desceu a rampa” do Palácio do Planalto, pelo menos no sentido figurado! Prometeu guerra e uma vigilância impiedosa e constante à presidência interina de Michel Temer, mas, infelizmente, o tom do seu discurso, monocórdio, ficou, mais uma vez, a repetitiva tese de que “tudo não passou de um golpe, não apenas contra ela mas contra a própria democracia”!
Da depressão Lula a indignação de Dilma, ficou patente que, após 13 anos e meio de poder, a fadiga do material enfrentada pelo partido, só resta ao PT recriar-se e reinventar-se, mais do que apostar no insucesso do governo Temer bem como insistir que tud não passou de uma armação de Eduardo Cunha e de uma traição do próprio Presidente interino. Também não bastará que os petistas venham buscar identificar o novo governo como um governo estigmatizado e marcado pela existência de possíveis ministros sujeitos as duras acusações da Lava Jato!
Pois, se assim se resumir o discurso das novas oposições, as queixas e as acusações aos adversários de agora, não constituirão um discurso consistente, convincente e duradouro. Além das queixas e indignações, é preciso reconstruir o discurso que não poderá ser mais, como no passado, apenas um apelo à ética nem também qualquer proposta de “varredura da corrupção” e, nem tampouco, um denunciar de que o novo governo iria desmantelar os programas sociais. Isto não “cola” mais porque tais idéias são batidas e ultrapassadas e não mais sensibilizam nem são capazes de estimular, mobilizar e de mexer com a militância!
O momento agora é deixar de lado os denuncismos, as queixas, os muxoxos, e, na verdade, a hora é, da parte do governo, buscar propostas de equacionamento da crise fiscal, da retomada do dinamismo da economia e da busca de pacificação nacional. Do lado do PT será reaprender a fazer oposição, reorganizar a militância e recriar um discurso capaz de sensibilizar a classe trabalhadora.
Para a sociedade como um todo, a hora é de desarmar mentes e corações e buscar de soluções para os dramáticos desafios que se colocam diante do Brasil e dos brasileiros! E, não há espaços para lamentações nem para procrastinações pois que o país só tem uma preocupação que é a urgência das chamadas medidas saneadoras! E, nem mesmo o PT poderá ficar ausente de tais discussões!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!