SERÁ QUE VAI VALER A PENA TER INVESTIDO TANTO EM POLÍTICOS?
A semana que vai se iniciar prepara um dos desafios mais relevantes para o novo governo. Mostrar para si e para a sociedade que a sua opção de escolher um ministério marcado pela experiência, pela origem e pela capacidade de articulação e negociação política, foi o caminho o mais acertado, o mais viável, o mais adequado e o mais oportuno para um governo interino, sem base de apoio popular e marcado por certo ar de desconfiança da mídia e de muitos.
Isto porque também, o palco das decisões fundamentais para permitir que o governo possa promover os ajustes fundamentais nas políticas públicas, recuperar os fundamentos da economia e promover algumas reformas institucionais para superar alguns problemas ou quase impasses, necessariamente requerem o imprescindível apoio do Congresso Nacional. Sem uma base de apoio e de sustentação parlamentar, a probabildade de sucesso na empreitada de aprovar, em tempo hábil, as medidas de correção de rumos fundamentais da economia, seria muito reduzida.
Por outro lado, os recuos relacionados a polêmica do Ministério da Cultura, diga-se de passagem, não bem digeridos pela população e o afastar, pelo menos, temporariamente, a possibilidades de criação de novos tributos, embora não representem hesitações e insegurança e nem o temor diante das pressões e das cobranças, às vezes impiedosas e deveras agressivas, de determinados segmentos marcados muito mais por um ideologismo que, às vezes beira a inconsequência, do que por uma racional e legítima reivindicação, são atitudes estratégicas de dar passos pensados e se situam no campo do requerido trade-off que a política impõe.
Na verdade, representa muito mais a sensibilidade e a competência do líder politico ao lidar com demandas da sociedade e, acima de tudo, ao demonstrar capacidade de minimizar áreas de atrito e superar arestas para uma convivência menos tumultuada com segmentos relevantes da sociedade civil, do que um recuo acovardado de uma posição estabelecida!
A capacidade de absorver críticas, sabendo diferenciar o que são críticas relevantes e procedentes das que não são; a reação contrário ao líder escolhido na Câmara, por suas vinculações com Eduardo Cunha e por sua folha corrida com dúvidas e senões, além das críticas e o tiroteio em cima de Romero Jucá, denunciado, investigado mas não julgado, além de suspeições sobre outros membros do governo, não balançaram, até agora, o governo. No caso da escolha do Líder do Governo na Câmara, justifica-se o governo argumentando que ela foi feita e apresentada pelas 12 ou 13 legendas que apoiam o Presidente além, como bem disse o Ministo Elizeu Padilha, não se poder desconhecer o peso e a liderança do Presidente afastado Eduardo Cunha, a quem se atribui ser “o criador e inventor” do Líder André Moura!
A habilidade com que membros do governo tem tornada pública dados da assustadora Caixa Preta do governo passado, revelam que o drama não está só no rombo de 175 bilhões das contas públicas; nem no empenho de 3,8 bilhões de reais em projeto apoiado pela Lei Rouanet para atender os devaneios de nossos intelectuais; nem nos possíveis 14 milhões de desempregados até o fim do ano e nos dramáticos e urgentes problemas enfrentados pela saúde, pela educação e pela segurança que são problemas que o governo, embora reconhecendo a gravidade da situação, não dramatiza e não os usa como marqueting político do governo.
Portanto, os momentos iniciais do governo, os nomes e homens, as medidas já antecipadas, a mudança do eixo da política econômica, além das reformas propostas e as expectativas quanto mudanças fundamentais no ambiente econômico, abrindo já, enormes possibilidades em termos das concessões e privatizações, já deverão mudar o humor dos agentes econômicos tanto internos como externos.
Assim, muitos já acham que o país já muda de humor, já respira um ar mais descontraído e já começa a admitir que as coisas vão mudar para melhor sem que se façam concessões a ética, a esperteza e que a justiça, o ministério público, os órgãos de controle e a operação Lava Jato sofram quaisquer limitações para o seu desempenho livre e sem restrições.
Assim, a partir de amanhã, medidas já estarão sendo avaliadas no Congresso Nacional e, outras que dormitavam nas duas casas irão ser desencavadas e, reclamadas pela sociedade, serão discutidas e votadas. Claro que o grande desafio é fazer funcionar uma Casa, no caso a Câmara, mesmo vivendo uma crise de identidade e de liderança, vai ser cobrada a dar as respostas que as dramáticas situações estão a exigir.
Assim que venha o restante do mês com mais surpresas e com novos desafios mas com a expectativa dos brasileiros de que as coisas vão andar e os problemas serão enfrentados com determinação, coragem e espírito republicano. É esperar para ver pois os sonhos são muitos e as frustrações e decepções recentes tem que ser sepultadas.
Nem Temer e nem a sociedade vai amargar as desilusões por não ter feito uma opção preferencial de ter escolhido um ministério de notáveis no sentido estrito da expressão e ter feito a opção por um ministério de políticos experientes e conhecedores dos meandros do poder e da forma como as relações com o Congresso funcionam e são operadas!
É esperar para ver!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!