É PREFERÍVEL AVERMELHAR UMA VEZ DO QUE FICAR AMARELO A VIDA TODA!
O Presidente interino é um homem de boas maneiras, hábil nos relacionamentos, extremamente competente nas negociações e excessivamente conciliador. Homem que não tolera intransigências, radicalismos e inflexibilidades no trato de qualquer questão ou problema. Por outro lado, com toda sua lhaneza no trato, ele é um homem convicto de que, para governar é ser respeitado na condução do processo de gestão, “hay que endurecer pero sin perder la ternura, jamás”, reproduzindo Che Guevara! O momento em que vive o país, de tantas incertezas e inseguranças, requer, de una certa maneira, que ocorram esses contorcionismos para poder, se não se conseguir o que se deseja idealmente alcançar, pelo menos, alcançar o possível.
Nao obstante todo essa habilidade e esse “pisar em ovos” ou agir como “algodão entre cristais”, Temer há que estabelecer um limite de concessões e cessões sob pena de retirar do poder que se instalou o mínimo de autoridade e de respeito para conduzir o processo. Como diz o dito popular “quem muito se abaixa, o fundo aparece” ou se ceder demais, os seus oponentes, daqui a pouco, não vão querer mais apenas o “dedo” mas toda a mão.
No Nordeste há uma expressão que diz que “triste do poder que não pode”! Pois, em breve, se Michel ceder demais e for condescendente ao extremo, estará desmoralizado e nenhuma atitude sua será respeitada ou levada a sério. O Presidente Michel ao transigir no que respeita às declarações de seus ministros — da Justiça, da Fazenda e do Planejamento — até que mostrou o seu lado conciliador e o senso de oportunidade de que não seria hora de “jogar na mesa” temas deveras polêmicos. Até aí tudo bem.
Até mesmo quando recuou de criar o Ministério da Cultura, para alguns um gesto de pusilanimidade diante da pressão de um punhado de artistas e de intelectuais que, além de não ser representativo da categoria, o Presidente, mesmo com o gesto, não obterá a trégua, a compreensão e a colaboração daqueles que o criticaram tão duramente. O gesto de grandeza, mostrou que, além da questão ser pouco relevante para o projeto de poder, a melhor atitude seria ceder. Mas, ceder, claro, sem lhes dar o pirulito tão desejado que seria uma Lei Rouanet gorda e com um orçamento prenhe.
O recuo tático não foi bem visto pela população. Agora a atitude diante da gravação de Sergio Machado que, nas entrelinhas e, analisada fora do contexto, contém uma declaração de Romero Jucá, aparentemente se mostrando a favor de barrar o ímpeto da Operação Lava Jato, não parece que representa a atitude mais correta. Porque, na verdade, pelo andar da carruagem, daqui a pouco virá uma pressão incontrolável contra o seu líder, recentemente designado para a Câmara e, depois, quem sabe, denúncia contra Henrique Eduardo Alves, Geddel Vieira Lima, Elizeu Padilha, Moreira Franco, Hélder Barbalho, entre outros, haja visto que, em algum tempo, algum depoimento ou em alguma delação os seus nomes foram citados. Aí não haverá mais governo mas apenas tentativas de sair do canto do ringue.
E não é isto que os brasileiros querem e esperam de um governo que, saudado com a esperança de que a vida vai mudar e as angústias e incertezas desse ambiente de insegurança vão ser vencidas com determinação, vontade férrea e cobrança dos cidadãos brasileiros, que não poderá fraquejar e decepcioná-los. E Temer, dispondo dessa oportunidade única de fazer história, não perderá a chance. E contando com o fato do Deus ser brasileiro, os santos e orixás juntar-se-ão para garantir o êxito da empreitada!
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!