OS INTOCÁVEIS!

Num passado distante as pessoas temiam a fúria da igreja católica com seus insrumentos de repressão, controle e intimidação. Num tempo em que estado e igreja se confundiam e o poder econômico estava aliado a ambos , numa espécie de simbiose quase perfeita, todos temiam a força de tais instituições.

Ademais, tal poder e força se exteriorizavam ou se mostravam mais presentes, por exemplo, no papel que os  coronéis exerciam no meio rural, máxime no Nordeste, bem como na determinação das forças armadas de sempre se mostrarem guardiões da ordem, das leis e da constituição! E, consequentemente, estarem sempre aliadas à estrutura de poder das elites ou do poder conservador tradicionalmente detentor do controle das coisas e das pessoas!

Nos tempos atuais quais são os poderes que metem mais medo ao cidadão? Sempre, numa visão mais ampla, o estado, agigantado nas suas funções e competências, refreando e disciplinando o ir e vir do cidadão, definindo as suas vontades e direitos, cobrando-lhe pesada vassalagem sem lhe dar qualquer reciprocidade digna, é o controlador mor e o intimidador maior de todo e qualquer cidadão. Ou seja, não é apenas o Big Brother mas um ente quase que acima do bem e do mal.

Mas, se se pretender exteriorizar aqueles entes que cercam o cidadão e intentar qualificar quem mais assusta e os que mais geram temor e terror a vida dele, pela ordem são, a Justiça, a Polícia, a Mídia e a Receita, quer a federal quer a estadual! E, o mais grave é sério disso tudo é que tais se sentem, acima de tudo e de todos e, são, por assim dizer, os intocáveis!

Quando se fala em Justiça incluem-se os juízes e seus tribunais, alem dos procuradores e promotores, com seu dedo acusador e,  hoje em dia, até mesmo os advogados já que o corporativismo que define a sua forma de atuar, faz “maravilhas” no defender os seus interesses e aterrorizar quem contra eles se coloca!

O poder de polícia, ou da farda, representa, nas suas várias manifestações, algo que conduz a que, nos dias que correm, uma espécie de rejeição ou desaprovação da população no que respeita ao papel e a credibilidade da polícia.  Todos temem o cidadão investido do poder da força, pois, os próprios, sem consciência do que são e dos seus limites, são capazes não apenas de gestos autoritários intimidatórios como da prática de abusos de poder e de atos de violência tanto individual como coletivas, como de produzir as chacinas e os justicialismos praticados quase todo santo dia e, a olhos vistos!

Nos dias que correm, a ânsia em estabelecer controles internos e externos da gestão pública, gerou tantas limitações e constrangimentos que os pretensos responsáveis pela coisa pública, embotaram-se, perderam a capacidade de iniciativa, a imaginação criadora e são, no máximo, seguidores de manuais de instrução e de operação!

Assim são seguidos e policiados pelas auditorias interna e externa; pela CGU; pelo Ministério Público; pelo TCU; pela Polícia Federal e pela mídia, sem contar com os homens sérios que enfrentam o maior dos patrulhamentos,  qual seja, a sua consciência!

Então, nos dias que correm, o cidadão vive marcado por uma série de restrições e constrangimentos derivados do autoritarismo, da presunção de força e poder de segmentos da sociedade que, investidos de poder, exacerbam de suas atribuições e competências e se acham no direito de intimidar, de pressionar e de acossar um cidadão livre, desmoralizando-o e limitando o seu ir e vir!

Dessa forma, estados ditos democráticos de direito, como é caso do Brasil, permitem que gestos autoritários dessa natureza prosperem e vulgarizem-se como se foram legais e legítimos!

O que se sente é que o cidadão é cheio de temores frente a autoridades investidas de um poder que lhes foi conferido pelo povo e que, não se sabe porque serve para assustar, pressionar e intimidar o cidadão indefeso!

 

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