O QUE HÁ DE NOVO?
Já lá se foram ou se passaram dois meses e muitos buscam antecipar o que o governo recém-instalado consegue fazer diferente do que sempre se fez ou do que Dilma vinha fazendo ou não fazendo. Ou seja, será que se pode dizer que esse governo provisório, interino ou transitório tem uma cara, uma postura, um estilo ou uma forma de agir distinta da mesmice que o país estava, já extremamente exausto de assistir? O que será que realmente mudou? Ou, será que apenas trocou-se seis por meia dúzia, segundo a expressão popular?
Dizem alguns aprendizes de analistas ou de cientistas políticos ou mesmo de curiosos que a economia de uma nação opera a base de expectativas e de credibilidade. Se os agentes econômicos começam a pressentir sinais de que as coisas estão tendentes a melhorar então os mesmos se sentem estimulados a fazer movimentos de retomada das ações e dos investimentos capazes de reiniciar o ritmo de expansão de suas atividades.
Porém não bastam os indicadores de melhoria do ambiente e o surgimento de expectativas mais favoráveis. É fundamental que as instituições que regram, disciplinam, controlam e, as vezes, oferecem estímulos ou sanções para tais atividades, mostrem, através de palavras, gestos, ações e medidas de política econômica, que sabem o que querem e, com isto, façam com que o mercado tenha confiança na sua competência e na sua seriedade. Do contrário, o mercado e os seus agentes, desconfiados e ressabiados, vão ficar na espreita, aguardando que o ambiente fique menos turvo, menos anuviado e menos confuso.
A economia, para funcionar e operar, com certo dinamismo, precisa que prevaleça o que alguns denominam de monotonia da normalidade. Ou seja, é crucial que, apesár das desconfianças iniciais, das pressões desestabilizadoras promovidas pela Oposição e pelos naturais desencontros do próprio governo nos seus primeiros momentos, os agentes e os formadores de opinião, sintam que hå governança confiável e os quadros dirigentes mostrem resolutibilidade, inciativa e competência técnica e política.
Assim, além dessas qualidades ou qualificações, se perguntam, de forma objetiva, se as coisas já começaram a melhorar e os mais graves, dramáticos e urgentes problemas, estão de fato, sendo enfrentados Perguntas, por exemplo, do tipo ” o que fez esse dito novo governo para reduzir o buraco das contas públicas”? “O que se tem feito para estancar a sangria caracterizada pelos desequilíbrios das contas externas? Que ações foram adotadas para demonstrar que as coisas agora seguem uma certa ordem e que não mais se fazem ao sabor dos ventos e dos humores dos dirigentes de plantão ou subordinadas a um pernicioso e não confiável “marketing” politico-partidário?
A bem da verdade, as informações vindas de fora mostram um alívio de natureza, diga-se, talvez, de um ponto de vista geopolítico, de que a mudança de poder na Argentina e no Brasil afastaram a ameaça de um processo de expansão e proliferação de um populismo pobre de idéias e de propostas, chamado de bolivarianismo, que a esquerda despreparada do Brasil resolveu adotar, mesmo quem para tanto, aceitassem que tal atitude política fosse destruindo instituições e práticas modernas de governança. Esta mudança de postura dos dois países, exorcizando essas idéias atrasadas mudou, já, em muito, o conceito, a credibilidade e o respeito da Argentina e do Brasil lá fora.
As pessoas, diante do processo de transformação por que passa o Brasil, não estão muito interessadas nas análises mais sofisticadas dos cenários e do que se está propondo mas de resultados objetivos já alcançados e, esses, por sinal, já estão chegando. A inflação, que no inicio do ano se previa alcançar, ao final de 2016, 11,5%, a última estimativa é que feche o exercício, em 6,9%, prevendo-se que atinja o centro da meta em 2017. O desemprego parou de aumentar, o que é já um grande resultado. A indústria manufatureira faz já três meses que não mais apresenta crescimento negativo como vinha ocorrndo nos últimos tempos. O varejo já começa a mostrar sinais de recuperação. Os resultados externos tanto do déficit comercial como da entrada de investimentos, já se mostram bem mais favoráveis que os números de 2015.
Ou seja, ainda não está a voar o país em “céu de brigadeiro” mas o comportamento da bolsa e a valorização do real mostram que as coisas marcham de maneira a superar problemas e desafios. Também são mostrados, diariamente, que estão, em processo, revisões críticas de erros, equívocos e desvirtuamentos de políticas, programas ou ações do tipo bolsa família –retirada de benefícios concedidos a funcionários públicos , de duplicidades e de desvios –; do programa “minha casa, minha vida” — onde se constatou que beneficiários venderam ou alugam seu bem e se credenciam a uma nova unidade — ; pessoas já falecidas recebendo auxílio-doença ou outros benefícios da Previdência; abusos e corrupção no uso da Lei Rouanet para a cultura, aém de tantos outros desacertos e desvios de conduta, mostam um país revendo conceitos e atitudes.
Ao lado do efeito benéfico da Operação Lava Jato, as ações do novo governo postas em prática e aquelas aguardando decisão do Congresso, dão um alento de que já se começa a não mais aprofundar, pelo menos, o quadro de problemas e dificuldades em que o país se meteu!
É possível começar a acreditar que as coisas estão mudando e mudando para melhor.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!