DE ONDE NÃO SE ESPERA…
De repente, mais que de repente, o Congresso Nacional tenta mostrar ao povo que ele não é aquilo que muitos imaginam e pensam e, em circunstâncias inesperadas, é capaz de gestos capazes de mudarem, positivamente, a história do País.
Agora, com a eleição do Deputado Rodrigo Maia, mesmo que seja para um mandato-tampão para a Presidência da Câmara dos Deputados, algumas consequências positivas poderão advir para o País, não só para o seu hoje mas, também e, principalmente, para o seu amanhã.
Para o hoje, com o apoio explícito do Presidente do Senado, Renan Calheiros, deverá acelerar-se o processo de “impeachment” e, o chamado “peso da interinidade” não mais pesará sobre os ombros de Michel Temer e não mais limitará tanto a tomada de providências duras mas indispensáveis as transformações requeridas pelo País. Isto porque, o que se espera que antes do fim de agosto, Dilma já terá voltado a ser uma cidadã comum.
Também as medidas destinadas a reorganizar as finanças públicas e a criar o ambiente econômico indispensável à retomada do crescimento das atividades produtivas, ganham o apoio explícito, a simpatia e o compromisso do novo Presidente da Câmara dos Deputados.
Se tais declarações ou manifestações de intenções do novo Presidente já favorecem a uma reação positiva do mercado, a atitude de Renan, assumindo como que, ao lado de Aécio Neves, a quase “paternidade” pela eleição de Rodrigo Maia, parece que irá ajudar e, em muito, a acdelerar a aprovação das medidas propostas por Temer ao Congresso.
Na verdade, tudo marcha no sentido de favorecer a Temer porquanto, os últimos episódios políticos — a prisão de Paulo Bernardo; a firmeza e competência do relator do processo de impeachment, o Senador Antonio Anastasia; o “triste fim” de Eduardo Cunha e o esvaziamento do chamado “centrão” de um lado e do PT do outro — configuram um quadro extremamente alvissareiro para o chamado governo de 2 anos e meio de Michel Temer.
Com efeito, tudo isto que está a ocorrer está acalmando o cenário político e garantindo expectativas mais favoráveis para as atividades produtivas além de estarem ampliando a credibilidade de instituições e de homens públicos envolvidos no processo econômico nacional.
Tanto é verdadeiro que a bolsa de valores continua em firme movimento de subida e o real continua sendo favorecido pela melhoria do ambiente econômico e a manter-se em processo de valorização.
Agora, uma declaração de compromisso de Renan, ao lado de Rodrigo Maia relacionado a reduzir o número de partidos, ou seja, ao reestabelecimento da outrora aprovada “cláusula de barreira”, dá um alento de que a reforma política, tão esperada e necessária, esaria voltando a pauta de prioridades e criando a expectativa de abrir mais espaços de movimentação das instituições e da cidadania.
Se as expectativas em relação à reforma política crescem e dão a esperança de que as coisas irão mudar, é bem provável que medidas relacionadas à, por exemplo, proibição das coligações proporcionais e o fim da chamada figura do suplente de senador, também poderão abrir caminho para outras mudanças pelo simples fato de não interferirem, em muito, nos interesses daqueles que serão chamados a votar tais matérias.
Assim, parece que, “existe algo no ar além dos aviões de carreira” e as notícias mais frequentes talvez venha a ser menos vinculadas a denúncias, pronúncias e prisões propostas pela Lava Jato e mais voltadas ao segmento de novas perspectivas para a economia nacional. É bom lembrar que a área econômica, numa avaliação sóbria das restrições, pressões e limitados graus de liberdade, está sabendo dosar o ideal com o possível e faz uma avaliação correta dos limites de concessões a fazer para manter uma “paz política” possível no meio político, jurídico, empresarial, militar e até da máquina governamental.
Tanto é que as críticas advindas, notadamente da oposição, de que são feitas muitas concessões no que diz respeito a elevar o nível de despesas que iriam de encontro com o esforço de reorganizar as finanças públicas. É bom lembrar que governar é a arte do possível e a estratégia política mais sábia e adequada é garantir o que se pode denominar de “navegabilidade” e “governabilidade” do poder.
Portanto, as concessões estão no limite do possível e do tolerável desde que, no chamado “trade off”, seja garantido o apoio as mudanças relacionadas ao reestabelecimento dos fundamentos da economia, da recuperação da credibilidade das instituições e da melhoria do clima e do ambiente para os negócios. Tanto isto é verdade que a última pesquisa de opinião do Datafolha, 50% da população quer a manutenção de Temer e apenas 32% insistem na volta de Dilma!
Assim, sem que tenha havido uma mudança ética profunda e tão necessária ao País, mesmo assim, com o que se tem, está sendo possível ir colocando o País nos eixos.
PARA PROVOCAR OS CANDIDATOS!