UMA SEMANA PARA LÁ DE SURPREENDENTE!

Não bastassem todos os eventos preparatórios das Olimpíadas, com seus desacertos e desencontros, além da característica e proverbial improvisação brasileira, apoiada na idéia meio irresponsavel do “acaba dando certo”, a semana que se encerra e a semana que começa estarão  marcadas de notícias, idéias e declarações surpreendentes.

Os indicadores econômicos se não dão ainda a tranquilidade aos brasileiros de que as coisas estão se arrumando e se encaminhando, pelo menos sugerem que as circunstâncias e os dados da atividade deixaram de piorar e, em alguns casos, já começam a reverter a tendência extremamente negativa ou pessimista. Claro que as finanças públicas ainda não começaram a melhorar e a atividade econômica ainda precisa de ambiente, confiança e tempo para retomar o ritmo de expansão desejado. Também, enquanto o governo for provisório ou interino, a tendência é que a confiança nas instituições continuará a “meio pau” e, consequentemente, a retomada da atividade econômica será lenta e levará tempo.

Como noticia bombástica do fechamento da semana, a decisão de um juiz de Brasilia de, ao aceitar denúncia apresentada pelo Ministério Público e transformar Lula em réu, produzindo o maior escarcéu nas hostes petistas e pondo em cheque os destinos da própria agremiação pois que atinge o único e último  bastião que o partido poderia se agarrar para a sua recuperação, fecham, de forma dramática, a semana.

Por outro lado, mais de cem politicos, entre eles dez governadores e ex-governadores perderam o sono e a tranquilidade diante das acusações de haverem participado do propinoduto da Odebretch, segundo as delações de executivos da empresa e,  também diante do conteudo  da delação de Otavio Azevedo,Presidente da  Andrade Gutierrez. Essa última, associadando  o financiamento da campanha de Dilma com recursos espúrios, como que,colocaram uma pá de cal, nas possibilidades de Dilma voltar ao poder. Ademais, demonstraram que a distância entre ela e o PT se tornaram abissais pois ela busca responsabilizar exclusivamente o partido pelo recebimento de dinheiro sujo para a sua campanha.

Por outro lado, o Presidente em exercício Michel Temer se aborrece com o movimento  que encetam alguns senadores, sob a liderança de  Renan Calheiros como Ministro do Turismo, de postergar ou adiar para setembro a votação do processo de impeachment de Dilma! E, o mais grave ē que o Presidente do Senado contaria com o apoio e beneplácito do Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Levandoswky que, segundo alguns, estaria insatisfeito com o Executivo por não ter aprovado um “singelo reajuste” na  remuneração dos ministros do Supremo! Já a motivação  de Renan seria apenas a indicação  de um apadrinhado seu para o Ministério do Turismo sem os atributos éticos requeridos, pelo menos ,pelas circunstancias.

A semana se completaria com a especulação, por parte da mídia, de que Meirelles estaria em conflito com a Casa Civil por querer açambarcar mais poderes na conducao da economia e da gestão pública,  buscando subtrair competência do Planejamento na gestão do Orçamento e, consequentemente, levando a atribuição para a sua pasta, além de conflitos com Serra no que concerne a política externa de importação, de exportação  e de atração de recursos externos que Serra acha que caberia ao Itamaraty conduzir.

Se tais escaramuças não bastassem, o fim do recesso do Legislativo e do Judiciário, alem das dificuldades enfrentadas para a adequada renegociação das dívidas de estados e municípios, a revisão da lei de repatriação de recursos externos e a aprovação do teto de gastos públicos, serão questões as mais delicadas para serem tratadas por um Congresso cujas preocupações estão voltadas para as eleições municipais.

E o pior. Eleições sem o “lubrificante cívico” a alimentå-la pois as empresas, além de quebradas, estão impedidas, por lei, de financiarem as referidas campanhas. Ou seja, vivem os deputados e senadores as pressões das chamadas bases  pelo aporte do “vil metal” e enfrentam governos estaduais e federal quebrados e, portanto , sem ter a quem recorrer para os gastos mínimos requeridos pelos seus correligionários municipais. . Ai vai comecar uma semana de lamentos e insatisfações de toda ordem de dificil enfrentamento.

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