EMOÇÕES, SENTIMENTOS E, O QUE FICA?

Nunca se viu tanta vibração, tanto  sentimento, tanta alegria e uma total capacidade de esquecer dramas e problemas e viver a alegria do momento, incorporando o verdadeiro espírito olímpico, como ora se mostra a sociedade brasileira. A simbiose entre platéia e protagonistas dos jogos, experimentando o verdadeiro espírito da competição, mostrou como o Brasil, aos poucos, abandona o complexo de vira-lata. A euforia das platéias dos Jogos Olímpicos não tem nada a ver com a alegria e o entusiasmo do Carnaval.

Aqui, neste caso, é a alma nacional, desprendida, aberta, universal e buscando distribuir afetos e alegrias a todos e a todas. Sem ressentimentos, sem ódios, sem culpas, sem dusputas regionais, religiosas e étnicas, esquecendo os traumas, as agruras e as vicissitudes do momento de crise e desesperança experimentadas pelo Brasil, apenas acreditando no País que é, que faz, o que tem a mostrar, esse espírito de alegria que contagia  e que toca à alma de quem estar por perto, marcou essa bendita trégua nos dramas e problemas nacionais.

Não interessa as medalhas que  irá conquistar a pátria de chuteiras. Não prevalecerá a frustração e o desencanto por não ter conquistadas medalhas quase certas.  Ou lamentações pelo descaso, em termos de interesse e dedicação além da falta de disponibilidade orçamentária, por parte das autoridades, para patrocinar potenciais atletas olímpicos. Parece que aquela síndrome de só aceitar ou só aplaudir quem conquista primeiro lugar, o País passou e vive um estågio acima sendo agora capaz de amar ou, pelo menos, respeitar os segundos, terceiros, quartos e até lugares  conquistados, extravagantemente distantes das primeiras pontuações.

O que os brasileiros parece que queriam efetivamente, era sentir as emoções de disputar lutas e contendas olímpicas, sonhar com resultados que se mostrassem, aos olhos dos outros, muitas vezes, quase inalcançáveis e ver confirmados aqueles em que os atletas nacionais tivessem apresentados desempenho de alto nível, nas últimas competições internacionais. Também, deixando de lado o complexo de vira lata, ficava patente no comportamento dos brasileiros, que eles gostariam de se sentir altamente gratificados não só pela alegria vivida, mas também  pela alegria despertada, por contágio, em visitantes de quase todo o mundo. Os brasileiros esperavam  melhores índices em algumas categorias que, tradicionalmente, conquistaram  medalhas em edições anteriores dos jogos como o judô, o taekwondo, o volley, a vela e o atletismo.

Logo que os jogos começaram, os brasileiros criaram expectativas altamente favoráveis quanto ao handebol e, a quase certeza de que teriam boas surpresas com o voley de quadra, o futebol e o hipismo.

Todos lamentaram a desclassificação das valentes e talentosas meninas do handebol; ou o branco que deu nas brilhantes  e agradáveis  meninas do voleybol ou a despedida antecipada de Martha. E isto sem pensar na frustração de uma campeoníssima,   Fabiana Meurer ou de uma valente Yane Marques ou na decepção de um Robenilson do box. Tudo isto faz parte da disputa.

Surpresas dignas de nota foram as propiciadas pelo fenomenal Izaquias, como o único atoeta brasileiro a conquistar três medalhas em um único evento olímpico; ou das meninas da esgrima ou ainda, dos atletas do polo aquático, que mostraram um desempenho de gigantes. Foi uma epopéia marcante para os corações brasileiros.

O que ficou de saldo desse evento que começou com uma enorme descrença, num país mergulhado em uma impiedosa crise política, econômica,  ética  e, sem recursos além de sujeito a um governo interino, o que se conseguiu, para ser justo e honesto, foi extraordinário. Tanto na transformação profunda do Rio de Janeiro, mais bela do que nunca, tanto pelas belezas naturais, pelos monumentos maravilhosos como o Cristo Redentor, o Pão de Açucar, a Pedra da Gávea, além de muitos outros, como pelas obras urbanísticas que a embelezaram mais ainda.

Finalmente, o legado que fica das obras de mobilidade urbana, de  infra.de transportes, de resgate de espaços públicos como o Centro, notadamente a Praça Mauá e a Praça XV.

Mas, se isso não bastasse, quem visitou o Rio viu que o País não é uma republiqueta de bananas, tem dimensão e organização para bancar grandes eventos, mostrou uma hospitalidade e alegria contagiantea e, a partir de agora, o que os estrangeiros saberão sobre o Brasil será o que eles viram e sentiram e não a propaganda raivosa de frustrado jornalistas à serviço de não sei a quem!

Os brasileiros poderão, doravante,  repetir a famosa frase, tão rejeitada pelos adeptos do complexo de vira lata do Brasil, que foi a proferida pelo Conde Afonso Celso, para estimular nos jovens o amor à pátria, aos seus valores e seus símbolos, no seu livro “Por que me ufano do meu país”!

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